sábado, 12 de outubro de 2013

A fotoquefala e a foto que Sela


“A fotoquefala” é o nome do blog que surgiu a partir da necessidade de escrever sobre assuntos que permeiam os dias, sobre as experiências e a constante observação do meio. Caminhar pelas ruas da cidade é sempre um exercício mental fantástico, pois a paisagem urbana muda todos os dias e esta transformação de cenários é o que me cativa.
É por isto mesmo que a foto fala e ganha uma força de comunicação que não tem fronteiras, agora mais ainda com a ampla utilização da Internet e das redes sociais. Esta memória que a fotografia urbana encerra é algo inestimável, um legado que ficará à disposição das futuras gerações, dos estudantes e pesquisadores e pode ainda servir como moldura para eventos relevantes da cidade.
Em abril de 2001, por exemplo, em comemoração aos festejos de aniversário da cidade, três fotos de minha autoria estamparam bilhetes da Loteria Federal, sendo duas da Fazenda Cascata e uma da fachada da Fundação de Ensino “Eurípides Soares da Rocha”. Da mesma forma, é uma alegria muito grande quando recebo a solicitação de fornecer imagens para ilustrar textos pedagógicos ou para decoração de ambientes residenciais ou comerciais.
Fotos não podem ficar escondidas em caixas, em gavetas, ou mesmo guardadas em alguma pasta do nosso computador. Elas precisam de luz, precisam ganhar mundo.
Foi assim que, na noite de sexta-feira, 11/10, uma das fotos dos vários registros das pesquisas de campo do paleontólogo Wiliam Nava, meu caro amigo, foi apresentada ao público estampando o selo comemorativo aos 20 anos da descoberta do primeiro fóssil em Marília. Em sessão solene, ocorrida no auditório “Octavio Lignelli”, da biblioteca municipal, com a presença de diretores dos Correios, ao som do hino nacional, marilienses se reuniram para prestigiar a justa homenagem ao ilustre pesquisador Wiliam Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília.
Junto com o selo, foi lançado também o carimbo comemorativo, que será utilizado na agência central, na obliteração das correspondências postadas com destinos diversos. Estas correspondências, além dos seus importantes conteúdos, vão levar também a imagem de Marília, como cidade integrante do seleto grupo mundial de pesquisadores da paleontologia. Vão levar, também, a história de Wiliam Nava para novos territórios. É o referendo de uma frase utilizada pelos Correios, na qual se afirma: “Os selos postais desconhecem fronteiras em sua missão de propagar a cultura”. 
Não é a primeira vez que Marília marca presença na filatelia brasileira, mas é certamente um dos fatos mais relevantes para a história da cidade, tendo em vista que este mesmo museu poderá ser o grande diferencial do atrativo local do turismo receptivo e que nos levar a obter do governo estadual a especial condição de Estância Turística.
Parabéns, Wiliam Nava! Sua persistência é inspiradora, seu trabalho nos orgulha e engrandece a nossa comunidade. Marília agradece.
* O vídeo está disponível em http://youtu.be/HRJ9jJnOD6M
 
Ivan Evangelista Jr
Secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo
 
 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Marília, na rota do Turismo de Eventos e Negócios





