sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Caminhos para o Turismo em Marília

 O Comtur – Conselho Municipal de Turismo em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo estão produzindo e divulgando material informativo sobre o turismo receptivo na cidade. Na condição de MIT – Município de Interesse Turístico recebemos do governo estadual o repasse de valores  que são direcionados para investimentos em projetos de modernização e melhorias dos equipamentos turísticos já existentes e de outros que venham a ser construídos.

São verbas que o governo estadual disponibiliza somente para municípios que tenham projetos voltados para o turismo. Isto significa dizer que não oneram o orçamento público local e não “tiram dinheiro de outras pastas”. De forma simplista podemos dizer assim: “é um dinheiro que está lá disponível, se apresentamos projetos e aprovamos, podemos requerer a verba e utilizar, caso contrário outros municípios o farão e perdemos a oportunidade.


Mas falamos de que qual modalidade de turismo em Marília? A resposta é o turismo de negócios.

É muita gente que vem aqui para fazer negócios e este fluxo movimenta 86% da ocupação da rede hoteleira local. O segredo, o plano estratégico é fazer com que estas pessoas aproveitem ao máximo a sua permanência na cidade e, sempre que possível, retornem trazendo familiares que vão aproveitar a viagem para fazer compras no comércio, participar de atividades culturais, shows e apresentações, curtir o melhor da gastronomia, freqüentar bares e restaurantes com música ao vivo, utilizar os serviços dos salões de beleza, fazer compras para a casa nos supermercados e atacadistas, freqüentar casas de show e teatro, visitar o Museu de Paleontologia, entre outras.


Há uma rede de pequenos e grandes negócios que se alimenta deste fluxo de idas e vindas que pode ser intensificada de forma a gerar mais dividendos e mais empregos.  Tudo depende de melhorarmos a percepção de que Marília é uma cidade acolhedora, cheia de opções de lazer e cultura, cidade que tem uma paisagem natural privilegiada, clima muito agradável, possui excelentes faculdades que desenvolvem a formação de novos profissionais e investem na pesquisa e na inovação. Fazemos parte do contexto das cidades que estão no foco de novos investidores e os fatores acima elencados são muito valorizados nos processos decisórios

Quando alinhamos este conjunto de informações positivas nos tornamos mais competitivos em relação a outros municípios. As empresas investidoras pesquisam por de mão de obra qualificada disponível, proximidade de centros de pesquisas e tecnologia, saúde bem estar para seus profissionais, segurança e qualidade de vida, boa localização geográfica e logística favorável.

Para completar este cenário positivo e muito favorável podemos assumir a condição de sermos  o mais bem organizado Polo de Tecnologia da região Centro-Oeste, com dois APL -Arranjo Produtivo Local já efetivamente reconhecidos pelo governo do estado de São Paulo, sendo uma na área de Tecnologia e o outro na área de alimentos.

Para entender mais sobre este movimento de valorização do turismo local e das ações em andamento indico aos leitores que assistam estes vídeos produzidos pela equipe do “Virada São Paulo 2020 Online” um programa de música e cultura urbana. Confira os links: https://youtu.be/ho5mR3SN5Gk ;https://youtu.be/k1kr2B_Qk9c;https://youtu.be/tRG1UHHeNQQ;https://youtu.be/-dX7SrlQZxg

Ivan Evangelista Jr, membro do Conselho Municipal de Turismo e da Comissão de Registros Históricos

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Jatobazeiro da praça

 


Estava fazendo a (re) leitura do Guia de Roteiros Turísticos em Marília, publicação de minha autoria lançada no ano de 2.000 com dicas e sugestões sobre lazer, cultura, entretenimento e curiosidades sobre nossa querida cidade.

