terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Super Lua e sua influência inspiradora

Para aqueles que ainda não acreditam na influência da Lua sobre as “coisas da terra” hoje temos mais um causo para contar. O feriadão prolongado está bem recheado, de lua cheia a Antonov tivemos bons motivos para curtir os amigos e inventar moda.

O big Antonov passando sobre a cidade de Primavera do Leste

Acompanhar a chegada do super avião pelo Flight foi uma experiência bem legal e poder observar ele cruzar o território brasileiro até chegar em Campinas onde literalmente foi recepcionado com honras de sua Majestade. Coisa boa essa tal internet, tudo em tempo real, mesmo estando distante dos fatos a gente pode curtir e compartilhar.

Mas a noite de segunda-feira ainda aguardava a super lua e mesmo estando do outro lado do hemisfério o magnetismo da sua energia chegou pelas bandas do nosso aeroporto, mais precisamente na “praia” dos spotters. 






Cris, Daniel e Zé Ferreira


O comandante José Ferreira juntou meia dúzia de paus pingados que estavam em sua residência e com a ajuda do não menos famoso “MM braquiária” (leia-se Daniel), também do
Ricardinho nos arremates
Cristiano e do Ricardinho BR, resolveram finalmente instalar o Píer.





Daniel e José Ferreira fazendo as primeiras fotos sobre o pie
Sim amigos, agora tem um Píer para que nossas lentes fiquem acima da linha do alambrado de proteção. 

As aeronaves que trafegam pelas pistas do aeroporto Frank Miloye Milenkovich poderão ser registradas sem que apareçam as pontas dos palanques de concreto ou a malha de arame.




Zé Ferreira caprichando no foco
E tão logo a instalação ficou pronta já foi possível registrar o movimento de três aeronaves. 
Contamos ainda com ilustre visita do Comandante Zamboni e sua tripulação de amigos, da cidade de Garça, nosso grande incentivador e parceiro.
Tarefa cumprida ficamos por lá aguardando a chegada da super lua, afinal, depois do Antonov a lua foi o segundo evento mais importante do dia no Brasil e no mundo.  




Parece que a oferenda dos pobres mortais agradou aos deuses e na manhã desta terça-feira fomos brindados com o céu “azul de brigadeiro”. Logo mais a tarde teremos a inauguração oficial do “Pier dos Spotters de Marília”, com direito ao brinde de champanhe Dom Perignom safra 1958, Coca-Cola,
Zé Ferreira e Cris conferindo as imagens
hasteamento oficial da bandeira do município, serviço de buffet de petiscos do posto de conveniência, pão e mortadela, tudo no melhor estilo dos amigos da praia. 
Com um pouco de sorte o Atlas cruza a vertical de Marília e aí o dia ficará mais completo.







É bom registrar que o grupo dos spotters de Marília é um dos mais ativos do Brasil, ainda que o nosso aeroporto tenha suas limitações naturais devido ao restrito número de voos comerciais da companhia Azul. Estamos no Face (https://www.facebook.com/groups/612820582064677/) e os dados merecem respeito: são 422 membros e já publicamos 11.261 fotos
Nosso companheiro Cristiano não estará presente na inauguração, segue em missão oficial dos spotters rumo ao Rio Grande do Sul. Boa viagem e bons registros!   


Ivan Evangelista Jr, 
é membro do grupo dos spotters de MII e da Comissão de Registros Históricos de Marília    

domingo, 16 de outubro de 2016

Experimentar é preciso

O novo nos move, nos impulsiona e nos leva a descobrir coisas diferentes, daí a importância do Experimentar como forma de mergulhar no que desconhecemos para tirar dali mais conhecimento. Pode ser na literatura, na arte, na fotografia, na profissão ou naquilo que lhe proporcione apenas a sensação de prazer.
Desta vez eu resolvi experimentar plantar mandioca de uma forma diferente. Para quem não sabe, o método tradicional é aquele em que você corta a maniva (tupi maniýua) do tamanho de um palmo, cava a terra e faz a cova, depositando a rama e cobrindo com a terra.  Depois é só esperar germinar e formar as raízes. A regra do caboclo diz que no mesmo ato em que você arranca um pé de mandioca, aproveita o buraco e já planta nova rama.

Meu sogro Paulino Munhoz era mais assertivo nesta questão, dizia ele: “Planta mandioca, planta mesmo, é um alimento muito bom e traz fartura. Planta 365 covas de mandioca e nunca vai te faltar comida na mesa durante o ano todo”.  

Numa destas incursões pela internet eu descobri que a mandioca pode ser plantada de outra forma, por meio de mudas, assim como já está acontecendo com as lavouras de cana-de-açúcar. O plantio de mudas, segundo o engenheiro Agrônomo Paulo Roberto de Albuquerque Lima que apresenta o vídeo, dá melhores resultados porque durante o período de germinação e formação das primeiras radículas a planta fica mais protegida e menos suscetível aos ataques da praga do solo.
Então eu decidi experimentar. Vamos lá.


