sábado, 9 de fevereiro de 2013

Antes do mel, vem a vida no planeta


 
Compartilho informações com os amigos sobre algumas boas notícias que estão chegando e que dão sinais que as coisas estão mudando. Antes, porém, quero resgatar uma idéia que passei na lista de discussão sobre apicultura que eu participo com amigos de todo o Brasil - a importância da sinalização das áreas onde se encontram projetos de apicultura.
Comentei com eles sobre sobre tomarmos a iniciativa de sinalizar o entorno do apiário com placas, e se fosse do desejo do apicultor, acrescentar o telefone de contato nas mesmas placas, ou da associação que o representa.
As grandes empresas que vendem herbicidas e defensivos já incluíram em suas pautas de reunião com as equipes de vendas, que promovam, sempre que possível, palestras sobre o manejo correto destes produtos e a obtenção previa de informações sobre projetos ambientais (inclusive apiários) existentes na mesma área,seja o trabalho de aplicação da pulverização terrestre ou aéreo. 
As abelhas estão ganhando a devida importância como agentes polinizadores e os prejuízos para as empresas que ainda não atentaram para este fato estão sendo grandes.Os tribunais já começam a dar ganha de causa para alguns apicultores e no exterior o assunto está fervendo. 
A sugestão dos dizeres da placa, nas cores amarela e preta , foi esta :
ATENÇÃO
ÁREA DE APICULTURA
ANTES USAR DEFENSIVOS OU AGROTÓXICOS INFORME-SE PELO FONE (14).............
PROTEJA O MEIO AMBIENTE
Quem conhece um pouco sobre o Direito, sabe que na ocorrência de acidentes com a aplicação de defensivos por produtores rurais, havendo estas placas na região, as chances de uma ação de reparos de danos ser favorável ao meliponicultor são muito maiores, do que quando a defesa do causador do acidente puder alegar o desconhecimento dos projetos na região. E, salvo engano, nem sempre o sabem por falta de divulgação.  
Onde instalar as placas? Eu penso que num raio de 500 metros, no mínimo, isto quando o apicultor é considerado um pequeno produtor de mel. Quando for maior, acima de 100 colméias, por exemplo, o ideal é que se espalhe as placas por uma região de no mínimo 4 km de raio, tendo como o epicentro o local das colméias. Lembrando sempre que em média as abelhas alcançam este mesmo raio na busca de fontes alimentares.
No início, cada  associação poderá fazer o seu próprio mapeamento dos locais de produção. Concluído este trabalho, os mapas poderão ser encaminhados aos grandes produtores de herbicidas e defensivos agrícolas, via correio/sedex, ou por outros caminhos bem mais práticos.As lojas e cooperativas que vendem estes defensivos são os principais canais de distribuição e disseminação destas informações.
Os representantes comerciais dos fornecedores vão levar até as suas gerencias e empresas os mapas sobre as áreas que devem ser respeitadas.
A partir do momento que esta prática do mapeamento for instalada, as informações vão circulando com maior velocidade e ficará mais difícil, no futuro, alegar desconhecimento em casos de "acidentes" com a aplicação de defensivos.
Em Marília vou apresentar formalmente esta proposta na próxima reunião da nossa associação  AMAR.
Para finalizar, falo sobre a produção das placas. Nos centro urbanos, onde há maior quantidade de descarte de material que pode ser reciclado, é possível fazer estas placas  com restos de madeiras, ou aqueles fundos de guarda-roupas,geralmente jogados nos terrenos baldios ou esquinas.Podemos ainda reaproveitar o verso de placas de propaganda de metal, ou mesmo aqueles banners plásticos, o mesmo modelo utilizado nas campanhas políticas.
Mas não tenho dúvidas que em breve boas empresas vão querer aliar a sua Marca a uma causa tão justa e vão patrocinar estas placas.
- Será que vai funcionar? - Sim, não tenho dúvidas.
Quem já viajou para Santa Catarina, teve a chance de ver as placas anunciando - Marreco, a 50 Km, mais adiante, Marreco, a 25 Km e assim por diante, até chegar ao restaurante que faz o tal marreco assado, e a vontade de comer já foi despertada. O mesmo ocorre com as tortas alemãs, ou o “pão com linguiça caseira”. Em Minas, as placas anunciam “pão de queijo quentinho e café do fogão de lenha e o queijo mineiro”.
No estado de São Paulo, tem as  placas anunciando a Quinta do Marquês, com suas incríveis novidades na loja de artigos e enfeites domésticos, e uma gastronomia fantástica, ou mesmo o famoso restaurante do Km 53 da Castelo Branco, placas enormes, com uma foto grande e saborosa de um bom bacalhau, servido em louça branca.
Para os mais saudosos, na década de 70/80, quem não se lembra de ver nas pontes e muros pixados com a frase curta - CÃO FILA. Eu ficava intrigado em saber o que era aquilo.
Mas é assim que funciona, informação lida, informação registrada. 
Esta é minha contribuição ao grupo de meliponicultores do Brasil. 

Ivan Evangelista Jr - apicultor em Marília - SP

Um comentário:

  1. Ivan, como sempre, vc dando ótimas dicas. Está aí um assunto que chamou minha atenção. Que tal uma pauta para a página "Marília Sustentável" do Correio Mariliense? Parabéns pela iniciativa. Abração

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