Em um dos itens eu faço a sugestão do leitor conhecer o “Roteiro das Árvores Tombadas” e assim conhecer mais sobre a flora urbana que conta com espécies raras e de grande beleza. Lembrando que o Tombamento das espécies aconteceu mediante proposta da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e foi aprovada pela Câmara Municipal. Dentre as razões ou motivos para o tombamento estavam a condição de porta-semente, beleza ou singularidade da espécie.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (denominação atual) faz regularmente a coleta de sementes para a reprodução de mudas no viveiro municipal, importante trabalho que além de preservar espécies diversas possibilita aos cidadãos a aquisição de mudas por valores bem em conta. O viveiro fica na Rua Benedito Alves Delfino, 205, em frente ao prédio da escola Fundação Bradesco.

E hoje eu passei pela manhã na Praça Santa Izabel, onde se encontra uma das espécies preservadas que é um enorme Jatobazeiro. Para quem gosta de coletar sementes e depois plantar o momento é agora porque o chão está forrado de frutos que caíram do pé.


Curiosidades:

O Jatobazeiro também conhecido por jataí ou jutaí é típica do cerrado brasileiro, floresce entre dezembro e março e fornece frutos de julho a novembro. É fruto muito conhecido dos índios da América Latina por ser considerada uma fruta mística. Segundo esses índios este fruto traz equilíbrio de anseios, desejos, sentimentos e pensamentos. Eles tinham o hábito de comer um ou dois gomos de jatobá e logo após faziam rodas de meditação.

O exagero no consumo pode deixar a pessoa atordoada e o organismo desregulado. É muito eficaz contra a diarréia e tosse. O chá da casca da árvore é chamado “vinho de jatobá”. A sua madeira junto com ipê, mogno, está no grupo das 10 mais valiosas e negociadas do mundo.

Na mesma praça eram duas árvores desta espécie, mais um os Flamboyants. As Palmeiras foram plantadas posteriormente em substituição às  arvores retiradas sendo que uma delas não conseguiu se adaptar ao novo espaço.

#sustentabilidade; #mariliaturismo  

quarta-feira, 29 de julho de 2020

O que a Azul fez para ficar em primeiro lugar?