A postagem de hoje é representativa para mim, é  o momento de compartilhar uma ação que foi motivo de grande satisfação pessoal na sua realização e, agora, de poder oferecer ao público mariliense e aos nossos visitantes mais uma fonte de informsções sobre Marília.
A minha paixão pela cidade e, pelo turismo receptivo, é algo que sempre deixei claro em todos os momentos. Havia um desejo de poder reunir dados sobre os locais para eventos,que mostrasse a cidade por um perfil que poucos conhecem e o quanto nós estamos preparados para receber eventos de grande porte, dos mais diversos segmentos.
Na verdade isto já acontece, pois as faculdades, os médicos, os esportistas,  as empresas em geral, promovem  uma série de eventos (seminários, congressos, workshop,treinamentos) durante o ano todo e movimentam recursos que envolvem desde a gastronomia , a hospedagem, os serviços de apoio, de recepção, o transporte, fotografia, vídeo , comunicação e imprensa, entre outros.
O próximo passo é atrair eventos de grande porte, principalmente aos finais de semana. Durante a semana a rede hoteleira local, que tem hoje 1.100 leitos disponíveis, conta com ocupação na ordem de 65% dos mesmos. Com um trabalho direcionado e sinérgico, com o apoio da Prefeitura, do Contur e do Marília Convention & Visitors Bureau, mais a participação imprescindível da iniciativa privada e da comunidade, podemos canalizar ações e chamar a atenção dos grandes organizadores de eventos para Marília.
É impressionante como estamos crescendo neste setor. Hoje mesmo eu visitei o Hotel Sun Valley e fotografei as obras de ampliação do salão para eventos que já estão bem avançadas. Eles vão dobrar a capacidade de recepção do salão e poderão receber eventos para até 2.000 pessoas. É claro que a visão empreendedora está orientada pelo movimento local, mas também pelo contexto geográfico que abrange mais de 1.500.000 pessoas, gente que vem das cidades vizinhas para fazer compras no comércio e nos shoppings, para passear, se alimentar, curtir as salas de cinema e também fazer negócios com as empresas locais. Pensou negócios, pensou turismo.
É assim que apresento a todos a mais nova publicação, pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo: o Roteiro para o Turismo de Eventos e Negócios, com informações bem legais para quem atua no setor e para quem deseja conhecer melhor a cidade que nos acolhe. A publicação tem a introdução que conta um pouco da história da fundação de Marília, dados estatísticos e sugestões de roteiros de lazer e cultura.
Quero registrar e agradecer o grande apoio da administração municipal, e de toda a equipe gráfica da prefeitura que fez o possível e o impossível para que o material pudesse ser distribuído no evento gastronômico em São Paulo, ocorrido na semana passada. Nossa "Galinhada de Panela", prato do Restaurante Cupim, foi eleita representante da gastronomia local e fez mais do que bonito no evento, o sucesso foi tanto que formou fila para degustar o prato. Parabéns ao empresário Roberto.
Estamos no circuito, estamos no jogo como se diz no jargão popular. Este material eu levei pessoalmente aos taxistas da cidade, nas recepções dos hotéis e em locais onde o fluxo de pessoas que podem ser potenciais organizadores de eventos é constante. A mensagem está sendo divulgada, é um período de plantar, para juntos, colhermos os frutos no futuro.]

