domingo, 9 de janeiro de 2011

No quintal do paraíso

Saber ocupar espaços de forma otimizada é um dom, seja no escritório, no apartamento ou mesmo no quintal da casa onde muitas vezes, a área é bem menor do que os projetos do morador. Tudo é uma questão de organização e eu diria até que é preciso ter uma visão sistêmica da área ao seu redor. É assim que o Sr. Dirceu Manzom , consegue manter quase trinta colméias de abelhas num quintal que não passa de dez metros quadrados, isto somando o pequeno terraço também. Ele conseguiu transformar a casa popular onde mora em seu pequeno paraíso. Além das abelhas, Dirceu tem aquários com sistema de irrigação permanente, plantas ornamentais, irrigadas por uma engenhoca feita com mangueira de jardim, baldes e material para aplicação de soro , um bonito pé de mamão que foi plantado em metade de uma tina de plástico e já está produzindo, parreira de uva, rosas de várias qualidades, samambaias, gerânios e outras espécies. Segundo relatou, mora nesta casa há 36 anos. Do alto do seu pequeno terraço é possível sentar-se em uma espreguiçadeira e apreciar o movimento da praça verde que fica em frente a sua residência, local de onde vem boa parte da alimentação das abelhas. O gosto pela apicultura veio desde criança da convivência com o tio e desde então não parou mais de lidar com as abelhas. Na casa, as colméias mantidas em caixas improvisadas são das espécies sem ferrão. Com gosto ele enumera as qualidades: tem as Jataís, aquelas pequeninas que gostam de fazer casa nos buracos de muro e nos cantos da casa, tem a Marmelada, abelha que produz um visgo e espalha em toda a área ao redor da caixa para evitar a aproximação de intrusos, como as aranhas ou lagartixas, tem a Tataíra, ou caga-fogo, como é conhecida popularmente, a Tubuna, a Borá, a Plebéia, a Mirim Preguiça, que tem este nome por que começa a trabalhar bem mais tarde que as outras, a Mirim Mosquito, que tão pequenina que foi acomodada dentro de um tubo de lâmpada fluorescente, a abelha Cachorro, de cor bem escura, prefere trabalhar mais para o final da tarde e no período noturno e também nos dias nublados quando a incidência do sol é bem menor. Cada espaço disponível na casa acomoda uma caixa, até mesmo os beirais que ficam sobre os telhados já ganharam suportes onde são apoiadas novas colméias. Depois de se aposentar da SUCEN, o senhor Dirceu passa os dias na lida com este pequeno paraíso no meio urbano. Mas ele ainda tem outras colméias espalhadas em sítios e chácaras da região, de onde retira o mel para comercialização. É comum os produtores rurais solicitarem aos apicultores para colocar colméias nas propriedades. As abelhas fazem a polinização das plantas e, quanto mais atividade tiverem, maiores as chances de se aumentar a produção de frutas e flores. Mas é importante registrar que a razão de ser de toda esta atividade do senhor Dirceu não é a comercial, isto é pequeno detalhe. O importante é que ele é um apaixonado pela vida e pela natureza e transmite isso a todos que o visitam.
Publicado também no Jornal da Manhã: http://www.jornaldamanhamarilia.com.br/noticia/6477/Aposentado-mariliense-cria-pequeno-paraiso-no-quintal-de-sua-casa/

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