segunda-feira, 28 de maio de 2012

As fotos que falam



Ola pessoal.

Assunto 1
Eu postei no Face estes dias sobre uma menina que fotografa a merenda da escola diariamente (na Escócia) e posta em seu blog as fotos e as críticas sobre a qualidade da mesma. Mandou tão bem que ganhou a atenção e o apoio de um importante chefe de cozinha. Foi interessante também ler que ela fez isto para explicar ao pai, o porque de chegar em casa com "tanta fome", já que na escola servem merenda. A qualidade é péssima e a variedade deixam sempre a desejar, segundo seus apontamentos.

Depois da divulgação, e do envolvimento do chefe de cozinha, a escola "melhorou por um período" a qualidade da merenda, mas ao que parece já voltou ao que era antes.
 Mas ela continua fazendo seus comentários e registros. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120524_menina_blog_comida_cc.shtml)

Assunto 2
Outro caso em que a fotografia serve como instrumento de pesquisa.
Esta moça resolveu saber até quando um lanche pode durar. Ela acompanha e fotografa diariamente a "vida longa" de um lanche do Mac Donalds, comprado a mais de dois ano, e se espanta com o que vê todos os dias.(http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tema-livre/um-espanto-fotografa-documenta-que-um-lanche-do-mcdonalds-751-dias-depois-de-comprado-nao-se-deteriorou/)
Mas há outros exemplos em que fotografia nos enleva e nos leva para mesas alheias.
No Face, por exemplo, a Celia Ribeiro, jornalista, sempre posta o resultado de suas investidas na gastronomia, nos dando colheradas de suas artes, onde a comida ganha molduras em pratos simétricos e coloridos, com arranjos e detalhes,  status de requinte que reforçam a teoria do "comer com os olhos primeiro". (ontem foi strogonofe, mas tem aquele pão caseiro que vai para a casa da tia ou a dobradinha que já ganhou fama de televisão)
Também no Face, a Bagueteria Orly, diariamente, e bem naquela hora em que a fome começa a apertar (entre 10h30 e 11h da manhã), posta o cardápio do dia e fotos ilustrativas dos pratos que serão parte da mesa apetitosa. Tem fotos que dá para sentir  o cheiro, mesmo estando na tela do computador, coisa que invade os sentidos.
É o neuromarketing, onde são associados uma série de fatores que ajudam na promoção da ideia ou do assunto. Alias, alguém já disse para nunca irmos ao supermercado com fome; alimente-se sempre antes, caso contrário tudo vai lhe parecer mais gostoso do que o normal e a conta sobe.
E tem a TatiSantafé, que nos brinda com as delícias da culinária japonesa e mais recente com fotos de Suhis e de camarões empanados. Orra meu !
Não esquecendo do Alfio, nosso amigo italiano que morou um tempo em Marília, voltou para a Itália e montou seu sonhado restaurante em Siracuza . É de lá que nos envia fotos dos quadros que pinta, quer dizer, dos pratos que ganham vida em sua cozinha, obras de arte . http://afotoquefala.blogspot.com.br/2012/02/uma-historia-um-amigo-especial.html
A partir destes exemplos dá para a gente pensar numa série de situações ou de assuntos que podem ser alvo de estudos e acompanhamento diário, tudo com foto . Assuntos da cidade, do local de trabalho, dos restaurantes ou dos barzinhos que frequentamos, da mesa de casa mesmo, ou do carrinho de lanche. Mas tem também aquela outra sacada legal que é escolher um determinado local da sua casa e registrar por um período o nascer e o por do sol.
Se você mora em uma chácara, como é o caso de meu amigo Cícero, da CM Consultoria, dá até para escolher um ponto onde o horizonte sirva de referência e fazer estes registros nas 4 estações do ano.Difícil?- Nem tanto assim.
Ontem, após o almoço, eu procurava pelos raios de sol que costumeiramente entram pela janela do meu quarto. Não os encontrei.
Com a mudança da estação, os raios de luz  também se mudaram. Pensei em por a câmera sobre um tripé e fazer o registro, de dentro para fora, até a nova estação chegar.
Coisas de louco? - Não, não, são coisas de quem gosta de fotografia mesmo. São fotos que falam.