1)      Comprei um saco de 25 Kg de supersimples, um composto próprio para a formação de mudas e que é muito utilizado por lojas de mudas de flores ou hortaliças;
2)      Para esta quantidade de supersimples o pessoal da Cooperativa Sul Brasil me indicou misturar 800 gramas de adubo NPK 10x10x10, estas bolinhas verdes que aparecem na foto no saquinho menor;


3)      Utilizei a carriola mesmo para fazer a mistura e preparar o composto final;


4)      Corte as ramas no tamanho de seis a oito centímetros em média;


5)      O plantio das ramas pode ser feito em tubetes, vendidos nas casas e lojas de artigos para agricultura, ou em copos plásticos descartáveis e reciclados. Eu optei pelos copos;


6)      Para permitir a drenagem da irrigação é preciso fazer furos nos copos antes de por o composto. Para esta tarefa eu utilizei um ferro de soldar, achei prático e na medida certa, além de contar com a vantagem de a ponta ser quente e facilitar o serviço;



7)      Depois é hora de encher os copos (pouco mais da metade), ponha a rama no centro e complete com o restante até encher completamente. Nesta atividade eu deixei um pedaço de madeira no jeito pra bater o fundo do copo para “socar” o material todo;

8)      Escolha um local para ir acomodando o material pronto. No meu caso eu utilizei uma armação de ferro que já tinha por lá, instalei debaixo de um sombrite branco que já fazia parte da pequena horta caseira e fui pondo os copinhos lado a lado. O ideal é que neste período os copinhos recebam luz do sol e também sombra, podendo assim utilizar a sombra de uma árvore que permita também a ação do sol em algum período do dia;

9)      Acomodados todos os copinhos fiz a rega geral e tomei o cuidado de calçar as laterais para evitar tombar os potinhos durante o manuseio;
10)   O vídeo diz que em 5 dias as ramas germinam, depois é esperar mais 20 dias para formar as raízes e transportar para a terra no local definitivo;
11)   No plantio, devido a forma dos copinhos, as covas serão abertas com cavadeiras e assim cada muda será retirada do copinho e depositada na cova sendo coberta com terra nas laterais.
Plantio realizado em 15/10/2016

A receita completa (supersimples + adubo NPK) rendeu 120 copinhos de mudas e ainda sobrou o equivalente para fazer mais umas 70 embalagens. Aproveitei parte do material para dar uma renovada nos vasos de flores e também fazer novas mudas de flores.
Será que vai dar certo? Acredito que sim, tomei o cuidado de seguir o passo- a-passo da receita do vídeo e vou registrar as próximas etapas com novas fotos.


Ivan Evangelista Jr, fotografo e experimentador.


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Amandaba Vegetariana

Aos olhos e ouvidos menos atentos pode até parecer que a cidade não tem lá muitas opções de cultura e lazer, ou até mesmo cair no jargão da “paradeira geral”, num sentimento de tédio profundo, resumindo-se aos bares , ao shopping e quem sabe uma sessão de cinema.
Mas não é bem assim não. Tem muita coisa acontecendo em Marília na área da cultura e do entretenimento e eu acredito que está no ajuste da bússola da curiosidade e da preferência pessoal para encontrar atividades que venham ao encontro dos nossos desejos e preferências.
Durante toda a semana os jornais e as redes sociais divulgam uma quantidade grande de eventos que acontecem em locais diversos. É verdade também que o volume de informações diárias que recebemos pode ser um dos problemas, ou seja, é tanta informação que o cérebro se recusa assimilar, ou quem sabe, não atenta para uma delas que poderia ser aquele programa legal que você tanto procura. E o que fazer então? –Respire, desacelere e leia tudo com um pouco mais de calma e atenção.
Os informes chegam de formas variadas; panfletos, anúncios em jornais, twitadas, amigos que compartilham no Face, pelo rádio, no cartaz colado no poste, no telão da Av. das Esmeraldas, no outdoor, no para-brisa do carro que está seguindo à sua frente no trânsito, na mesinha do chope, no saquinho de pão oi na filipeta que deixam no vidro do carro, ...ufa!, como disse, o que não falta é informação.
Eu utilizo uma técnica de anotar tudo, anoto aquilo que gosto e que pode me levar a tal evento, como também anoto aquilo que não curto tanto assim, mas que amigos curtem. Depois eu vou compartilhando em diferentes grupos e  espero o retorno. Os comentários sempre chegam recheados de recomendações ou com novas dicas.
Foi assim que dediquei parte do meu tempo para ouvira palestra sobre astronomia do cientista mariliense que está vinculado a NASA, e digo que foi bom, muito bom, aprendi um monte de coisas novas e conheci pessoas que se identificam com o tema, bem como descobri que amigos de outros grupos temáticos também simpatizam com as estrelas.
E neste domingo (09/10) eu fui conhecer a Feira Vegetariana que acontece no Bosque Municipal “Rangel Pietraróia”, em sua quarta edição e tem o codinome de “Amandaba”, que na língua Tupi Guarani significa circulo ou roda.  Dentro do bosque tem um local que é conhecido como auditório dos tocos, uma praça em forma de circulo, que tem muitas árvores altas, e que por si já é um espetáculo a parte, porque todos os dias tem espetáculo do jogo de luzes e sombra. Conforme o sol vai mudando de posição a praça ganha iluminação diferenciada e os cenários ainda que estáticos, vão ganhando novos contornos.
A feira reúne barracas com produtos naturais, tem desde coxinha de Jaca, espetinho de berinjela, tomate , pimentão e cogumelo shitake, biscoitinhos da Júlia Nakadaira, ervas aromáticas e chás do Empório Gaudêncio, quibe vegetariano, artesanato, e mais uma lista bem legal de produtos naturais.  Parafraseando um ditado popular, “juntaram a fome com a vontade de comer”, uniram a experiência de estar junto da natureza com a oferta de produtos e alimentos naturais.
De quebra ainda assinei uma petição pública para a instalação da ciclovia Padre Nobrega – Marília – Lácio, a ser instalada ao lado da linha férrea que está em desuso. Sociedade ativa pelos direitos e pela cidadania e o bem comum.
Taí, foi uma boa experiência e valeu a visita. Parabéns aos organizadores!

Ivan Evangelista Jr
Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e fotógrafo.

    

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Padrão de Qualidade "Fumaça Já!"

