domingo, 4 de janeiro de 2015

Ruas com temas natalinos e bíblicos

Um conjunto de ruas localizadas em dois bairros bem tranquilos da cidade nos remete ao Natal e toda a sua magia. Convidando os leitores a fazer este passeio, e para facilitar a orientação urbana, tomem como referência a Casa de Betânia, das irmãs do Sagrado Coração de Jesus.  
Seguindo pela rua Tenente Antônio João, lateral da Casa de Betânia, sentido norte, chegamos à Vila Altaneira e listamos as seguintes ruas: Belém, Nazaré, Jerusalém,  Betânia, Jericó, Cananéia, Emaús, Calvário e Galileia.
Para completar, temos a Rua Cristo Rei, começando na rotatória da Vicente Ferreira, e lá no final, avistamos o Memorial das Apóstolas do Sagrado Coração.
Nazaré foi a cidade do nascimento da Virgem Maria e também o local onde Jesus passou boa parte de sua infância e por isso se tornou um centro de peregrinação cristã. É uma rua curtinha, porém muito agradável e com residências bem cuidadas. Do último quarteirão, avistamos, lá do outro lado da cidade, o Santuário São Judas Tadeu.   
Depois seguimos para Rua Belém, local onde nasceu Jesus de Nazaré, cidade habitada por uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, e cantada em versos de várias músicas natalinas. No Brasil, a tradução mais comum para Belém é “Casa do Pão”, sendo utilizada para identificar centros assistenciais que servem refeições e acolhem pessoas carentes. Na rua Belém está a escola Emef
“Célio Corradi”, e bem ao lado da mesma encontramos a fonte de água potável “Padre Guy Fortier”.
Galiléia, atual Palestina, é uma região que concentra todas estas cidades bíblicas. Esta rua também me chamou bastante a atenção pela tranquilidade e concentração de residências com fachadas e jardins bem cuidados. Notei ainda um costume comum de tempos mais antigos, que é manter quintais com muitas frutíferas e muitos vasos e plantas nas áreas das casas. Em uma das residências as placas “vende-se frangos e ovos caipiras” e “vende-se gansos”, instalada no portão, indica que é possível encontrar produtos de origem rural bem mais próximo do que imaginamos.
Paralela à Rua Galiléia está a Rua Emaús. Segundo a tradução, significa riacho quente, foi uma cidade antiga localizada próxima de Jerusalém, e segundo as escrituras, foi o local onde Jesus apareceu diante de dois de seus discípulos após a sua ressureição. Já a Rua Cananéia é uma referência aos povos de origem de Canaã, antiga denominação da região correspondente à área do atual Estado de Israel.
A Rua Jericó é muito utilizada pelos marilienses, recebe todo o fluxo de veículos das Ruas José Bonifácio e Salgado Filho. Da esquina com esta última, por não ter prédios residenciais que tampam a visão, temos um bom enquadramento para fotos do centro da cidade, onde se destaca no cenário a cúpula da Matriz de São Bento.  Acima dela, paralela, está  Rua do Calvário.
Em latim, Calvária, em hebraico,Golgota, “lugar da caveira”, ficava perto de Jerusalem local onde o Cristo foi crucificado. Nas pesquisas realizadas encontrei uma passagem que merece registro: “O imperador bizantino Constantino, contruiu a igreja do Santo Sepulcro sobre o que se pensava ser o sepulcro de Jesus, entre 326 e 335, perto do lugar do Calvário. De acordo com a tradição cristã, o Sepulcro de Jesus e a verdadeira cruz, foram descobertos descobertos pela imperatriz Helena de Constantinopla, mãe de Constantino, em 325.
Vista a partir da Rua Jericó
A igreja está hoje dentro das muralhas da cidade antiga de Jerusalém, após a expansão feita por Herodes Agripa, em 41-44, mas o Santo Sepulcro estava provavelmente além das muralhas, na época dos eventos relacionados com a vida de Cristo.

Ao fazer o circuito das ruas aqui mencionadas não prenda os olhares apenas nas linhas longitudinais e fachadas. Com altos e baixos, a região toda favorece boa visão dos bairros que se avizinham e o descobrimento de informações que quase não são registradas no cotidiano. Um exemplo prático é quantidade de áreas verdes com produção de hortaliças que abastecem parte do mercado consumidor local.
Aproveitando as águas que brotam das minas, comuns nas baixadas, como já mencionei em artigos anteriores, são fontes de vida, e de trabalho para muitos cidadãos que ainda preferem o contato com a vida da natureza como forma de ganhar o pão de cada dia.
Pelas lentes da companheira Nikon, quase que inseparável no dia-a-dia, captei imagens que me remeteram à Marília dos anos 70 e 80, onde as hortas eram mais comuns. Ainda não se falava em “orgânicos”, mas a gente sabia a origem dos produtos, dos adubos e dos métodos de controle de pragas.
Nas andanças para a captura dos registros e das informações para a produção do artigo alguns detalhes que despertaram mais a minha atenção: a tranquilidade das pessoas que caminham pelas ruas no sol da manhã, na Rua Galiléia, prolongamento, uma jovem paineira que esparrama a sua vitalidade e anuncia florada para o próximo ano, e não raro, pessoas com enxadas nas mãos, capinando a calçada e a guia, trocando palavras com os vizinhos e fazendo planos de reformar a moradia para o próximo ano.

É Natal, é a vida que renasce dentro de todos nós. Feliz  2015.   
Publicado no Jornal Diário de Marília, em 04/01/2015

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