domingo, 5 de maio de 2013

Histórias dos nossos pioneiros e do transporte em Marília


E foi ela quem me contou que o pai chegou a Marília por volta de 1925. Era um homem acostumado a lida dura, atendia a Cia Paulista de Estrada de Ferro, transportando toras tiradas por desbravadores do sertão paulista para fazer os dormentes onde se deitavam os trilhos. Coisa de homem bruto mesmo, para poucos e fortes, pois a malária e o tifo campeavam a região e levaram muitos pioneiros e seus sonhos para o fundo da cova.
Numa época de poucos recursos da medicina cabia aos curandeiros e raizeiros a receita para tentar driblar os malefícios. Era comum encontrar nas cabines dos fordinhos uma garrafada, mistura de quinino com vinho branco ou conhaque e salsaparrilha, ente outras raízes milagrosas, ainda hoje encontradas em feiras livres e casas do ramo.
Mas não foi a febre que tirou nosso personagem central, o Sr. Jacomo Zangarini, do ramo de transportes de tora, conforme nos contou sua filha Sylvia Garbelini.
Numa das viagens, depois de um dia de trabalho intenso, se acomodou como pode na cabine do caminhão enquanto o companheiro dirigia.Em determinado momento ele viu uma luz forte à sua frente, acordou assustado e confuso.
Não sabia se tinha batido a mão por acaso em um dos botões dos faróis, ou se havia outro veículo vindo na direção contrária, mas logo percebeu que não era nada disso. Foi um aviso do alto, nos conta Sylvia emocionada; “o caminhão perdeu o freio e desceu a serra de ré, se ele continuasse dormindo seria morte certa. Num ato rápido, ele abriu a porta e se atirou como pode para fora do veículo, caindo na beira da estrada de pedra e terra e com isto sofreu ferimentos graves.”
O acidente foi a gota d’água para uma decisão mais dura da sua genitora, a Sra. Joinse Molinari Zangarini, para sentenciar que não tiraria mais o pé de Marília. Ela estava cansada de tanta mudança, afinal, eles acompanhavam o percurso da estrada de ferro há bom tempo. “Era tanta mudança que ao começar arrumar a tralha, as galinhas já se deitavam no terreiro com os pezinhos pra cima e ficavam esperando a amarra dos pés para entrar no bambu e seguir novo destino.”
Foi assim que a família se estabeleceu definitivamente na Rua São Luiz, 264, em casa já construída em alvenaria. Ainda em recuperação do acidente, seu Jacomo recebeu a visita do amigo Pedro Sola e também uma nova proposta desafiadora – instalar uma linha de ônibus para o transporte de passageiros na cidade. A primeira linha, conta Sylvia, saía da Rua 9 de julho (próximo da antiga rodoviária) com destino ao cemitério da Saudade, ponta de linha. Depois veio a segunda, saindo do mesmo ponto central e com destino a Santa Casa, atendendo ainda os trabalhadores da antiga fiação de seda, na avenida Vicente Ferreira.
Sylvia contou também que nos fundos da casa havia uma garagem onde funcionou uma espécie de oficina, coisa comum até os anos 70, onde o estilo “faça você mesmo” era o remédio para não ficar dependendo de serviços profissionais de terceiros.
Muitos dos objetos da família foram doados ao nosso museu municipal.Ferramentas, máquina de costura tipo canelinha, rádios e vários apitos feitos em madeira, eram usados para chamar pássaros nas caçadas. Todos os objetos são recortes de suas lembranças de menina.
Ela perdeu o pai quando tinha sete anos de idade mas as histórias continuam vivas em sua memória.
O nosso encontro aconteceu na sede da escola/fundação CCBEU – Centro Cultural Brasil Estados Unidos,  rua Cel. José Braz, nº 77, que ela dirige com todo carinho e paixão pela educação de jovens e adultos. Foi lá que aconteceu a minha exposição fotográfica em comemoração ao 84º aniversário de Marília.
Obrigado Sylvia Garbelini por acolher o meu trabalho e as fotos, pela segunda vez. Em nome da Comissão de Registros Históricos de Marília, obrigado por compartilhar parte da sua história com todos nós.
Sylvia nos prometeu garimpar fotos e documentos para numa próxima oportunidade contarmos novas histórias por aqui.

Ivan Evangelista Jr
Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e fotógrafo         

 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Associativismo e agricultura familiar em alta