O estudo de casos é uma ótima ferramenta de aprendizado e de treinamento para equipes que desejam se aperfeiçoar e promover a melhoria continuada de produtividade. Provavelmente você já deve ter ouvido falar ou mesmo já leu o best seller “Modelo Toyota de Excelência em Serviços”.O IMAM traduziu do inglês e publicou, em maio de 1984, sob o Titulo: Produção sem estoques: uma abordagem prática ao sistema de produção da Toyota.
Desde então a obra se tornou fonte de consulta obrigatória para empresas e instituições que estão sempre alinhadas com as questões de modernização das suas linhas de produção e a constante otimização de recursos com vistas tornar processos mais simples e mais produtivos.
Pois bem, feita esta observação inicial hoje eu quero trazer o assunto para o nosso contexto e comentar aqui uma importante notícia para o Brasil e para o mundo: A Cia aérea Azul foi eleita a PRIMEIRA entre as dez companhias aéreas do mundo segundo a Tripadvisor. Uau!
E o mais legal de tudo isso é que a premiação vem embasada na avaliação dos usuários como a melhor Cia aérea do mundo. Já imaginou o clima contagiante que a empresa está vivendo neste momento? Já imaginou com que orgulho os seus colaboradores vestem seus uniformes e partem para as frentes de trabalho?
E não pra por aí, tem mais. O detalhe, NÃO MENOS IMPORTANTE, é que a Azul saiu lá do fim da fila, onde ocupava a sétima posição na classificação do ano de 2019 para a primeira posição, deixando para trás concorrentes de grande porte conforme o quadro abaixo nos mostra.
Eu penso que este uping de posicionamento de mercado deve ser levado para os ambientes universitários e nos grupos de pesquisa, assim como é modelo para outras empresas que desejam igualmente estar na mente dos seus clientes como a primeira a ser lembrada no seu segmento.
Certamente deve haver uma lista de ações práticas que envolveram as cadeias de suprimentos da companhia, as continuadas pressões por redução de custos e a crescente exigência dos clientes por mais qualidade e mais pontualidade, pois a agenda de negócios é sempre apertada e estar no local agendado,no  horário previsto e de bom humor é imprescindível para empresas e executivos comprometidos com o seu negócio e com os clientes.
E não pense que o modelo Azul serve apenas para empresas de grande porte. Temos visto nesta crise da pandemia algumas pequenas empresas se reinventarem e darem um salto de produtividade e vendas utilizando a criatividade e, principalmente, ouvindo seus clientes para saber das NOVAS necessidades. Parabéns aos profissionais da Cia Azul pela importante conquista.
E aqui em Marília?
Menciono alguns exemplos, sendo o primeiro de uma loja de tecidos que vem se reinventando a cada dia e se tornou um dos melhores vendedores do Mercado Livre. A loja física continua ativa, porém as vendas pelo e-commerce superam as expectativas e respondem por boa parte do faturamento mensal proporcionando o necessário equilíbrio financeiro.
A loja familiar administra com maestria os processos da venda, as facilidades na forma de pagamento, a logística, o rastreamento e a entrega no prazo,e  faz o pós-venda com regularidade para saber da satisfação dos clientes, tudo explícito no site, sempre atualizado e atrativo.
O segundo caso é de uma loja que vende cafés gourmet, lanches e Petit Fours. A presença do ciente na loja embalado pelos aromas e pelo visual convidativos era certeza de dinheiro no caixa. De repente o ambiente aconchegante e cheio de apelos sensoriais não pode mais ser ocupado pelas razões do necessário isolamento social.
Num curto espaço de tempo o proprietário entendeu que o modelo de mercado mudou, pelo menos temporariamente, e incrementou o cardápio com novas opções gastronômicas. Para substituir a magia presencial do café feito na mesa e na frente do cliente ele promoveu as lives nos horários em que o café sempre cai bem e adotou o sistema Drive Thru. Criou embalagens personalizadas que valorizam o produto e assim abriu uma nova frente de mercado que certamente não vai parar quando tudo voltar ao normal.
E o caso de restaurante que estava em franco crescimento, fazendo investimentos em novas lojas e na modernização de espaços. Seu diferencial sempre foi a excelente qualidade da comida, a apresentação visual dos pratos na bancada de quentes e frios e o gentil atendimento da equipe de serviços.
Impedido de abrir as portas o proprietário investiu na intensificação do relacionamento com os clientes por meio das redes sociais, sempre nos momentos que antecedem as refeições, o que promove uma associação mental fantástica com quem está assistindo. Ele mostra o cardápio do dia e faz sugestões para uma marmita em que os alimentos são acomodados separadamente e o cliente é quem escolhe a variedade e a quantidade com preço justo e confortável.Ele percebeu que parte dos seus clientes não gosta do modelo comum de marmitex e conseguiu aliar praticidade com a qualidade de sempre.

E você ou a sua empresa, estão conseguindo se adaptar ao novo normal ou estão travados?
Se a segunda resposta é a que se aplica neste momento já passou da hora de sentar em grupo e promover o famoso “toró de palpites” com plena liberdade de sugestões. Vale também fazer uma lista de clientes e ligar para saber como estão e se podem contribuir com alguma sugestão para a continuidade dos serviços e do importante relacionamento.
*Para saber sobre o ranking da Tripadvisor acesse: https://www.tripadvisor.com.br/TripAdvisorInsights/w765
Ivan Evangelista Jr é consultor em Assessoria de Comunicação e Marketing de Relacionamento.
o(ivanevangelista155@gmail.com)


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Eutroficação na Represa cascata

