quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Parece até o Bixiga viu belo

Amanhã vou levar minha mãe na cabeleireira. Sim, mas o que isso tem de anormal perguntariam os amigos.

Ocorre que eu vou levá-la num local muito agradável de Marília, um quarteirão antigo da cidade mas que de tempos para cá vem tomando um jeito diferente, ou melhor, está tomando ares dos quarteirões "dos jardins" e São Paulo.
Estive na capital nesta semana, fiquei hospedado no Trianon e trouxe algumas revistas (Jardins) com belas fotos, do bairro, do comércio, das personas e boas entrevistas para leitura e entretenimento.
Aqui em Marília, eu falo do quarteirão da 9 de julho entre as ruas Nelson Spielman e Pedro de Toledo, em frente ao Jardim São Bento.
Reformaram algumas lojinhas antigas que foram desocupadas por também antigos inquilinos; novas cores, portas de blindex, novo piso, nova iluminação e pronto, nova cara e novos ares.
Instalaram um café ajeitado numa das lojas, na outra um salão de beleza, mais para frente uma loja de doces e aí o amigo Dionísio, que vende baterias para veículos, já deu uma boa reforma no tradicional espaço que ocupa há anos. Mais acima a dona Lola, da Kibelândia, já mandou assentar umas pastilhas na fachada e trocou o front da loja e assim a cara do lugar mudou da água para o vinho, sem contar que todo final de tarde tem roda de amigos com espetinho. (é a tal da energia boa que sai contagiando todo mundo)
A amiga Viviane aqui do Fotoclube percebeu isso também e me enviou e-mail hoje sobre o assunto, sem saber que estávamos na mesma sintonia. A moça que corta os cabelos da mãe mudou o salão para lá tem pouco tempo e agenda estava reservada já tem uns 8 dias.
A Fotoquefala vai lá amanhã e quero ver se consigo captar toda esta energia nas lentes. O local vai se tornar um dos futuros cartões postais da cidade, anote aí, só falta mais um toque aqui e outro ali nas fachadas e recortes dos sobrados que ficam acima das lojas, e pronto, vamos ter em Marília uma mistura dos jardins com o Bixiga.
Foi ali que durante anos várias estudantes vindas de todos os lugares do Brasil moraram na pensão da dona Florinda (salvo engano) mãe do Carlito (Carlos Muzzi) filho do fotógrafo Muzzi. Foi ali também que a Lis Floricultura embalou sonhos e romances com seus buquês de flores, sempre de muito bom gosto, feitos pela Adriana.

E como dizem os italianos...E viva a vida belo!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