Compartilho com os amigos que nesta sexta-feira, 18/04, a partir das 8 horas, vamos  participar  de uma importante reunião no Ceasa. Com a coordenação do Sr. Capone, gerente do entreposto, será formalizada uma associação de produtores rurais que contará de início, com a participação de 25 agricultores.
O objetivo é que esta associação, com o total apoio da CATI, das Secretarias Municipais da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico, entre outras, se torne fornecedora de alimentos que fazem parte da lista da merenda nas escolas de Marília.
Estamos falando de 45.000 alunos, que consomem diariamente alimentos em 120 pontos da rede municipal. Hoje, os alimentos são comprados por licitação e chegam a Marília, produtos vindos de cidades bem distantes que participam do pregão e passam a ser fornecedores.
A Associação de Agricultores poderá contar com recursos direcionados pelo governo do estado que vem “carimbado” para esta finalidade, sendo que 30% da lista total pode ser comprada pela modalidade de “Chamada Pública”, mais simples que um pregão, e que justamente possibilita aos pequenos agricultores familiares se beneficiarem dos programas de incentivo dos governos Federal e Estadual.
Detalhe, o dinheiro, a verba pública fica disponível para o município e se não for empregada desta forma, volta para o governo estadual.
O programa ajuda a fixar o homem no campo e, ao mesmo tempo, incentiva que parte da colheita local e regional seja absorvida pela estrutura municipal. A associação terá sua sede no Ceasa, que por sua vez, através do trabalho do Sr. Capone, já pegou a lista de produtos da merenda escolar e vai apontar o que temos plantado na região e o que está comprado fora e pode ser plantado aqui.
É um desafio, sem dúvida, mas é uma iniciativa que já funciona em Vera Cruz, em Garça e também em Fernão. Outro fator de sucesso do programa é a sintonia com o setor de compras municipal, com a participação efetiva das nutricionistas/merendeiras, responsáveis pela elaboração do cardápio semanal, contemplando produtos sazonais.
Diga-se de passagem, que estamos falando de muita comida e de boas oportunidades para quem planta, na linha direta com quem compra, sem a intervenção dos atravessadores e com grande incentivo do nosso prefeito municipal e toda a equipe administrativa.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

“Exposição de Emoções...Marília Bela” no CCBEU, através do olhar fotográfico de Ivan Evangelista Jr.


