domingo, 16 de outubro de 2016

Experimentar é preciso

O novo nos move, nos impulsiona e nos leva a descobrir coisas diferentes, daí a importância do Experimentar como forma de mergulhar no que desconhecemos para tirar dali mais conhecimento. Pode ser na literatura, na arte, na fotografia, na profissão ou naquilo que lhe proporcione apenas a sensação de prazer.
Desta vez eu resolvi experimentar plantar mandioca de uma forma diferente. Para quem não sabe, o método tradicional é aquele em que você corta a maniva (tupi maniýua) do tamanho de um palmo, cava a terra e faz a cova, depositando a rama e cobrindo com a terra.  Depois é só esperar germinar e formar as raízes. A regra do caboclo diz que no mesmo ato em que você arranca um pé de mandioca, aproveita o buraco e já planta nova rama.

Meu sogro Paulino Munhoz era mais assertivo nesta questão, dizia ele: “Planta mandioca, planta mesmo, é um alimento muito bom e traz fartura. Planta 365 covas de mandioca e nunca vai te faltar comida na mesa durante o ano todo”.  

Numa destas incursões pela internet eu descobri que a mandioca pode ser plantada de outra forma, por meio de mudas, assim como já está acontecendo com as lavouras de cana-de-açúcar. O plantio de mudas, segundo o engenheiro Agrônomo Paulo Roberto de Albuquerque Lima que apresenta o vídeo, dá melhores resultados porque durante o período de germinação e formação das primeiras radículas a planta fica mais protegida e menos suscetível aos ataques da praga do solo.
Então eu decidi experimentar. Vamos lá.


1)      Comprei um saco de 25 Kg de supersimples, um composto próprio para a formação de mudas e que é muito utilizado por lojas de mudas de flores ou hortaliças;
2)      Para esta quantidade de supersimples o pessoal da Cooperativa Sul Brasil me indicou misturar 800 gramas de adubo NPK 10x10x10, estas bolinhas verdes que aparecem na foto no saquinho menor;


3)      Utilizei a carriola mesmo para fazer a mistura e preparar o composto final;


4)      Corte as ramas no tamanho de seis a oito centímetros em média;


5)      O plantio das ramas pode ser feito em tubetes, vendidos nas casas e lojas de artigos para agricultura, ou em copos plásticos descartáveis e reciclados. Eu optei pelos copos;


6)      Para permitir a drenagem da irrigação é preciso fazer furos nos copos antes de por o composto. Para esta tarefa eu utilizei um ferro de soldar, achei prático e na medida certa, além de contar com a vantagem de a ponta ser quente e facilitar o serviço;



7)      Depois é hora de encher os copos (pouco mais da metade), ponha a rama no centro e complete com o restante até encher completamente. Nesta atividade eu deixei um pedaço de madeira no jeito pra bater o fundo do copo para “socar” o material todo;

8)      Escolha um local para ir acomodando o material pronto. No meu caso eu utilizei uma armação de ferro que já tinha por lá, instalei debaixo de um sombrite branco que já fazia parte da pequena horta caseira e fui pondo os copinhos lado a lado. O ideal é que neste período os copinhos recebam luz do sol e também sombra, podendo assim utilizar a sombra de uma árvore que permita também a ação do sol em algum período do dia;

9)      Acomodados todos os copinhos fiz a rega geral e tomei o cuidado de calçar as laterais para evitar tombar os potinhos durante o manuseio;
10)   O vídeo diz que em 5 dias as ramas germinam, depois é esperar mais 20 dias para formar as raízes e transportar para a terra no local definitivo;
11)   No plantio, devido a forma dos copinhos, as covas serão abertas com cavadeiras e assim cada muda será retirada do copinho e depositada na cova sendo coberta com terra nas laterais.
Plantio realizado em 15/10/2016

A receita completa (supersimples + adubo NPK) rendeu 120 copinhos de mudas e ainda sobrou o equivalente para fazer mais umas 70 embalagens. Aproveitei parte do material para dar uma renovada nos vasos de flores e também fazer novas mudas de flores.
Será que vai dar certo? Acredito que sim, tomei o cuidado de seguir o passo- a-passo da receita do vídeo e vou registrar as próximas etapas com novas fotos.


