segunda-feira, 1 de junho de 2009

Esquinas do tempo


Não deu tempo, quando eu passei por lá,no dominmgo,já era tarde demais e o trator estava juntando os restos para jogar na caçamba do caminhão. Uma das mais antigas e tradicionais esquinas das ruas de Marília desapareceu no tempo.
Quem conhece a cidade sabe que aqui estava uma das últimas casas de madeira instaladas no centro comercial que mantinha a sua fachada ainda intacta. Foi loja comercial durante muitos anos e depois que fechou as portas nunca mais abriu, mas mantinha viva a memória dos primeiros comerciantes da cidade.
Na esquina ficava o bar do Tada, ponto de encontro no final de tarde de muitos comerciantes e comerciários que passavam por ali para fechar o balanço do dia. Banquinhos na calçada, cinzeiro sobre o balcão, movimento da rua minguando, até que o último gole de cerveja anunciava que já era hora de ir para casa.
Havia um grupo de amigos que freqüentava o estabelecimento, onde será que vão se reunir agora?
Foi assim com a Ler e Saber, a banca de revistas do amigo Orlandinho Giglioti, onde nos reuníamos diariamente antes de começar a jornada. Depois que baixou as portas definitivamente ele deixou órfãos que até hoje não sabe dar conta. Fiz grave ameaça ao amigo dizendo que ele teria que pagar a conta dos psicanalistas de toda aquela gente que fazia ali a terapia matinal.
É assim que a história é contada e a alma é lavada; de boca em boca, de gole em gole, de café em café; até que um dia o curso natural da vida arranca uma página amarelada para que uma nova seja escrita.
São Luiz com a Paes Leme. Do outro lado da rua havia um velho hotel que foi demolido para dar lugar a uma das maiores lojas das Casas Bahia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário