domingo, 13 de março de 2011

Expedição dá inicio às escavações


Após conseguir o apoio financeiro da Universidade de Brasília, através de projeto de pesquisa apresentado por Rodrigo Santucci, professor daquela instituição, uma equipe de seis profissionais, coordenada pelos paleontólogos William Nava e por Santucci, deu início aos trabalhos de escavação dos fosseis do grande dinossauro descoberto por Nava, na região de Marília.
A verba de patrocínio desta pesquisa é direcionada principalmente a locação de equipamentos e manutenção de toda a equipe, durante o período das escavações. Por enquanto o trabalho de retirada do material na área está sendo realizado com o auxílio de duas britadeiras, movidas por gerador a gasolina, mas em breve a equipe vai contar com o apoio de uma retroescavadeira, tendo em vista que a quantidade de rochas é grande e ainda por ser um material muito duro.
O intenso calor e o mormaço têm sido uma das grandes dificuldades a serem superadas,mas a previsão é de quanto mais avançarem, mais duras serão as condições de trabalho e isto vai exigir um esforço extra da equipe. Nava comentou :"Por enquanto estamos retirando a primeira camada rochosa na superfície, depois vem o trator.É um trabalho delicado e nem tudo pode ser feito pela máquina, para não corrermos o risco de perder ou fragmentar material fóssil de grande valor, tem que ser na mão mesmo, utilizaremos marreta e ponteiro."
Na primeira etapa das escavações, realizada no ano de 2010, Nava e Santucci já identificaram parte da bacia do grande animal e ainda seis vértebras, motivo pelo qual ganharam o importante apoio da Universidade de Brasília. A expectativa do grupo, dado as excelentes condições de conservação dos primeiros fósseis é de que a cabeça do dinossauro esteja na mesma área, fato inédito no Brasil.
Não há previsão de data para conclusão das escavações. Na medida em que os grandes blocos de rocha são removidos, o passo seguinte é a avaliação detalhada de cada um para se averiguar novos indícios de fósseis ou fragmentos. Se, por acaso, um grande osso fossilizado surgir, todo o trabalho é concentrado ao seu redor e ocorre a troca por equipamentos de menor porte, para evitar danos ou impactos fortes que podem provocar rachaduras ou esfacelamento, o que implica também na diminuição do ritmo.
Em paleontologia e trabalhos de pesquisas de sítio Wil Nava explica que não como estabelecer prazos. Além das condições climáticas favoráveis é preciso contar também com o fator sorte, aliados à experiência e conhecimentos científicos de cada um dos pesquisadores.
A expedição é composta por: Wiliam Nava, paleontólogo e coordenador do Museu de Paleontologia de Marília, o professor e paleontólogo Rodrigo Miloni Santucci da UNB, Henrique Tomassi, Mestre em Micro Paleontologia da UNB, André Pinheiro, doutorando da UFRJ, Marco Brandalisi de Andrade, pós-doutorando da UFRGS e Adriano Santos Mineiro, biólogo, da Fundação Educacional de Fernandópolis.
O Museu de paleontologia é mantido e incentivado pela Prefeitura Municipal de Marília, e está entre um seleto grupo de museus do Brasil, que guardam acervo sobre a pré-história do homem. Atualmente passa por reformas e a área destinada à exposição de fósseis encontrados por William Nava foi ampliada.

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