As apresentações da gloriosa Esquadrilha da Fumaça sempre são antecedidas de grande expectativa, afinal, podemos dizer que é o maior show aéreo conhecido, e o melhor, pode ser visto por todos sem a cobrança de ingressos. Acompanho a equipe da Fumaça desde criança, creio que todas as apresentações realizadas em Marília eu só perdi uma em razão de viagem.
Adequando-se às normas de segurança o show ganhou melhor performance e estabeleceu regras rigorosas para preservar a vida dos pilotos e a maior segurança dos espectadores. Já tivemos um período em que as manobras mais radicais eram realizadas sobre a concentração da massa,e aquilo nos dava uma sensação de euforia incrível, tamanha a beleza das manobras,  o som indefectível do ronco dos motores e os rastros de fumaça fazendo desenhos na tela de céu de brigadeiro.
Hoje as manobras são executadas respeitando alguns metros de distância do agrupamento humano, com muito mais margem de segurança e espaço aéreo para correções radicais em caso de alguma emergência. Mas nem por isso perderam o brilho, tudo é feito de forma a encantar o público, tudo é previsto no mínimos detalhes, como aquele momento mágico em que as aeronaves se cruzam frente a frente e a platéia faz um coro uníssono de "Uau"!
Michela e seu certificado de "Padrão de Qualidade Fumaça Já!"
Por falar em segurança e planejamento, hoje, por acaso, eu descobri uma das etapas que antecedem as apresentações. Fui almoçar no Don Mantelli, loja anexa ao Supermercado Amigão,e lá observei um quadro bonito e colorido na recepção com a foto das aeronaves da  Esquadrilha e as assinaturas dos pilotos.
Perguntei a Michela Mantelli, proprietária da casa, como foi que conseguiu aquele belo troféu de tietagem. Ela me contou que antes da data prevista para a apresentação um dos oficiais fez a visita ao local para agendar a refeição dos pilotos e da equipe de apoio. Contou também que a opção pela Don Mantelli surgiu a partir da constatação pela aeronáutica de que o restaurante participou, e foi certificado, pelo Programa de Alimentação Segura do SEBRAE.
Este programa tem por meta aumentar a segurança e a qualidade dos alimentos produzidos pelas empresas brasileiras, ampliando a sua competitividade nos mercados nacional e internacional, bem como de reduzir o risco das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) aos consumidores. Olha só que informação legal !
A Michela comentou também que o padrão de segurança da Esquadrilha é rigoroso. Eles almoçaram às 11 horas em ponto, tempo suficiente para boa digestão até o horário da apresentação (16h); cada integrante do pelotão comeu um prato diferente, tudo orientado pelo médico/nutricionista que acompanhava o grupo. Assim, em caso de uma eventual indisposição alimentar o problema não atingiria o grupo todo e não comprometeria o espetáculo.
Outro detalhe importante é que o quadro em questão foi presenteado no dia do almoço, uma surpresa para a casa Mantelli, e ao mesmo tempo um belo "certificado de qualidade e simpatia".
Fiquei feliz em conhecer mais esta história da querida "Fumaça Já", e mais feliz por saber que proprietários de restaurantes de Marília estão engajados em programa de alimentação segura para seus clientes. 
Todos ganham com esta ação e iniciativa, principalmente, o turismo receptivo da cidade que é responsável pela geração de empregos e renda.
Parabéns ao Don Mantelli e toda sua equipe. O atendimento do nosso almoço foi ótimo, a comida estava deliciosa e o ambiente muito acolhedor.
Turismo receptivo é isso também, é ter sempre boas histórias para contar.

Ivan Evangelista Jr,

é membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, 
e também é membro do Grupo de Escuta Aérea Marília (spotters MII)     