Ivan Evangelista Jr, fotografo e experimentador.


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Amandaba Vegetariana

Aos olhos e ouvidos menos atentos pode até parecer que a cidade não tem lá muitas opções de cultura e lazer, ou até mesmo cair no jargão da “paradeira geral”, num sentimento de tédio profundo, resumindo-se aos bares , ao shopping e quem sabe uma sessão de cinema.
Mas não é bem assim não. Tem muita coisa acontecendo em Marília na área da cultura e do entretenimento e eu acredito que está no ajuste da bússola da curiosidade e da preferência pessoal para encontrar atividades que venham ao encontro dos nossos desejos e preferências.
Durante toda a semana os jornais e as redes sociais divulgam uma quantidade grande de eventos que acontecem em locais diversos. É verdade também que o volume de informações diárias que recebemos pode ser um dos problemas, ou seja, é tanta informação que o cérebro se recusa assimilar, ou quem sabe, não atenta para uma delas que poderia ser aquele programa legal que você tanto procura. E o que fazer então? –Respire, desacelere e leia tudo com um pouco mais de calma e atenção.
Os informes chegam de formas variadas; panfletos, anúncios em jornais, twitadas, amigos que compartilham no Face, pelo rádio, no cartaz colado no poste, no telão da Av. das Esmeraldas, no outdoor, no para-brisa do carro que está seguindo à sua frente no trânsito, na mesinha do chope, no saquinho de pão oi na filipeta que deixam no vidro do carro, ...ufa!, como disse, o que não falta é informação.
Eu utilizo uma técnica de anotar tudo, anoto aquilo que gosto e que pode me levar a tal evento, como também anoto aquilo que não curto tanto assim, mas que amigos curtem. Depois eu vou compartilhando em diferentes grupos e  espero o retorno. Os comentários sempre chegam recheados de recomendações ou com novas dicas.
Foi assim que dediquei parte do meu tempo para ouvira palestra sobre astronomia do cientista mariliense que está vinculado a NASA, e digo que foi bom, muito bom, aprendi um monte de coisas novas e conheci pessoas que se identificam com o tema, bem como descobri que amigos de outros grupos temáticos também simpatizam com as estrelas.
E neste domingo (09/10) eu fui conhecer a Feira Vegetariana que acontece no Bosque Municipal “Rangel Pietraróia”, em sua quarta edição e tem o codinome de “Amandaba”, que na língua Tupi Guarani significa circulo ou roda.  Dentro do bosque tem um local que é conhecido como auditório dos tocos, uma praça em forma de circulo, que tem muitas árvores altas, e que por si já é um espetáculo a parte, porque todos os dias tem espetáculo do jogo de luzes e sombra. Conforme o sol vai mudando de posição a praça ganha iluminação diferenciada e os cenários ainda que estáticos, vão ganhando novos contornos.
A feira reúne barracas com produtos naturais, tem desde coxinha de Jaca, espetinho de berinjela, tomate , pimentão e cogumelo shitake, biscoitinhos da Júlia Nakadaira, ervas aromáticas e chás do Empório Gaudêncio, quibe vegetariano, artesanato, e mais uma lista bem legal de produtos naturais.  Parafraseando um ditado popular, “juntaram a fome com a vontade de comer”, uniram a experiência de estar junto da natureza com a oferta de produtos e alimentos naturais.
De quebra ainda assinei uma petição pública para a instalação da ciclovia Padre Nobrega – Marília – Lácio, a ser instalada ao lado da linha férrea que está em desuso. Sociedade ativa pelos direitos e pela cidadania e o bem comum.
Taí, foi uma boa experiência e valeu a visita. Parabéns aos organizadores!

Ivan Evangelista Jr
Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e fotógrafo.