quinta-feira, 10 de junho de 2010

Só o ciúme não tem remédio


Não resta mais dúvidas. A vocação da tradicional avenida Sampaio Vidal, em Marília, está mudando radicalmente. No passado, ela foi o grande corredor dos bancos, por onde mais de 17 agências se aglomeravam para disputar a atenção e o dinheiro do público passante e das empresas.
Lembro que cada inauguração de agência era sempre coroada de muita festa, com bateria de fogos de artifício, e os prédios ganhavam toques de requinte e distinção, tudo em nome do senhor cliente.
Aos poucos, os bancos descobriram que abrir pequenas agências nos bairros é bom negócio também. Um estudo apurado aponta a melhor localização do novo posto de atendimento, preferencialmente localizado estrategicamente perto de outros empreendimentos ou indústrias que concentrem bom movimento de pessoas.
Esta iniciativa tem vários prós: primeiro, o fator de estar mais próximo do público, lá no bairro, de forma que os aposentados, por exemplo, não precisem se locomover por grandes distâncias para a gestão de suas economias; conta também o fator comodidade, com mais áreas para estacionamento na vizinhança. Nos bairros, os aluguéis de imóveis tendem a ser mais em conta e os custos operacionais caem.
Foi assim que o Bradesco abriu uma série de pequenas agências (ou postos de serviços): na avenida República, no supermercado Tauste – loja norte e loja sul, no supermercado Kawakami e em outros pontos da cidade.
Instalar agências anexas ao conjunto de lojas de supermercados é outra estratégia excelente, em todos os sentidos, e ainda resgata aquele jeitinho mais caseiro do atendimento personalizado, coisa que brasileiro gosta muito.
Mas foi ontem a noite que eu me dei conta de que a Sampaio Vidal está ganhando um novo perfil. Passando pela esquina com a rua Maranhão, no prédio que já abrigou a agência do grande Bamerindus (o tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continuava numa boa...), uma nova drogaria está para ser inaugurada – a Drogaria São Paulo, uma grande rede.
O investimento parece não ser pequeno. Gente trabalhando noite e dia, em ritmo acelerado, pintura nova, instalações de primeira e boa iluminação para destacar tudo que for exposto nas gôndolas e prateleiras. A cor branca dá o fundo básico para o colorido das embalagens.
O detalhe e a curiosidade do assunto estão na quantidade de estabelecimentos do mesmo gênero que disputam a artéria central da cidade. Contei 12 farmácias/drogarias instaladas em quatro quarteirões anexos, isto entre as ruas transversais Campos Sales e Cel. Galdino de Almeida.
Num raio imaginário de menos de quarenta metros, a nova drogaria tem na linha de frente mais três concorrentes.
E será que tem doente pra todo mundo? - Ah, deve ter, sim. Afinal, ninguém de bom senso sai por aí montando negócio sem avaliar e pesquisar antes.
Mas nós sabemos também que as farmácias e drogarias há muito deixaram de vender só remédios. Foi-se o tempo onde se comprava apenas o pó pa tapa taio na farmácia. A linha de produtos de beleza, os dietéticos ou emagrecedores atraem bom público, que investe muito na auto-estima e na preservação da natureza.
E vale registrar que muitos dos serviços que eram prestados nas farmácias, como medir a pressão arterial, fazer curativos e as chamadas pequenas consultas de balcão, estão restritos a hospitais e postos de saúde e, mesmo assim, o movimento nas lojas continua crescendo. Mas isso é assunto para uma próxima oportunidade.
Fica evidente que o segmento de mercado está em alta e a diversificação no mix de produtos, aliada ao bom e convincente atendimento (já notou que os balconistas se vestem de branco?) e ao design atrativo da loja, são fatores de diferenciação competitiva relevantes. O assunto é atrativo, vamos acompanhar os fatos.

Autor: Ivan Evangelista Jr, gerente de marketing
e comunicação do Univem e chefe de Gabinete da Reitoria

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