domingo, 25 de setembro de 2016

A noite em que Marília viu as estrelas

Auditório atento ao tema astronomia
E a fotoaquefala foi conferir de perto o evento que contou com a ilustre presença do Dr. Ivan Glaucio Paulino Lima, cientista da Associação Universitária de Pesquisas Espaciais e parceira do Centro Ames de Pesquisa da NASA. O tema principal foi astronomia e reuniu cerca de 200 pessoas simpatizantes com o assunto e curiosos também, afinal, é difícil não ficar encantado quando se admira a grandeza do universo e a beleza das estrelas.
Dr. Ivan é jovem entusiasta e durante sua palestra deu importantes dicas sobre o trabalho que está fazendo e também sobre o andamento das pesquisas espaciais. Ele está divulgando um importante concurso da NASA para crianças e jovens, até 18 anos, onde os participantes devem desenhar modelos de estações espaciais. Todos os participantes ganham um certificado pela contribuição enviada e o vencedor ganha U$ 3000 para visitar a NASA e expor a sua ideia.
Dr. Ivan Gláucio Paulino Lima  - Mariliense
Fiz anotações da sua fala e destaco algumas que me chamaram mais a atenção:
- “A NASA está de olho em todo planeta que tenha indícios de mananciais de água em sua superfície”, explicando que a água é habitat de micros organismos e, havendo água, aliada a outras condições climáticas, é certo que se pode encontrar algum tipo de vida nestes planetas;
-  “A terra já passou por processos destrutivos naturais e, agora, com a intervenção do homem, a destruição da natureza, o superaquecimento devido às mudanças climáticas bruscas, entre outros fatores, é certo que estamos caminhando para outro colapso do sistema, daí a importância dos programas de pesquisa que buscam outros planetas com condições de vida. Foi mais enfático ao dizer também que: “vamos ter que nos mudar da terra, teremos que deixar o nosso berço para morar em outro planeta que reúna condições para receber a espécie humana, porém, a terra nunca deixará de ser o berço de novas civilizações.”
Telescópios montados na praça para o público observar as estrelas
Após a palestra aconteceu a SEGUNDA NOITE DE OBSERVAÇÃO ASTRONÔMICA  em Marília com a participação de um cientista da NASA, o primeiro evento em que o público foi convidado para observar os astros em praça pública. Simpatizantes e estudiosos da astronomia montaram seus telescópios na praça localizada ao lado do Espaço Cultural. O Grupo Regional de Astronomia de Marília (GRAMA) deu total apoio ao evento e com muita simpatia seus integrantes deram explicações sobre como utilizar os telescópios.
Rodolfo Chiaramonte, presidente do GRAMA
Nem mesmo o friozinho afastou as pessoas que formaram um enorme fila e aguardaram a vez de visualizar Saturno pelas lentes dos equipamentos. Eu contei 8 telescópios montados na calçada, alguns mais profissionais, equipado com rotor que faz o ajuste de foco automático de acordo com o movimento de rotação da terra e outros mais simples com ajuste manual. Adultos e jovens não esconderam a emoção de observar um planeta distante pela primeira vez e a iniciativa mostrou que evento pode se repetir com maior frequência e certamente vai atrair novos admiradores.
A felicidade de ver Saturno pela primeira vez
Fica a sugestão ao grupo GRAMA de dar continuidade a esta divulgação da astronomia e quem sabe já se pode pensar numa segunda noite de observação dos astros, desta vez, lá na radial leste que já foi aberta ao público. Esta região da Cascata é muito bonita e agora com a urbanização e a instalação das melhorias quem sabe a cabeceira da represa seja uma boa opção de base para os telescópios. O GRAMA tem página no Face com vasto material.
Outra dica legal que descobri nesta noite rica em novos conhecimentos é que Marília tem uma sociedade astronômica, conforme relatos do amigo Leonel Hégues Nava: Com a denominação de Sociedade Amadora de Estudos Astronômicos Mariliense, fundou-se na cidade de Marília em 26 de fevereiro de 1963, por um grupo de pessoas interessadas no estudo dos fenômenos estelares. É uma sociedade civil, sem fins comerciais, de caráter científico e educacional, cuja finalidade é o prosseguimento desses estudos e mais a promoção de reuniões cívicas, sociais, manutenção de cursos e conferências.
Ivan Daw Sakai, membro do GRAMA
O registro foi feito em 11 de novembro de 1963 sob nº 7714 pág. 90 do protocolo A2 registrado sob nº 163, pág. 126 do livro A-1 de Registro de Pessoas Jurídicas no Registro de Imóveis e anexos da 2º Circunscrição de Marília .
No início dos anos 80 em visita ao Observatório de Capricórnio em Campinas, por orientação do astrônomo Jean Nicolini aceitou-se a denominação para Sociedade Astronômica de Marília.”

*a PRIMEIRA NOITE de observação foi realizada pelo Sr. João Frazão no mesmo local  em agosto de 2012.




Por Ivan Evangelista Jr
Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília

Em 25/09/2016

sábado, 6 de agosto de 2016

O Angar 59, um lugar De Premera


“Senhoras e senhores, pedimos que afivelem os cintos e mantenham a sua poltrona na posição vertical durante a decolagem. Pedimos que observem os avisos de NÃO FUMAR e que evitem utilizar celulares ou aparelhos eletrônicos, em breve aterrissaremos na cidade de Marília, onde a temperatura neste momento é muito agradável e o povo é muito receptivo. Nosso destino é o HANGAR 59, preparem-se para viver fortes emoções. Aqui nasceu a TAM e parte desta história pode ser vivida por você, nosso passageiro e convidado especial. Obrigado por escolher a nossa companhia  para esta leitura  e viagem no tempo, para a Companhia  AFOTOQUEFALA o mais importante é a sua satisfação, bem estar e sempre boas informações culturais, sejam sempre bem vindos e até o nosso próximo encontro”.

Piloto Danilo, Plautio, Rosicler. Zamboni, Afonso, Sciarreta, Tuta/OMA, Rovigatti, Comandante Décio/FAB, Comandante Thetonio, piloto Milton
A reunião mensal do “Velhas Águias” grupo que reúne comandantes aviadores da cidade de Marília teve um sabor muito especial. Ao que tudo indica os comandantes ganharam um novo hangar, o Hangar 59, espaço de gastronomia e lazer instalado na Rua Bandeirantes, nº 59, ao lado da Câmara Municipal de Marília, antiga residência do piloto Walter Falco (in memoriam) que também voou TAM.
Carolina, neta do Oné
Os proprietários são dois casais de jovens que estão com uma proposta bem legal de presentear a cidade com  um bar temático, um espaço onde a boa gastronomia se misture com as histórias e memória da aviação brasileira, regada com boas doses de alegria e descontração. Foi interessante observar que eles deram o passo inicial, ainda tímido, porém sabem onde desejam chegar e por isso mesmo convidaram o “Velhas Águias”.
Plautio, Sciarreta e Francisco
O piloto Plautio Zanni foi o organizador do encontro e no convite avisou aos colegas de que haveria uma homenagem ao ex-piloto Onéssimo Castilho com a apresentação de um vídeo em que ele aparece declamando o poema Ser Piloto. Oné voou por muitos anos em Marília, ficou conhecido em quase todo o Brasil transportando grupos de pescadores e, no aeroclube de Marília, era conhecido por ser o piloto amigo dos praticantes de paraquedismo, tinha paixão pela poesia, os versos brotavam do seu peito com tamanha naturalidade e improviso que sempre encantava os amigos.
Uma das sócias do Hangar 59 é a Carolina, neta do Oné, filha da Jelsicler, e sobrinha da Rosicler, a duas filhas do piloto homenageado na noite. Carol ficou emocionada quando viu o avô no vídeo declamando os versos sobre a profissão que abraçou até os últimos dias de sua vida. O José Zamboni, comandante na ativa que reside na cidade de Garça, distante 34 Km de Marília, começou cedo na carreira e tem por hobby filmar e fotografar as viagens e encontros com amigos.  Levou e apresentou uma série de outros trechos de vídeos que selecionou especialmente para este encontro, num deles o saudoso piloto Waldir Guaresi registrado para a posteridade na chegada de um voo comercial no aeródromo de Garça.
Rosicler presenteando o Zamboni
A conversa seguia animada e lá pelas tantas horas chegou a Rosicler trazendo um presente que balançou as estruturas do comandante Zamboni; um boné verde, com a gravação “De Premera” na parte frontal, e OMA Marília na lateral. De Premera é a máxima que o Oné repetia inúmeras vezes no seu dia a dia, uma forma de dizer que as coisas estavam do seu gosto, que saiu tudo certo, que a viagem foi excelente, uma expressão criada por ele no seu dialeto cabocles para dizer que tudo era de primeira qualidade. Quando se encontrava com os amigos e perguntado como estavam as coisas , era certo ouvir: ...De Premera e quando quiser, vamos molhar as palavras! Ficou para a história.
O esquenta da noite foi logo na chegada, o Pláutio ganhou do comandante Sciarreta um CD de áudios de diferentes motores de avião e foi reproduzido no sistema de som ambiente da casa. O ronco do motor da aeronave T6 repercutiu no ambiente como se ali estivesse. Tem duas coisas que mais mexem com o sistema sensorial perceptivo dos pilotos – o ronco do motor de um avião cruzando os céus e o cheiro do combustível queimado, para eles, quando os motores são acionados o vento espalha o aroma dos deuses pelos ares enchendo os pulmões de uma energia contagiante.
A noite não poderia ter sido melhor, bons amigos, bom papo, cerveja gelada no ponto, as porções de petiscos servidas no capricho e o serviço de cozinha e o atendimento são rápidos. 
Deixamos algumas sugestões paras que a casa ganhe maior identidade com a temática aviação e com a história do Aeroclube de Marília, por exemplo: decorar as paredes com fotos dos pilotos que são os precursores Comtaxi - Companhia Mariliense de Taxi Aéreo, depois a Taxi Aéreo Marília, montar um cardápio temático, mesclando a tabela de preços com pequenos trechos e fotos da história do aeroclube local e da aviação, as porções e pratos da casa podem ser batizados com nomes que remetam a este mesmo contexto, inclusive homenageando os comandantes já falecidos, tudo com a prévia autorização dos familiares.
Hora de retornar para a base, missão cumprida.
O cardápio pode ir ganhando homenagens e num cronograma mensal, para cada novo prato e homenageado, a família, os amigos são convidados e pode acontecer uma exposição de fotos, de objetos pessoais, de reportagens e de lembranças sobre o mais recente destaque cultural aéreo. Fomos um pouco mais longe e sugerimos que a nova casa acolha também o grupo de Escuta Aérea de Marília, o Marília Plane Spotting, turma de fotógrafos que registra o movimento de aeronaves na pista do aeroporto local. As excelentes fotos do grupo poderiam ser expostas nas paredes do Hangar 59, os novos empreendedores podem fazer o convite para que a acasa se torne a sede e o ponto de encontro oficial dos spotters.
Daria um mix “De Premera”, fotos históricas e fotos atuais e, a partir daí, o novo hangar poderia se integrar aos pontos turísticos da cidade e acolher os visitantes com aquele clima retrô e participar do Festival Gastronômico oficial da cidade.

Permissão concedida para decolagem comandantes do HANGAR 59, pista Zero Três livre, ajuste o altímetro para as mais profundas emoções e bom voo. Após a decolagem façam contato com Arealva, frequência 121.300, até a próxima.




Publicado em 06/08/2016,  16 horas/Zulu, por Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e membro convidado dos Velhas Águias.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Tempo e o Vento (III) A Santa Ondina


Capa do Projeto
O primeiro provedor de internet de Marília foi o ZAS, sendo seu empreendedor o amigo Alexandre Martins, médico por formação, filho do Martins, conhecido gerente do Banespa Marília. Quando visitei a central a internet estava começando a dar os primeiro passos, ser empresário nesta área foi um desafio e tanto. Ele montou a central com o apoio do pai e a sede foi a casa da família no bairro Cascata. A placa ainda está na frente da residência.
Esta é só uma introdução para chegarmos à outra história.
O Alexandre me procurou e disse que o médico Arnaldo Mendes de Oliveira queria falar comigo. Nesta época eu atuava como consultor autônomo para elaboração projetos de Turismo Rural e o Dr. Arnaldo me pediu um projeto para a Fazenda Ondina, e o detalhe, eu tinha no máximo 15 dias para apresentar uma proposta, pois ele estava entre vender a propriedade ou investir em um novo projeto que ajudasse a manter as atividades da bovinocultura .