Em homenagem à “Cidade Símbolo de Amor e Liberdade” pelos seus 84 anos, o Centro Cultural Brasil - Estados Unidos de Marília expõe este mês, em sua Galeria de Artes / Espaço Cultural Prof. Edmond Atallah, belíssimas fotos feitas por Ivan Evangelista Jr - imagens que mostram a cidade em diferentes períodos do ano, incluindo registros da fauna silvestre que frequenta as praças e avenidas da cidade em busca de alimentos. “Costumo dizer que o fotógrafo é um colecionador de bons momentos. A fotografia tem a magia de eternizar emoções e guardar a memória de um fato, de pessoas ou eventos que acontecem em nossas vidas”, disse Ivan em entrevista ao Caderno 2, falando um pouco de sua grande paixão pela cidade e pela fotografia. “A primeira câmera fotográfica foi uma Nikon, modelo F608, adquirida em 1996, oferta de um amigo dekassegui que vendeu o equipamento para juntar recursos e voltar ao Japão. Numa atitude compulsiva, passei a fotografar quase tudo que estava ao meu redor, descobri que havia uma segunda e uma terceira visões, além do olhar rotineiro que utilizamos para nos locomover pelas ruas e calçadas, quase sempre descuidado ou desatento”, disse, acrescentando: “O olhar pela lente transforma o cenário que está à nossa frente. O ato de focar a imagem já é, por si, um despertar desta consciência adormecida que todos têm, mas que muitas vezes fica escondida entre pensamentos e preocupações que cercam as nossas vidas. E, assim, perdemos inúmeras oportunidades de apreciar o belo ou o inusitado. Daí algumas pessoas dizerem que fotografia é poesia.” Segundo Ivan, a preferência por paisagens nasceu de forma natural. “Sempre admirei as transformações urbanas e gosto muito de registrar o dinamismo da nossa cidade. A fotografia acontece, primeiro, na mente do fotógrafo. Ele faz a leitura do cenário, analisa, interpreta e somente depois é que aperta o botão da máquina para disparar o diafragma, ou seja, a foto já aconteceu, foi precedida de um diálogo mental muito profundo e questionador. Nesta exposição, por exemplo, utilizei alguns recursos de manipulação digital de imagens para destacar linhas e estruturas geométricas que estão presentes no conjunto da imagem, mas, se não houver esta intervenção elas ficam despercebidas. Foi o que eu descobri ao fotografar o bondinho do parque “Monteiro Lobato”, uma arquitetura de traços que valorizam a temática central. O bonde já é uma grande atração visual pela informação histórico e cultural que carrega, mas as suas linhas e contornos, as linhas retas de suas janelas, quando destacadas, se transformam em molduras para outros cenários subjetivos e implícitos na mesma foto. No mesmo contexto, estão os ipês brancos registrados no bosque municipal “Rangel Pietraroia”. A foto original e colorida foi transformada em preto e branco e ganhou uma nova matização e mais contraste. O resultado foi um jogo de luzes e sombras que realçou e harmonizou a paisagem, de forma que as pessoas que visitam a exposição e observam o quadro são transportadas intuitivamente para o cenário. Mas há também fotos de paisagens, de serras cobertas de neblinas, fotos feitas durante os períodos de inverno, onde as furnas e itambés que rodeiam a cidade guardam no fundo das encostas a massa de ar quente do dia. Nas madrugadas, nos momentos que antecedem o despertar do sol entre as linhas do horizonte, o choque entre o frio e a umidade do sereno, com massa de ar quente, produz este fenômeno da neblina branca e densa, que mais parece um mar de leite descansando em berço esplêndido,” comentou Ivan, afirmando que “é esta a proposta da exposição: tirar as pessoas do olhar comum e transportá-las para o mesmo ponto de vista do fotógrafo, de transportar o visitante da condição de agente passivo, de simples espectador, para integrante da cena, de despertar sentidos e proporcionar uma viagem até o local onde a foto foi realizada e chegar ao ponto de sentir toda a energia que estava ali naquele momento. Parece algo meio que surrealista, mas não é. Na foto da Avenida Sampaio Vidal, enfeitada para o Natal com luminárias representando ramos de café e coloridas de verde, é possível entender bem esta proposta de se deixar levar para um estado de mente criativa e harmonizada. O conjunto de luzes contrastando com o fundo escuro da noite, as linhas dos prédios, a arquitetura urbana revelada timidamente, o leito do asfalto e mais uma série de informações subjetivas presentes na cena, são estímulos visuais e sensoriais que despertam emoções na observação da cena emoldurada.” Além de fotógrafo, Ivan Evangelista Jr. é também chefe de gabinete da reitoria e gestor de Marketing no Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM, apicultor, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e autor do blog www.afotoquefala. blogspot.com.br Sobre o Espaço Cultural do CCBEU (localizado na rua Cel. José Braz, 77), o autor das fotos expostas na “Exposição de Emoções...Marília Bela” afirmou: “é um local privilegiado e eu agradeço aos diretores por esta oportunidade de expor meu trabalho para os alunos e visitantes. Valorizar o trabalho artístico é uma atitude que nos incentiva a continuar trazendo novas exposições para o público mariliense.” A exposição pode ser vista de segunda a sexta-feira das 8h30 às 11h e das 13h30 às 20h (sábados das 8h30 às 11h), até o dia 29 deste mês. Mais informações: tel. 3454- 4110.
Fonte: Jornal da Manhã, edição de 10/04/2013

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Antes do mel, vem a vida no planeta


 
Compartilho informações com os amigos sobre algumas boas notícias que estão chegando e que dão sinais que as coisas estão mudando. Antes, porém, quero resgatar uma idéia que passei na lista de discussão sobre apicultura que eu participo com amigos de todo o Brasil - a importância da sinalização das áreas onde se encontram projetos de apicultura.
Comentei com eles sobre sobre tomarmos a iniciativa de sinalizar o entorno do apiário com placas, e se fosse do desejo do apicultor, acrescentar o telefone de contato nas mesmas placas, ou da associação que o representa.
As grandes empresas que vendem herbicidas e defensivos já incluíram em suas pautas de reunião com as equipes de vendas, que promovam, sempre que possível, palestras sobre o manejo correto destes produtos e a obtenção previa de informações sobre projetos ambientais (inclusive apiários) existentes na mesma área,seja o trabalho de aplicação da pulverização terrestre ou aéreo. 
As abelhas estão ganhando a devida importância como agentes polinizadores e os prejuízos para as empresas que ainda não atentaram para este fato estão sendo grandes.Os tribunais já começam a dar ganha de causa para alguns apicultores e no exterior o assunto está fervendo. 
A sugestão dos dizeres da placa, nas cores amarela e preta , foi esta :
ATENÇÃO
ÁREA DE APICULTURA
ANTES USAR DEFENSIVOS OU AGROTÓXICOS INFORME-SE PELO FONE (14).............
PROTEJA O MEIO AMBIENTE
Quem conhece um pouco sobre o Direito, sabe que na ocorrência de acidentes com a aplicação de defensivos por produtores rurais, havendo estas placas na região, as chances de uma ação de reparos de danos ser favorável ao meliponicultor são muito maiores, do que quando a defesa do causador do acidente puder alegar o desconhecimento dos projetos na região. E, salvo engano, nem sempre o sabem por falta de divulgação.  
Onde instalar as placas? Eu penso que num raio de 500 metros, no mínimo, isto quando o apicultor é considerado um pequeno produtor de mel. Quando for maior, acima de 100 colméias, por exemplo, o ideal é que se espalhe as placas por uma região de no mínimo 4 km de raio, tendo como o epicentro o local das colméias. Lembrando sempre que em média as abelhas alcançam este mesmo raio na busca de fontes alimentares.
No início, cada  associação poderá fazer o seu próprio mapeamento dos locais de produção. Concluído este trabalho, os mapas poderão ser encaminhados aos grandes produtores de herbicidas e defensivos agrícolas, via correio/sedex, ou por outros caminhos bem mais práticos.As lojas e cooperativas que vendem estes defensivos são os principais canais de distribuição e disseminação destas informações.
Os representantes comerciais dos fornecedores vão levar até as suas gerencias e empresas os mapas sobre as áreas que devem ser respeitadas.
A partir do momento que esta prática do mapeamento for instalada, as informações vão circulando com maior velocidade e ficará mais difícil, no futuro, alegar desconhecimento em casos de "acidentes" com a aplicação de defensivos.
Em Marília vou apresentar formalmente esta proposta na próxima reunião da nossa associação  AMAR.
Para finalizar, falo sobre a produção das placas. Nos centro urbanos, onde há maior quantidade de descarte de material que pode ser reciclado, é possível fazer estas placas  com restos de madeiras, ou aqueles fundos de guarda-roupas,geralmente jogados nos terrenos baldios ou esquinas.Podemos ainda reaproveitar o verso de placas de propaganda de metal, ou mesmo aqueles banners plásticos, o mesmo modelo utilizado nas campanhas políticas.
Mas não tenho dúvidas que em breve boas empresas vão querer aliar a sua Marca a uma causa tão justa e vão patrocinar estas placas.
- Será que vai funcionar? - Sim, não tenho dúvidas.
Quem já viajou para Santa Catarina, teve a chance de ver as placas anunciando - Marreco, a 50 Km, mais adiante, Marreco, a 25 Km e assim por diante, até chegar ao restaurante que faz o tal marreco assado, e a vontade de comer já foi despertada. O mesmo ocorre com as tortas alemãs, ou o “pão com linguiça caseira”. Em Minas, as placas anunciam “pão de queijo quentinho e café do fogão de lenha e o queijo mineiro”.
No estado de São Paulo, tem as  placas anunciando a Quinta do Marquês, com suas incríveis novidades na loja de artigos e enfeites domésticos, e uma gastronomia fantástica, ou mesmo o famoso restaurante do Km 53 da Castelo Branco, placas enormes, com uma foto grande e saborosa de um bom bacalhau, servido em louça branca.
Para os mais saudosos, na década de 70/80, quem não se lembra de ver nas pontes e muros pixados com a frase curta - CÃO FILA. Eu ficava intrigado em saber o que era aquilo.
Mas é assim que funciona, informação lida, informação registrada. 
Esta é minha contribuição ao grupo de meliponicultores do Brasil. 

Ivan Evangelista Jr - apicultor em Marília - SP