segunda-feira, 27 de julho de 2015

Tem franguinho na panela

Novo local: bancas na av. das Indústrias e na Sampaio Vidal 
Parece que a mudança do local da tradicional feira-livre de domingo foi positiva. Ao menos é o que parece quando contabilizamos o número de barracas e a variedade de opções e produtos que se pode encontrar neste espaço tão popular.
Antes, a conhecida “rua do rolo”, se restringia a uma extensão de pouco mais de 50 metros, se tanto, acomodando pequenos comerciantes de quinquilharias que se sempre encontram compradores certos. Hoje eles estão muito bem acomodados na Av. das Indústrias e as bancas se expandiram, existe maior oferta de produtos e melhor acomodação para os expositores. O espaço fácil para estacionamento dos veículos de transporte é um dos fatores deste crescimento, com a possibilidade de chegar mais próximo da banca os feirantes trazem equipamentos mais pesados e maior quantidade.
Tradicional vendedor de galinhas 
E a venda de galinhas continua fazendo sucesso. A dona de casa chega perto das gaiolas, avalia as aves, e pede para ver duas ou três. Segurando pelas pernas ela apalpa o peito, verifica debaixo das asas e depois faz uma criteriosa observação da crista. Este procedimento é uma tradição que vem dos tempos, passou de mãe para filha e se tornou um controle de qualidade. A asa tem que estar bem amarelinha, a crista, bem vermelha e saudável e o peito tem que ser carnudo. Garantia de uma panelada apetitosa.


Sapecando o frango (foto internet)
Duas formas de preparo: a de destroncar o pescoço, aquela que segura pelos pés e pua o pescoço da ave até estralar e depois deixa se debatendo até a morte, e a do corte do pescoço  podendo aparar ou não o sangue. Aparar o sangue? – Sim, depois de colhido em vasilha, segue uma pitada de sal e um pouco de cheiro-verde picado e será acrescentado ao molho quando o preparo estiver quase pronto. É o frango ao molho pardo, tradição da cozinha do interior.
Aves expostas em gaiolas
Em tempos de supermercados modernos e com bandejinhas cortes variados, tudo limpinho e higiênico, quase não se vê mais uma senhora das antigas fazer todo este ritual do estica e puxa, tira a pena, sapeca no fogo, tira os miúdos, sapeca no fogo e depois tempera para ir ao fogo. Aliás, mesmo antigamente tudo isto era feito antes da família levantar-se da cama e longe dos olhos das crianças que morriam de dó da galinha que sangrava ou se debatia no fundo do quintal. Um frango caipira nos dias atuais tem forte apelo gastronômico, mas poucos encaram na hora da refeição. Aqui em casa é assim, pode estar na mesa, acompanhado de uma polenta e de molho da melhor qualidade que não vai ganhar a preferência dos consumidores.



Caipira ao molho pardo (foto internet)
Mas tem muita gente que ainda consome o caipira na sua mais tradicional forma de preparo, prova disso é as duas bancas que ainda permanecem na feira, sempre levando mais aves para agradar os clientes. Tem domingo que chega a faltar e as encomendas já ficam agendadas para a próxima semana.

Ivan Evangelista Jr, Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília 

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