Visitamos a propriedade para uma pré-avaliação e identifiquei um monte de possibilidades para fazer acontecer.
As construções existentes serviriam para os setores de hospedagem e gastronomia, aproveitaríamos tudo que já estava lá, inclusive a secadora de café, local onde o restaurante poderia ganhar um glamour todo especial, tinha uma rampa muito bonita que ligava o piso superior ao grande terreiro de tijolos. Em um cômodo amplo, ao lado da secadora, projetei o Museu da Santa Ondina, ali seria uma área de leitura e descanso, decorada com fotos da família e dos pioneiros, documentos e registros que recuperassem a memória histórica da fazenda, móveis e objetos pessoais.
Mas foi nos limites do vale que os olhos brilharam e a mente expandiu em uma proposta ousada. Já era final de tarde, lá para aquelas bandas o vento sopra um pouco mais forte e mais frio, os antigos chamam de “vento encanado”, e isso faz com que a temperatura fique muito agradável para uma boa noite de sono. Num piscar de olhos vi uma série de dez ou doze pequenos chalés, com alicerce construído em pedras da própria região, paredes de madeira e uma pequena lareira em cada um deles, com janela voltada para o vale. O rústico aconchegante, com bom acabamento interno, o local ideal para passar uma ou duas noites de sossego, em boa companhia, uma garrafa de vinho, uma chaleira de chá no pé do fogo, pinhão no caldeirão e a música do vento lá fora.

Mas a ideia maior veio assim que avistei o lago da Unimar, lá no baixadão do vale, do outro lado, onde na época já estava plainado um terreno para a construção de um hotel modelo para suporte do curso de turismo. O Teleférico faria a ligação entre as duas propriedades, cada uma com seu estilo e proposta e Marília ganharia um dos melhores equipamentos turísticos do interior do estado de São Paulo, com pista de pouso para aeronaves de pequeno porte, piscina em forma de ferradura e loja de souvenires com a Marca Santa Ondina, Turismo Rural.
Foram mais de trinta páginas com muitas ideias e fotos ilustrativas e uma torcida tremenda para que ele aceitasse por em prática. Não deu tempo, foram tempos conturbados e,. no final, a propriedade foi vendida e mais adiante Dr. Arnaldo faleceu. Guardo o projeto completo, sei que ainda teremos o TELEFÉRICO de Marília, é uma questão de tempo.

O tempo e o Vento (II)

O Turismo Rural começou em Santa Catarina, região de Lages, tendo como um dos seus grandes promotores e criadores o amigo Adonis Zimmermann​. Neste período eu estava no Sebrae e convidamos o Zimmermann para vir para Marília e difundir esta ideia. Foi aqui que tudo começou, depois se espalhou por outras regiões do estado de São Paulo.
O Bottino foi um dos pioneiros, talvez o primeiro caso de  sucesso no Turismo Rural Paulista. Ele tinha uma projeto pessoal já bem encaminhado, quando falei com ele sobre a visita e consultoria do Adonis, ele aceitou, e a partir daí a sua ideia amadureceu e ganhou nova energia culminando com uma bela inauguração e cobertura da TV Globo pelo ineditismo.Logo em seguida as visitas na propriedade literalmente explodiram (mais de 400 pessoas em um final de semana), foi uma loucura, a novidade atraiu gente da região e de outras localidades mais distantes.
Depois disso tudo nos tornamos viajantes evangelizadores da proposta de Turismo Rural como fonte geradora de renda para proprietários rurais. Estivemos com palestras em várias cidades, inclusive nos estados do Paraná e Santa Catarina, o testemunho do pioneiro Bottino foi um combustível e tanto para outros empreendedores.
Adonis continua na lida, é um pregador entusiasta nato.
Grandes amizades, grandes talentos e boas jornadas percorridas em conjunto.

O Tempo e o vento (I)

O Jornal é o Correio Mariliense, edição de 13/01/2010, Caderno A2, Coluna Opinião.

Em 2016 as obras estão acontecendo e uma grande avenida vai ligar a zona sul com a zona leste.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Passagem da Rua Bahia terá nova pintura artística

Os designers Sydnei, Felipe e Maicol
E a Fotoquefala encontrou estes três artistas e designers da aerografia trabalhando na renovação das pinturas que decoram a passagem da Rua Bahia ou como também é conhecido popularmente o “túnel da Rua Bahia”. O Sydnei, o Maicol e o Felipe são os responsáveis pela produção dos novos desenhos e em parte da lateral da via, sentido bairro centro, já se pode conferir uma das telas que tem por tema os dinossauros, uma referência e homenagem ao trabalho do pesquisador e paleontólogo Wiliam Nava e ao
Paleontologia em destaque
Museu de Paleontologia da cidade.
Durante a entrevista eles revelaram os outros temas que vão ganhar os espaços: a cultura do café, a cultura do algodão, e a chegada da Maria Fumaça no Patrimônio do Alto Cafezal. As antigas obras estão sendo cobertas por uma nova camada de tinta látex e aos poucos os jatos do aerógrafo, instrumento utilizado pelo artista para dar forma e cor aos trabalhos, como num passe de mágica, vão colorindo os contornos dos primeiros traços, utilizando os recursos da sombra e da luz pra dar mais ou menos destaque aos detalhes.
Interessante notar que o designer Sydnei vai reproduzindo na grande tela ao ar livre as imagens que tem em mente. Quando lhe perguntei se tinha um rascunho em mãos, ou mesmo alguma referência de matriz impressa para a criação dos desenhos ele me respondeu: “Vi algumas coisas relativas aos temas e após isso eu vou criando os desenhos de acordo com as proporções que as telas me permitem e dou o meu toque artístico”. E completou: “Veja, por exemplo, que no penúltimo painel deste lado da via eu pedi para não cobrir o desenho do avião, gosto dele, vou aproveitar e reestilizar dando aquele toque a mais e a partir dele completar a tela toda”.  
Conversamos sobre as temáticas dos painéis e eu pude lhe contar um pouco da história da nossa cidade, desde os navios que trouxeram os primeiros imigrantes para o Brasil para trabalhar nas lavouras do café e “fazer fortuna”. De Santos eles embarcavam para São Paulo na Estação dos imigrantes e a partir dali eram enviados pelo governo para Fazendas Cafeeiras no interior do estado, sendo que Marília era um dos destinos.
A cultura do algodão que será retratada por ele em um dos painéis foi no passado uma das opções de renda e de grande trabalho para os japoneses, pois até que as novas lavouras de café começassem a produzir dentro de um prazo de dois anos, ou até mais, era preciso diversificar. Assim foi com o arroz, com o milho e com o amendoim, sendo que a cultura do amendoim em nossa região continua garantindo boa parte da produção nacional. 







