sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Aeroporto recebe melhorias


Trégua no tempo, máquinas na pista

E nesta sexta-feira (17/01/20) registramos as máquinas trabalhando na cabeceira da pista do Aeroporto de Marília “Frank Miloye Milenkovich” para obras de melhorias na posta que inclui o recapeamento e correção de fissuras ao longo de toda a sua extensão. São 1.700 metros de comprimento e 35 metros de largura.

Recapeamento da pista
As reformas e manutenção são parte do pacote de melhorias, que entre outros serviços também está executando a troca dos alambrados que protegem a região do aeródromo. O governo anunciou a privatização dos principais aeroportos do estado e Marília está na lista dos equipamentos que passarão a ser administrados pela iniciativa privada.
O aeródromo contempla a área de embarque e desembarque e a torre de comando que são administradas pelo DAESP , mais a oficina OMA de aviação  reconhecida nacionalmente pela qualidade técnica e competência dos serviços prestados, atendendo pilotos privados de todo o território nacional e até mesmo aeronaves vindas de outros países.

Anexo a este complexo está o Aeroclube de Marília, escola de pilotagem e formação de comissários, fundado em 1940 e que continua em plena atividade com atividade de apoio ao turismo local com serviços de vôos panorâmicos sobre a cidade de Marília.
Para a execução das obras a administração local expediu Notan que limita pousos e decolagens apenas nos horários dos vôos comercias das empresas Azul e Passaredo, responsáveis pelo transporte de passageiros nos trechos Marília,Campinas e São Paulo. A limitação de horários inclui as atividades de vôos privados e executivos que devem atender as normativas de restrição até o dia 28 de fevereiro.
Há grande expectativa pela breve conclusão das obras para o retorno das atividades normais que registram grande movimento de passageiros, movimento este que é bem maior que cidades vizinhas. As melhorias na pista, as melhorias na Taxiway e a perspectiva da reforma e ampliação, ou nova construção do terminal de embarque de passageiros,são fundamentais para Marília ganhar mais impulso na competitividade regional e manter-se como pólo de desenvolvimento.

Segundo o livro Cidades Criativas, autoria de Vitor Mirshauka que já esteve em Marília, as cidades que investirem na modernização dos seus aeroportos tendem a ter melhores resultados porque se tornam aglutinadoras de serviços integrados. Com as novas instalações e a privatização é certo que a zona leste passará a chamar mais a atenção de novos investidores.
Exemplo desta tendência é a recente aquisição por empresário local de área anexa ao aeroporto com frente para a Av. Brigadeiro Eduardo Gomes.O espaço poderá receber novos hangares ou construções de barracões para atender empreendimentos de logística.
Negócios e oportunidades sempre andam juntos.

Por Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, fotógrafo e pesquisador.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Réquiem de um Flamboyant


Desculpem meus amigos, não consegui resistir mais e tombei.
Por anos eu lhes dei sombra, frescor, agasalhei pássaros e ninhos em meus galhos e flores muito coloridas. Por anos enfentei este canto da cidade que para mim sempre foi muito especial, pois aqui, pelo que me contaram, foram terras de Bento de Abreu e foi ele quem cedeu espaço para a instalação do tratamento das águas da Cascata, para matar a nossa sede de beber e para o nosso jardim.Se vocês notarem bem eu tombei para o lado da santa, sim, a Santa Isabel que me fez boa companhia durante todos estes anos.
Igreja Santa Isabel ao fundo
Sim, ela perene, eu passageira, disto eu já sabia, porque todos nós somos aqui passageiros. Esperei virar a década para tombar e assim o fiz em homenagem ao Jatobá, meu vizinho que mora do outro lado da praça. Já fomos em maior número por aqui, temos boas histórias para contar e sei que ele será guardião das memórias.
Não me lembro ao certo qual foi a mão generosa que me plantou neste solo, porém neste momento em que me ajoelho na calçada da praça eu estendo meus galhos em direção a capela em sinal de agradecimento pela generosidade anônima. Não fico triste por partir, pelo contrário, volto ao plano universal com o sentimento do dever cumprido.
Quero também que transmitam meus agradecimentos pela companhia daquele senhor que todo dia se deitava debaixo da minha sombra. Tivemos bons diálogos;ele falando a língua dos homens e eu falando a língua das árvores, tudo na mais perfeita conexão.
Ouvi dele relatos que me impressionaram muito, ouvi também confidências de casais de namorados e de muita gente que aproveitou a minha sombra para fazer suas orações, pedindo pela saúde de amigos que estavam em tratamento na Santa Casa,preces por familiares e por eles próprios. Em todos estes momentos eu e Ele, o Deus que habita em nós, ouviu silenciosamente suas súplicas e as conduzimos aos céus.
Você não sabia disso? Nós árvores somos encantadas e temos o poder de falar com a natureza. Tanto é verdade que eu tive a honra de tombar com a força do vento que trouxe a chuva abençoada, chuva que lavou minhas folhas, meus galhos e o meu já frágil tronco.
 Daqui a pouco eu me tornarei lenha e, assim como a Fênix, eu terei o meu renascimento espiritual completando o ciclo da minha existência neste plano.
Adeus Praça Maria Isabel, adeus fonte de água, adeus Marília. Daqui do alto da Rua Nove de Julho e da Vicente Ferreira, uma ponta da antiga Fazenda Cincinatina, eu me despeço em grande estilo e levo comigo uma das mais belas vistas desta cidade que tanto amamos.
Por Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos e fotógrafo