segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A feira, sempre a feira

Panelas de ferro e produtos da roça
Desde que os feirantes começaram a utilizar as lonas azuis na cobertura das barracas os itens expostos ganharam uma tonalidade diferente. Para os olhos menos atentos parece que tudo fica com a cor mais escura e pode até inibir a compra.
Mas a qualidade dos procutos continua insuperável e, tendo a paciência de procurar, certamente vai encontrar frutas muito doces e pés de alface merecedores de compartilhar boutiques de flores.
Um dos feirantes está buscando mercadorias no estado de Minas e trouxe mamões que há muito eu não via por aqui. Frutos grandes, alguns passando de 4 Kg, viçosos e doces. O preço? Uma pexinxa, dois mamões por R$ 5,00.
A banca de peixe está passando por melhorias e a Da. Maria limpa as sardinha com maestria. Tira as escamas, tira os espinhos da dorsal e arruma as espalmadas nas bandejinhas, prontas para chegar em casa, temperar no sal e limão, passar no fubá e fritar A casquinha fica crocante e o recheio bem macio.
A banca do Café do Feirante ganhou maior variedade e agora tem amendoim in natura, feijão, requeijão do norte, queijo fresco, biscoito de polvilho, doces de Minas, pão caseiro e frutas cristalizadas.
A moda da mandioca descascada pegou. O que se vende de mandioca limpa é algo que deveria ser mensurado pra gente ter a noção do quanto este prato é apreciado pelos compradores. O preço ajuda, vai de R$ 2 a R$ 3 o pacotinho, as variedades preferidas são a vassourinha e a mandioca amarela.
Seis garapeiros moem canas ininterruptamente e servem fartos copos, geladinhos, vai com, ou sem limão (?), e a turma se reúne em volta da moenda barulhenta enquanto os goles matam a sede e deixam o famoso bigodinho de espuma.
Outra barraca bem Brasil é a do milho verde. A família se especializou em produzir delícias do milho, tudo preparado ali, na frente do público que forma fila enquanto espera a próxima panelada de pamonha. O milho cozido é cortado caprichosamente em bandejas e servido para comer com colher, a pamonha é comida na palha mesmo, saindo fumaça ainda e queimando o beiço dos mais afoitos. E ainda tem curau, bolo de milho e espigas verdes para levar pra casa e fazer refogado na manteiga com um toque de cheiro-verde no final.
Quase tudo estava por R$ 2,00. As folhas, as beterrabas, as batatinhas, pimentão, salsinha e cebolinha e as mudas de várias espécies para quem curte uma horta caseira.
Desta vez eu trouxe para casa um pé de arruda, um de erva-doce e outro de losna. A losna fez parte da minha infância, tinha um pé enorme no quinta, bem pertinho do pé de laranja lima. Dois excelentes digestivos e reguladores da digestão.
Viva a vida e boa semana a todos.