Para quem gosta de pesquisar o tema e conhecer as dificuldades que estes imigrantes tiveram recomendo a leitura do livro “ Haru e Natsu e as cartas que não chegaram” , entre outras obras que mostram a bravura dos nossos imigrantes pioneiros.
Louvo a iniciativa da Secretaria da Cultura em renovar os painéis e decorar o meio urbano com temáticas que estão ligadas à nossa história para que todos tenham acesso a arte e a cultura.

Ivan Evangelista Jr

Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília

Cartaz italiano
         

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Memória na Moldura

A decoração de ambientes comerciais com fotos antigas é sempre uma opção de bom gosto, pois além de deixar a casa com um ar mais aconchegante também propicia aos frequentadores a oportunidade de conhecer nossa história e personagens da cidade.  São vários locais em Marília que apostaram nos quadrinhos decorativos como forma de oferecer um entretenimento e cultura enquanto seus clientes aguardam o atendimento ou a chegada do prato a mesa.
No restaurante Bella Cucina, localizado na avenida Santo Antonio há vários quadros com referência às antigas indústrias da cidade, na padaria Bom Giorno, na avenida Rio Branco, foto da rodoviária antiga logo na recepção e complementa com prateleira com vários objetos antigos expostos, na lanchonete Bem Me Quer, na Rua Dr. Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, em frente ao Hospital Espírita de Marília, mais de 30 quadros apresentam pontos turísticos da cidade, na Bagueteria Orly, que carinhosamente chamo de nossa “Confeitaria Colombo” , uma referência a famosa confeitaria da cidade do Rio de Janeiro, belos quadros enfeitam as paredes do sofisticado restaurante.
E há uma série de outros locais que utilizam as imagens da nossa história para compor a decoração interna e promover uma maior integração cultural com seus clientes. Creio que isto se deve a uma iniciativa muito criativa da Comissão de Registros Históricos de Marília, na pessoa da bibliotecária Wilza Mattos que há algum tempo vem postando na página da internet mantida pela Comissão todo o acervo de fotos históricas da cidade (, e o melhor, com boa resolução para que possam ser utilizadas como fonte permanente de pesquisa.
Uma atitude simples, porém da maior importância para a comunidade. O que antes ficava trancado em armários e álbuns esquecidos em gavetas, hoje está organizado por temática, catalogado e disponível ao público. Fotografia é memória, que por sua vez é informação e conhecimento, assim sendo, só tem valor quando é compartilhado.


Na semana passada descobri outro estabelecimento que expões fotos da cidade e gostei muito da apresentação das molduras. O artista teve o cuidado de fazer uma produção toda especial e para cada uma das fotos ele criou uma ambientação. 







Na foto da antiga estação ferroviária, por exemplo, a moldura conta com arranjo metálico que faz referência ao galpão de embarque, tem a cancela da passagem em nível e teve ainda o capricho de adornar com um relógio modelo 


Roskopf 
Patent, marca que era utilizada pelos controladores do tráfego ferroviário.
No quadrinho com a foto da igreja São Bento instalou no canto superior uma miniatura de luminária, certamente lembrando dos tempos em que a praça era ponto de encontro das famílias e dos casais ou solteiros em busca de namorados. Quem fez o trabalho conhece detalhes da história da cidade e soube combinar arte, fotografia e memória.



Uma coleção simples de 8 quadrinhos mas de muito bom gosto. Fica na padaria em frente a Galeria Atenas e vale conferir de perto.



Ivan Evangelista Jr

Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília  

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O céu de Marília vai ficar colorido

Domingo aéreo na Academia da Força Aérea
Prepare os a lanches natureba, leve muita água, óculos e protetor solar, se tiver um sombreiro pode separar também, uma cadeira de plástico ou banquinho confortável, carregue as baterias das máquinas fotográficas, formate os cartões de memória e reserve o sábado para curtir um dos melhores espetáculos aéreos do mundo.
Eles estão chegando e em breve vão pousar no aeroporto de Marília com suas máquinas coloridas e muita fumaça.
A nossa praia, a praia dos Spotters Marília, vai estar lotada de gente que assim como nós gosta da aviação e curte o ronco dos motores e as manobras dos pilotos que são o símbolo maior da Força Aérea Brasileira.
Depois de se apresentarem na cidade de Cascavel (26/05) o próximo destino é Marília. E como saber o horário que vão chegar?
Fique atento, se o ritual do esquadrão continuar o mesmo, o primeiro Super |Tucano sempre chega na frente e faz um sobrevoo pela cidade em alta velocidade e riscando o céu com a fumaça branca. É o anúncio de que em breve o esquadrão vai chegar.
Após uma rápida passagem pela vertical da cidade as aeronaves se enfileiram para fazer a tomada de pista, tudo feito com muita precisão de movimentos e a partir da festa começa. Não há como não se emocionar, é um balé a céu aberto que tem o azul infinito como tela de fundo.
Por falar em azul vamos torcer para que no sábado o tempo colabore e no horário das apresentações tenhamos "céu de brigadeiro" para garantir boas fotos.
Para quem for até o aeroporto visite o terreno ao lado da pista, entrada a direita na rua que fica antes da quadra do aeroclube. É ali a nossa "praia", ponto de encontro dos apaixonados pela aviação, ou como diria o velho comandante Rolim "de gente que curte o perfume do querosene queimado".
Nossa turma é bem eclética, receptiva e está equipada com o que há de melhor para fazer os registros fotográficos e acompanhar ao vivo as transmissões entre pilotos e a torre de controle.