As hortênsias da dona Erminda



Já comentei com os prezados leitores sobre algumas pessoas que encontram uma forma de preencher o tempo (e não passar o tempo) com atividades úteis e que ainda resultam em benefícios para outras pessoas.
É o caso do nipônico anônimo que cultiva alguns pés de frutas, cana e até flores nos terrenos que beiram a Fazenda Cascata, imediações do aeroporto. Tem também um outro personagem que resolveu plantar pés de boldo e flores em boa parte da rua Cincinatina, ou aquele outro senhor que plantou várias espécies de árvores na área de acostamento da rodovia Marília – Padre Nóbrega (lado direito), entre outros tantos personagens anônimos.
No meu bairro, por exemplo, tem um senhorzinho e uma senhora, já bem de idade, que todos os dias varrem toda a extensão da rua e ele, mais ativo ainda sai varrendo por outras ruas.
A fotoquefala hoje encontrou outra personagem e desta vez conseguimos o o nome.
A casa da Da. Erminda Mota fica na esquina da av. Rio Branco com a rua 24 de dezembro, solitária, a Rio Branco com o passar dos anos foi se tornando rua comercial e só algumas casas ainda abrigam famílias.
Era por volta das 7h30 da manhã, ela estava na frente da casa, ares de quem acabava de se levantar da cama e apreciava o movimento. Debaixo da janela, em pé, ela observava suas flores no jardim, belas (*)hortênsias e o conjunto de informações visuais foi o que me chamou a atenção.
Da. Erminda tem aquele ar de gente que gosta de conversar, de fazer novos amigos, tem também um ar de vovó e acaba atraindo os nosso sentidos.
Foi daí que se iniciou o diálogo:
- Bom dia, belo jardim o seu.
Uma pausa, um olhar,observação e a resposta: - este ano eu pensei que não fosse ficar tão bonito assim.
- Mas por que, perguntei.
- Choveu muito, fez frio fora da medida, as folhas amarelaram...mas vingou.
- O senhor gosta de flores? Já foi em Gramado (RS) e viu as hortênsias de lá?
- Gosto muito, principalmente quando estão tão bonitas e viçosas assim. Posso fazer algumas fotos?
- Claro...é para o jornal?
- Também, mas é para alguns amigos da internet, pessoas que apreciam fotografia e gostam de saber mais sobre a nossa cidade.
- Fique a vontade, pode fotografar, e não esqueça daquela ali, cor-de-rosa. Sabe, eu comecei com uma muda de hortênsia azul e fui tirando galho daqui e dali e replantando e acabou dando essa variedade de cores!
Meu filho é engenheiro agrônomo, disse que o solo precisa estar bem adubado e coisa e tal, mas eu jogo mesmo são as folhas que ficam velhas nos pés das plantas.
O senhor sabe que tem um monte de gente que passa aqui e puxa assunto comigo, só para ficar vendo as flores?
Lá (em Gramado) elas “dão” na beira das estradas e ninguém aduba nada!
Pois é Da. Erminda, e aqui em Marília elas estãona esquina da rua, bem no centro da cidade.
Qual o segredo dela para ter flores tão bonitas debaixo da janela? Amor pelo que faz e prazer em compartilhar.
Um beijo pra senhora Da. Erminda.
(*) O canteiro que tem mais flores fica do lado esquerdo da casa.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Restaurante investe no turismo receptivo


Sintonizado com as tendências e oportunidades do turismo receptivo em
Marília, principalmente na área de Turismo de Negócios e de Eventos, a
"Lanchonete Bem Me Quer" que tem mais de 30 anos de atividades em Marília
inaugurou na noite desta segunda-feira (20/10) o Espaço Arte.

Com uma freqüência de mais de 300 pessoas, em média, nos finais de semana,
a lanchonete fez parceria com a Comissão de Registros Históricos da Câmara
Municipal e com o Fotoclube "Sebastião Leme" e abriu espaço para a
exposição de 40 quadros fotográficos com imagens de pontos turísticos e
prédios históricos da cidade.

Clovis Garcia, um dos sócios, foi o articulador da nova proposta que vem
sendo elaborada desde julho deste ano. Além dos cartões a lanchonete ainda
apresenta duas novidades interessantes: cartões postais que reproduzem
seis das imagens expostas e o lançamento do selo comemorativo de 30 anos,
em parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

A idéia é simples mas bem funcional. No fechamento da conta os clientes
receberão os cartões postais. No verso da imagem está impressa a mensagem:
Estive aqui e lembrei-me de você.

O cliente pode levar o cartão para casa, como recordação, ou pode também
endereçar para amigos que moram fora da cidade e a lanchonete vai
providenciar a postagem.

A inauguração festiva contou com a presença do prof. Mário Bulgareli,
prefeito municipal, do presidente da Câmara Eduardo Nascimento, da
Comissão de Registros Históricos, do Fotoclube "Sebastião Leme" , Sérgio
Lopes Sobrinho, presidente da ACIM, que enalteceu a iniciativa dos
empresários e incentivou que a ação se estenda para outros
estabelecimentos da área de gastronomia, do Clube dos Muladeiros de
Marília, da empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, entre outros.

O projeto da criação do Espaço Artes Bem Me Quer e da impressão dos
postais contou com a assessoria de Ivan Evangelista Jr, fotógrafo, membro
da Comissão e gerente de marketing no Univem e contou com o importante
apoio cultural da CocaCola.
A Lanchoenete e restaurante Bem Me Quer fica na rua Dr. Joaquim de Abreu
Sampaio Vidal, 491, telefone 0800 7721787.

sábado, 10 de outubro de 2009

Um estranho ninho



Não morei em sítio, mas fui criado entre a vila e a cidade, andei de estilingue e bornal pendurados no pescoço, ralei os dedos na descida da rua de terra com carrinho de rolimã, perdi muito pião quebrado no meio, na jogada de roda, e criei pomba no fundo do quintal.