Por Ivan Evangelista Jr

domingo, 20 de maio de 2012

CERCADOS DE BELEZAS NATURAIS, BAIRROS DA ZONA LESTE DE MARÍLIA QUEREM LAZER E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL


Por Célia Ribeiro

Moradores dos bairros da zona leste de Marília vivem o paradoxo de terem, ao alcance dos olhos, um cenário digno de cartão postal enquanto sofrem com a falta de opções de lazer . Os itambés, com suas cachoeiras e quedas d’água brotando da imensa área verde, são um espetáculo à parte que poucos têm aproveitado, como por exemplo, para a prática de esportes radicais. O que se vê, por outro lado, é o descaso com o acúmulo de lixo e entulho da construção civil que a Associação de Moradores do Jardim Aeroporto luta para combater.


Prática de parapente no Jardim Lavínia, captada por Ivan Evangelista
Formada por 15 bairros e condomínios, a entidade representativa de cerca de 10 mil habitantes, perdeu as contas das vezes que reivindicou melhorias para a região. Segundo a presidente, Waldivia Maria de Oliveira, uma das últimas mobilizações reuniu 631 assinaturas num abaixo-assinado entregue, no ano passado, ao ex-prefeito Mário Bulgareli.


Por incrível que pareça, carente de áreas públicas de lazer, a região possui um terreno com quase 10 mil metros quadrados, localizado no fim da Rua Shinji Kuroki, que reúne todas as condições para ser revitalizado. Os moradores sonham com a construção da praça que tem até nome: “Praça Pôr-do-sol”, cujo projeto foi elaborado pela arquiteta Angela Torres, gratuitamente.

Projeto da praça está só no papel
Na praça dos sonhos, estão previstos: ciclovia, academia ao ar livre, bancos para leitura, playground, jardim, mesas para xadrez e gamão, relógio solar além de teatro de arena. O ator principal, que aparece na maior parte do ano, promete um espetáculo sem cobrança de ingresso: o pôr-do-sol que se descortina no vale!
VIGILÂNCIA
Segundo a presidente da Associação de Moradores, a Prefeitura de Marília deveria investir naquelas áreas de preservação permanente, realizando limpeza periódica, bem como intensa fiscalização para coibir e, em caso de flagrante, punir com multas pesadas quem joga lixo ou descarrega caçambas de entulho da construção civil nos itambés que margeiam os bairros.
Sempre que ela recebe denúncia de moradores, Waldivia Maria recorre aos órgãos públicos na tentativa de resolver o problema. No entanto, é um trabalho de formiguinha que nem sempre é reconhecido, assinalou a líder comunitária. Sem sede própria (a entidade funciona na sua residência), a Associação também não tem renda, o que dificulta a atuação. Mesmo diante das dificuldades, a presidente está sempre batendo à porta da Câmara Municipal e da Prefeitura levando as reivindicações da população.
Itambés: grande potencial turístico inexplorado
(Foto: Ivan Evangelista)
Segundo a presidente, com poucos investimentos a administração municipal poderia fazer muito pela zona leste. Waldivia Maria citou o campo de futebol do Cecap Aeroporto: sem vestiários ou bebedouros de água, até os campeonatos esportivos promovidos anteriormente no local ficaram comprometidos: “Conseguimos que um projeto das melhorias fosse elaborado na Secretaria de Obras e levamos ao prefeito. Mas, por infeliz coincidência, recebemos a resposta negativa justamente no dia que o prefeito renunciou, cinco de março”.

Waldívia, presidene da Associação

Finalizando, a presidente da Associação do Jardim Aeroporto destacou que o Plano Diretor do Município previu “a criação do Parque dos Itambés, através de lei específica. Mas, nada foi feito. O que se vê é sujeira, entulho, lixo de construção que jogam dentro dos itambés. Não há nenhuma proteção ou recuperação ambiental”.
PREFEITURA

Através de nota da assessoria de Imprensa, a Prefeitura informou que adotou providências para solucionar os problemas citados pela líder comunitária: a Secretaria de Serviços Urbanos reuniu caçambeiros para orientação sobre descarte de entulho, promoveu a limpeza nas margens dos itambés, e realizou o plantio de 150 mudas de árvores no terreno destinado à praça.