Bem vindos Fumaceiros, nossa cidade se alegra com sua presença!

Spotters Marília. Grupo de escuta aérea e fotografia.
contato (14) 997822550
visite: https://www.facebook.com/groups/612820582064677/      

sexta-feira, 6 de maio de 2016

TAM, fundada em Marília, não existe mais; virou Latam

Uma empresa criada por dez pilotos de aviões monomotores em 1961 em Marília deixou de existir nesta sexta-feira para tornar-se um grande grupo internacional de aviação. A TAM, que nasceu Transportes Aéreos Marília, passa a ser a partir de hoje a LATAM, uma união com a LAN, uma empresa criada como estatal no Chile em 1929, mesmo ano em que Marília virou cidade.

A união das duas holdings vinha sendo preparada desde 2010. Juntas, as duas marcas contam com mais de 40 mil funcionários, cerca de 280 aviões, 115 destinos em 23 países, além de oferecer serviços de cargas em todo o mundo. Muitos destes funcionários são marilienses, que foram presença em toda a história da companhia.

Segundo as empresas, o novo nome foi escolhido para guardar o nome do grupo e fazer também uma referência a "Latin American" (América Latina). LAN e TAM, deixam de existir para dar lugar a LATAM Airlines.

Quando surgiu em Marília, a TAM trabalhava com transporte de cargas e passageiros Paraná, São Paulo e Mato Grosso. Foi a segunda empresa de transporte aéreo na cidade, depois da Comtax (Companhia Mariliense de Táxi Aéreo), de onde alguns pilotos saíram para criar a TAM no final de 1960,


Painel no Museu da TAM mostra hangar da empresa em Marília; à frente, Zamboni, piloto na cidade - Acervo - Ivan Evangelista Jr

A empresa acompanhava não só desenvolvimento do interior mas uma vocação da cidade, que chegou a abrigar o terceiro maior aeroclube do país em número de pilotos, segundo Pláutio Zani, piloto que iniciou carreira na década de 70 como herança do pai, Renato Zanni, um dos fundadores da TAM.

O vínculo umbilical com a cidade começou a perder força seis anos após a fundação, com a venda para o empresário Orlando Ometto, que transferiu a empresa para São Paulo.

Em 1971, o comandante Rolim Adolfo Amaro, que havia atuado na empresa nos primeiros anos de atividade em Marília, retornou à TAM por convite de Ometto. No ano seguinte assumiu o controle da companhia.

Em 1976 tirou Marília do nome: a TAM virou Transportes Aéreos Regionais. Mas o elo histórico acabou preservado no Museu da TAM, primeiro em Guarulhos e depois em São Carlos, graças à paixão e dedicação de pilotos e representantes da cidade.


R
ubens Bombini, Renato Zanni, Nilo ferrioli e Ari Pinheiro, pilotos de Marília que integravam a TAM na cidade - Acervo Ivan Evangelista Jr


É um resgate histórico que começou por acaso. O voo inaugural do Fokker 100 entre Marília e São Paulo nos anos 2000 levou uma comitiva da cidade para o museu em Guarulhos.

“Chegamos lá e a história contada no museu indicava que a TAM foi fundada ‘em uma cidade do interior’. Aquilo mexeu comigo e com o Wilson Mattos. Dissemos a eles: uma cidade não, é Marília, é o M do nome da empresa”, conta Ivan Evangelista Júnior, hoje gerente de Marketing do Univem, que estava na comitiva.

Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e, mais que isso, integrante por convite do grupo Velhas Águias, que reúne pilotos antigos e histórias da aviação na cidade, Ivan conta que os pedidos renderam. A cidade começou a ganhar mais visibilidade quando o museu mudou.

“Fizemos uma primeira visita na inauguração e já aparecia o nome de Marília, mas só mencionada, uma coisa discreta. Conversamos sobre as origens e um dia recebemos um convite para visitar o painel com a linha do tempo, a história da TAM. E aí sim, Marília já estava lá em informações, imagens e tudo mais, um painel enorme com imagem do hangar da TAM na cidade”, conta.

Plautio Zanni e pilotos de Marília entregam documentos para diretor do Museu da TAM, João Amaro - Acervo Pessoal - Ivan Evangelista Jr

Pláutio Zanni aproveitou a visita e entregou a João Amaro, diretor do museu, documentos e fotos do início da atividade da TAM, memórias da família e do vínculo da companhia com a cidade.

Sem Marília no nome, a TAM manteve voos regulares para a cidade com aparelhos Bandeirantes, da Embraer, depois com o turbo hélice Fokker 27 e chegou a operar na cidade com os jatos Fokker 50 e Fokker 100. Operou diretamente as linhas da cidade até os anos 2000, quando comprou a Pantanal e depois Passaredo, que passaram a responder pela linha. 

Agora nem opera na cidade, que é atendida pela concorrente Azul, e nem é mais TAM. É história, que o Museu da empresa, as Velhas Águias e a internet agora ajudam a guardar, como um vídeo que você pode acessar no Canal de Ivan Evangelista no Youtube gravado durante um dos encontros dos pilotos, com direito a exposição de fotos e muitas memórias.
fonte:  http://www.giromarilia.com.br/noticia/giro-marilia/tam-fundada-em-marilia-nao-existe-mais-virou-latam/5656