Aprendi que quando as galinhas cacarejavam alto e fora de hora no terreiro é porque tinha gato ou gavião rondando, quando não, era cobra cega que fazia a festa das penosas e dos pintainhos depois de ferozmente estraçalhada pelas bicadas.



Estas vivências da infância, entre tantas outras, serviram para deixar os sentidos mais aguçados em relação a natureza e ao comportamento dos bichos.



Pois bem, estava de saída do meu trabalho e ao me dirigir para o estacionamento percebi que um casal de Sabiás fazia o maior estardalhaço em árvore próxima. Não dei muita importância no começo mas, a gritaria era tanta que resolvi investigar.

Descobri que havia um intruso na árvore; pela posição, parecia uma onça, igual aquelas que vemos nas fotos do Pantanal. Nosso amigo felino dormia tranquilamente entre os galhos mais altos da árvore e não tava nem aí com a presença e os piados dos Sabiás.

O gato não estava em posição de ataque, pelo contrário, deixava o rabo balançar levemente e a pata direita fazia o contrapeso para manter o equilíbrio durante o sono. Despertou com a minha chegada.

Enquanto fazia as fotos percebi que o grito de socorro atraiu outras espécies que vieram na ajuda. Contei nos galhos próximos mais dois beija-flores, uma curruíra, um outro pássaro preto e amarelo que não consegui identificar e ainda um chupim. Os Sabiás e o beija-flor davam investidas próximas do gato para tentar tirar o intruso dali, mas que nada. Só saiu para mudar de galho e se deitar mais acima.

Os gatos são bem alimentados com ração e o que ele queria mesmo era sossego, mas depois de tanta festa em volta e muitas fotos ele decidiu descer e caçar outro canto para o descanso da tarde.

Valeu a experiência do dia, foi interessante ver como espécies diferentes se unem para combater uma ameaça comum.

Ah sim ! E mesmo depois do gato ter ido embora os Sabiás continuaram o alvoroço, notei que era minha vez. Fui.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Paleontólogo acha fóssil de dinossauro herbívoro


No sábado, dia 03/10, a matéria saiu na Folha de São Paulo.
Hoje, 06/10, o assunto é pauta nas edições do Jornal da Manhã e do Jornal Bom Dia.

Animal teria vivido na região de Marília entre 65 e 90 milhões de anos atrás


Talita Zaparolli
Aência BOM DIA


Paleontólogo William Nava escava ao lado das vértebras dorsais do saurópode
Fósseis de um dinossauro foram descobertos pelo paleontólogo William Nava, em uma propriedade rural de Marília. Pela estimativa inicial, o paleontólogo acredita que se trata de um animal do grupo dos saurópodes, provavelmente um titanossauro. O dinossauro herbívoro pode ter alcançado 15 metros de comprimento, 5 metros de altura e cerca de 10 toneladas de peso.

No barranco rochoso à margem de uma estrada, o pesquisador encontrou parte da região pélvica, vértebras caudais e dorsais do animal, mas há estimativa que grande parte do esqueleto esteja lá. “Minha expectativa é encontrar o crânio sob as camadas de arenito. Seria um feito inédito no país, já que é a primeira parte a se desarticular do restante do corpo e se perder.”

As primeiras pistas surgiram em abril, quando Nava descobriu conchas fossilizadas e uma vértebra dorsal de cerca de 30 cm no local. “Ao que tudo indica, o animal morreu na margem do que, na época, seria um rio ou uma lagoa.”

Segundo Nava, as vértebras do bicho estão articuladas, ou seja, na posição que tinham em vida, e esse tipo de descoberta é fato raro no país.