Imagem de satélite mostra a vasta área verde e o terreno de
10.000 m2 destinado à Praça Pôr-do-Sol, no fim da Rua Shinji Kuroki
A nota acrescenta que está prevista a revisão do Plano Diretor e que, através de financiamentos habitacionais do governo federal, “promoverá a saída das famílias que moram em submoradias em áreas irregulares, como a dos itambés, para que estes espaços sejam mantidos com as características primitivas”.

Sem especificar qualquer previsão de construção da praça reinvindicada, a Prefeitura informa que “pela Lei Municipal 3600/1990 há a possibilidade de as praças municipais serem adotadas por Associações de Moradores, Comércio Local, e demais cidadãos na oportunidade de revitalização e ocupação do espaço público com suporte paisagístico e orientação técnica da Secretaria”.
A população pode denunciar o uso incorreto da área pelo telefone da SMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) 3401-2000.
Publicado no Jornal Correio Mariliense, edição de 20.05.12 - Marília Sustentável  

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ela voltou


Garça na espreita de boa pesca

Siriema






















Notamos hoje a presença dela novamente, lá no mesmo lugar de costume, no cantinho da cobertura metálica como se fosse um ornamento. A coruja da cara branca vai passar m bom tempo por aqui, é sempre assim, mas nunca notamos se ela, ou quem sabe ele, teria uma companhia.
Aparece assim do nada, parece que migra para outra região por um período longo de tempo e depois volta para o mesmo cantinho. Sabemos que faz poucos dias que voltou porque no chão, no local onde caem as cácas da dona coruja, tem pouca sujeira. Eu vi duas pelotas, sinal de que ela já encontrou alguns ratinhos nos seus vôos e caçadas noturnas.
Não sabia bem o que eram aquelas bolas e fui pesquisar. Descobri que depois de comer pequenos ratinhos ou outros animais que tenham couro, no processo digestivo a carne e os ossos são absorvidos, já o couro é expelido em forma de pelotas.
A coruja da cara branca completa bem a fauna que habita a Fundação Eurípides – Univem – tem as Seriemas que se reproduzem bem por lá e andam livres pelo estacionamento, tem os Teiús, alguns enormes e atrevidos a ponto de ameaçar dar carrerão nos alunos, têm os Sabiás que sempre voltam aos ninhos antigos para novas chocadas, os Quatis que se alimentam das frutas na área dos fundos, as Capivaras que tomam banho na represa e ficam de olho miúdo pro sol, a Garça branca, pescadora de Tilápias, teve a Jibóia que virou notícia na televisão e nos jornais, os Quero-Quero que se sentem dono do pedaço e ao menor sinal de invasão do território voam pra cima do inimigo com suas asas pontudas e ainda uma quantidade infinita de pássaros, de cores e cantos variados.
Na verdade, o que atrai esta fauna rica e diversa é um conjunto de fatores que trabalham aliados em prol do meio ambiente: a decisão acertada de se reflorestar a área, isto lá por volta de 1998, quando a maior parte do terreno era colonião e pasto. Foram plantadas mais de 3.000 mudas, de plantas nativas e de outras espécies variadas que dão frutos o ano todo, goiabeiras, pitangas, mangas, acerola, jambolão, pinha, calabura, bananeiras e paineiras, entre outras; a preservação das nascentes e a canalização das águas de chuva, formando um pequeno lago que ganhou alevinos e hoje fornece alimento para um monte de bichos.
Ao descer o terreno a gente sente o vento no rosto que sopra do vale, se é dia de chuva, o cheiro do Pau D´Alho enche as narinas, misturado ao aroma doce da trepadeira vermelha que cobre o caramanchão. Lá no alto, um canto trinado avisa que a área tem dono. É o gavião que mora no alto do eucalipto seco, de onde tudo vê, saltando livre no espaço para dar voltas e rasantes com as asas abertas quase que paradas.
Natureza livre em harmonia, paz de espírito e sintonia com Deus.
Ivan Evangelista Jr