quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ela voltou


Garça na espreita de boa pesca

Siriema






















Notamos hoje a presença dela novamente, lá no mesmo lugar de costume, no cantinho da cobertura metálica como se fosse um ornamento. A coruja da cara branca vai passar m bom tempo por aqui, é sempre assim, mas nunca notamos se ela, ou quem sabe ele, teria uma companhia.
Aparece assim do nada, parece que migra para outra região por um período longo de tempo e depois volta para o mesmo cantinho. Sabemos que faz poucos dias que voltou porque no chão, no local onde caem as cácas da dona coruja, tem pouca sujeira. Eu vi duas pelotas, sinal de que ela já encontrou alguns ratinhos nos seus vôos e caçadas noturnas.
Não sabia bem o que eram aquelas bolas e fui pesquisar. Descobri que depois de comer pequenos ratinhos ou outros animais que tenham couro, no processo digestivo a carne e os ossos são absorvidos, já o couro é expelido em forma de pelotas.
A coruja da cara branca completa bem a fauna que habita a Fundação Eurípides – Univem – tem as Seriemas que se reproduzem bem por lá e andam livres pelo estacionamento, tem os Teiús, alguns enormes e atrevidos a ponto de ameaçar dar carrerão nos alunos, têm os Sabiás que sempre voltam aos ninhos antigos para novas chocadas, os Quatis que se alimentam das frutas na área dos fundos, as Capivaras que tomam banho na represa e ficam de olho miúdo pro sol, a Garça branca, pescadora de Tilápias, teve a Jibóia que virou notícia na televisão e nos jornais, os Quero-Quero que se sentem dono do pedaço e ao menor sinal de invasão do território voam pra cima do inimigo com suas asas pontudas e ainda uma quantidade infinita de pássaros, de cores e cantos variados.
Na verdade, o que atrai esta fauna rica e diversa é um conjunto de fatores que trabalham aliados em prol do meio ambiente: a decisão acertada de se reflorestar a área, isto lá por volta de 1998, quando a maior parte do terreno era colonião e pasto. Foram plantadas mais de 3.000 mudas, de plantas nativas e de outras espécies variadas que dão frutos o ano todo, goiabeiras, pitangas, mangas, acerola, jambolão, pinha, calabura, bananeiras e paineiras, entre outras; a preservação das nascentes e a canalização das águas de chuva, formando um pequeno lago que ganhou alevinos e hoje fornece alimento para um monte de bichos.
Ao descer o terreno a gente sente o vento no rosto que sopra do vale, se é dia de chuva, o cheiro do Pau D´Alho enche as narinas, misturado ao aroma doce da trepadeira vermelha que cobre o caramanchão. Lá no alto, um canto trinado avisa que a área tem dono. É o gavião que mora no alto do eucalipto seco, de onde tudo vê, saltando livre no espaço para dar voltas e rasantes com as asas abertas quase que paradas.
Natureza livre em harmonia, paz de espírito e sintonia com Deus.
Ivan Evangelista Jr       

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