domingo, 14 de junho de 2015

A Estação Ecológica de Marília (Decreto nº 56.615, de 28 de dezembro de 2010)

O amigo Leonel Nava me questionou se sabia da existência de uma Estação Ecológica em Marília.  Fiz algumas pesquisas e encontrei informações a respeito do assunto, que também me surpreendeu, visto que por se tratar de informação relevante poderia estar mais difundido.
Vista parcial da área














No site Wiki Aves (http://www.wikiaves.com.br/areas:esec_marilia:inicio) consta:  “A Estação Ecológica de Marília é uma unidade de conservação de proteção integral situada no município de Marília, Estado de São Paulo, que possui área de 607,14 hectares e “tem por objetivo a preservação dos ecossistemas e processos ecológicos, em zona de grande relevância ambiental, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
Antiga placa orienta visitantes
ambiental em contato com a natureza” (Artigo 2º do
Decreto nº 56.615, de 28 de dezembro de 2.010).A vegetação predominante é do tipo Floresta Estacional Semidecidual, em cujo interior situam-se nascentes que compõem o manancial da Bacia Hidrográfica Aguapeí-Peixe.“Os estudos geográficos do município de Marília apontam que a cidade está em toda sua extensão situada sobre o ramo ocidental da Serra dos Agudos que a atravessa de leste a oeste (englobando inclusive os municípios vizinhos). Os rios então, nascem nestas serras e fluem para dois lados: norte (para o Rio Aguapeí) ou sul (para o Rio do Peixe). A região tem pouca vegetação nativa, há predomínio de campos abertos e vegetação rasteira”
Adicionar legenda
Em outro site encontrei mais estas informações:  A Estação Ecológica de Marília permitirá aumentar a proteção ambiental na região. O nível de preservação atual do território é de cerca de 6,5%, índice inferior à média do estado (17,5%).O local fica ao norte do município e detém animais e plantas ameaçados de extinção. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, a medida também pode estimular a pesquisa ambiental em Marília já que há forte presença de universidades na região.
O assunto se tornou curioso e me incentivou a organizar uma expedição in loco para conferir de perto todo este contexto. Assim, no dia 13/06, me dirigi até a área mencionada, área esta conhecida de muitos marilienses como Fazenda do Estado.
De fato o nível de preservação é muito baixo, áreas enormes de pastos, quase nada de vegetação nativa e o vento não encontra barreiras naturais na região. Mesmo próximo da
ponte do Rio Tibiriça, onde muitas vezes pesquei Lambarís e Mandís, as áreas verdes existentes são aglomerados de plantação de eucaliptos ou de pinus, árvores introduzias na paisagem com vistas a cessar a ação danosa do assoreamento e da erosão.  Ainda que verdejantes, o cenário geral é muito artificial.
Passando pela sede da antiga Fazenda do Estado, seguimos sentido às margens do rio, o que não foi possível porque encontramos porteiras com cadeados que interromperam o caminho. Um fio de mata nativa pode ser observado nesta trajetória, o que pode ser acompanhado pelas imagens aéreas do Google.
O terreno é marcado pelo afloramento de rochas na estrada de chão, com sinais de calcário e muita areia. Aqui ou ali um capoeirão de cana-de-açúcar que certamente deve servir de complemento para a ração do gado. Poucas árvores nativas, entre elas, paineiras, farinha seca, a ficheira e na beira do rio, de longe, avista-se a forte presença da sangra d’água, o que pode ser um fio de esperança neste cenário promissor.
De certo ponto da estrada pode-se observar no horizonte a cidade de Marília, um privilégio proporcionado pela curiosa condição geográfica do terreno regional. 

Concluindo. Se a ideia é fazer da área uma Estação Ecológica, é preciso agilizar providências no sentido de criar uma conscientização mais sistêmica entre os pequenos situantes da região, entrar, forte, com educação ambiental nas escolas que as crianças ali moradoras frequentam, incentivar o plantio de espécies nativas, de portes variados, bem como de frutíferas, para contribuir na atração de pássaros e a fauna silvestre.   

Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, fotógrafo e pesquisador.

Um comentário:

  1. Boa descrição do local e das dificuldades encontradas. Estão sendo retomadas as discussões que objetivam desenvolver um Plano de Manejo que propicie tornar a área uma verdadeira Estação Ecológica com fins conservacionistas, de pesquisa, e, por que não turísticos (sustentável).
    Gostaria de avisar a todos os interessados, que dia 18/01/17, às 9:00 na CATI (Marília), haverá uma reunião para tratar da continuidade do processo de implantação da Estação Ecológica de Marília. Se tiver interesse em participar desse processo, compareça.

    ResponderExcluir