Nava repassou as informações sobre a escavação ao paleontólogo Rodrigo Santucci, da UnB (Universidade de Brasília), que é especialista em saurópodes. Ele será capaz de avaliar, assim que as escavações prosseguirem, se a espécie ainda não é conhecida pela ciência. Junto com o especialista, Nava está pleiteando recursos junto à UnB para dar andamento às escavações, que costumam ser delicadas e exigem recursos financeiros.

sábado, 3 de outubro de 2009

Minha segunda exposição "Sem Teto" e a limpeza da Cascata




E lá fomos nós no sábado acompanhar a operação de limpeza da represa Cascata.A fotoquefala não pode perder estas oportunidades.
Me atrasei um pouco por conta de comprar alguns prendedores de roupa para poder montar a exposição de fotos no local. São várias fotos, uma coletânea considerável devo dizer, todas mostrando as belezas e os problemas ambientais que este espaço enfrenta e já enfrentou.
Estavam lá dando suporte o Rotary Clube, os Bombeiros com a equipe de escafandristas, a Polícia Militar, a Emdurb, os meninos e meninas do Grupo de Escoteiros de Marília, os atiradores do Tiro de Guerra, os membros da ONG Rio do Peixe, as Secretarias Municipais do Verde e de Serviços Urbanos, representantes da Câmara Municipal de Marília, da Comissão de Registros Históricos, do Fotoclube de Marília e os pescadores, habitues do local.
Uma grande mesa oferecia aos participantes um verdadeiro banquete dos deuses para repor as energias ou mesmo para se preparar para a jornada dura pela frente; limpar o lixo d as margens da represa e de todo o entorno. Maçãs frescas e vermelhas empilhadas chamavam os olhos curiosos, um bolo recheado de goiabada, bananas nanicas aos montes (aliás como tinha banana) , fonte de potássio, pãezinhos macios e potes de margarina para todos os gostos.
Na chegada os inscritos para a tarefa de cidadania ganharam um kit contendo: uma camiseta decorada com a ilustração “Dia Internacional de Limpeza nos Rios e Praias”, um boné, um par de luvas de borracha, uma cartilha com informações do programa e um adesivo com a logo oficial do evento, que já aconteceu nas cidades de Rio Negro-PR e Mafra-SC, Na Fazenda Rio Grande-PR, em Maringá-PR e hoje em Marília.
Barriga cheia, mãos à obra. Os grupos foram divididos por setores; terra e água, cada qual com a sua função.
Os bombeiros mergulhadores, com o apoio de um barco, buscavam o lixo acumulado no fundo da água, voluntários da ONG Rio do Peixe se locomoviam em dois caiaques, beirando as margens e recolhendo a tranqueirada que não devia estar lá, os escoteiros se incumbiram da área da margem esquerda da represa, acompanhados pela turma do Rotary, enquanto que os atiradores do Tiro de Guerra ficaram com a área lateral da margem direita.
Entre duas placas de avisos sobre perigo dos carrapatos e da febre maculosa eu estendi meu varal improvisado e fui pendurando as fotos.
Em pouco tempo estava organizada a primeira exposição de fotos da Cascata in loco e foi muito gratificante receber e acolher os olhares curiosos. Levei fotos que mostram a Cascata em todas as suas fases: na cheia, na baixa, com vegetação exuberante nas margens, ou cenas da grande queimada que deixou a cidade no escuro, em pleno dia, em razão da fumaça negra que cobriu o céu.
Um dos visitantes comentou: foi um dia difícil este, tivemos que suspender as atividades na loja porque a fumaça tomou conta do ambiente e os olhos ardiam muito.
Dois garotinhos, muito simpáticos, vieram me cumprimentar pelo trabalho. “São suas as fotos?” Respondi que sim e ele me estendeu um aperto de mão seguido de um parabéns. “Moro aqui nas chacarinhas da Cascata, minha casa é ao lado daquela ali”, apontou uma das fotos em que aparece um pequeno vilarejo nas imediações.
Sol forte anunciava que estava na hora de recolher a tropa e juntar o lixo sobre o caminhão para avaliar o resultado. Encheu a carroceria de sacos pretos de lixo de tudo quanto é natureza. O lixo mais curioso? Foram três tubos de televisão que certamente estavam em local totalmente estranho.
Valeu o dia, valeu a operação e a lição de que os cidadãos unidos podem contribuir muito para que a natureza continue nos acolhendo em seus encantos.
E o fato curioso do dia, qual foi ? O ex-governador Orestes Quércia que apareceu por lá de surpresa.
Do que eu mais gostei perguntaria o amigo leitor ? Foi de ver os caiaques coloridos bailando pelas águas mansas, passando em frente aos pescadores, nas margens, fisgando tilápias e lambaris.
Parecia um sonho, mas está a um passo de se tornar realidade. Só depende de nós.