Durante visita na barragem da represa Cascata observei um estranho movimento na água. Fazendo uma comparação parecia que dentro da água havia um motor de máquina de lavar e com movimentos cada vez mais fortes.
Intrigado com o fato notei que nas margens está se acumulando aquela camada densa de algas e, talvez, seja esta a razão do movimento. Os peixes estão buscando mais oxigênio na superfície.
Procurei informações no Dr. Google e encontrei: "A eutrofização ou eutroficação é o crescimento excessivo de plantas aquáticas. Afeta sobretudo corpos de água parados (lagos, represas, açudes), gerando a depleção de oxigênio ou anóxia (falta de oxigênio na água) nas camadas mais profundas dos lagos.
Falta de chuvas e alta concentração de material orgânico podem ser fatores que contribuem para esta ocorrência.
No vídeo anexado os sons que vão ouvir é dos veículos que passam pela avenida.
Local: rRepresa Cascata - Marília - Sp
Latitute: 22°12'50.02"S; Longitude: 49°55'24.10"O
horário: 20h50(UTC)


Turismom receptivo pós-covid

É verdade.
Em um dos cursos de desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional que fiz o instrutor disse assim: "Fiquem atentos porque do universo fluem as ideias e elas passam por várias ondas de vibração. Elas ficam por aí até que sejam captadas e postas em práticas."
O artigo sobre o turismo receptivo em Marília eu escrevi na segunda-feira(22/07), fiz a foto de boas vindas na Rodoviária de Marília já no finalzinho da tarde do mesmo dia e enviei para o editor do Caderno 2 do Jornal da Manhã.
O artigo foi publicado na capa do Caderno 2, edição de hoje, sempre atenciosa a equipe do JM.
O mais legal foi verificar que no mesmo Caderno, pg 2, o editor publicou outro artigo e de forma bem interessante fez a conexão entre as duas publicações que tratam sobre o a mesma pauta: A retomada do Turismo Receptivo.
Talvez algumas pessoas possam perguntar: - Mas temos Turismo em Marília?
-Sim, sendo o principal o Turismo de Negócios, responsável pela grande ocupação da rede hoteleira durante toda a semana,e também o forte impacto dos eventos (seminários e congressos) realizados pelas universidades, por empresas e promotores de feiras e eventos empresariais e artísticos;
Temos o Museu de Paleontologia que é referência nacional e internacional por seu acervo e pelo trabalho incansável do paleontólogo Willian Nava e que conta com número significativo de visitantes em períodos normais;
Temos as belezas dos vales e Itambés que circundam toda a cidade e que serão mais valorizados com a conclusão das obras do tratamento do esgoto, trazendo melhor qualidade de vida e promovendo a necessária sustentabilidade.

Sustentabilidade Sem Limite

Depois da inauguração da avenida Cascata o fluxo de pessoas aumentou por lá, local aberto, boas caminhadas, bom para tomar sol, para práticas esportivas e para encontros de grupos. O problema é o lixo que vem se acumulando em suas margens, desde garrafas de cerveja e vinho, embalagens de lanches, sacos plásticos, maços vazios de cigarros e outros indesejáveis.
E dentro do tema turismo, em qualquer lugar do mundo, uma das principais dificuldades é conscientizar as pessoas/visitantes a utilizar os espaços sem promover qualquer tipo de degradação ou alteração do meio ambiente.
Por isso mesmo uma das mais frases utilizadas é esta: "Deste local leve apenas lembranças e deixe apenas suas pegadas por onde passar." Nada de fazer inscrições em troncos ou pedras com canivetes ou outros objetos, nada de levar uma mudinha de flor ou de qualquer espécie, nada de entrar onde consta "Proibido a Entrada" e principalmente nada de deixar lixo.
Frase que serve para todos durante visitas em espaços públicos: "O lixo que vem você, volta com você. Descarte em local apropriado."
Há muito se fala de fazer da Cascata um parque público, com acesso à represa, local para lanches em meio a natureza, observação de pássaros e espécies da fauna e flora, entre outras atividades no meio natural.
Um desafio que tem que ser trabalhado em conjunto porque o lixo fora do lixo é mais uma questão de educação ou da falta dela durante a nossa formação cidadã. A Ong Origem, o proprietário do Café do Barista vem fazendo várias ações neste sentido, assim como o Rotary promove todos os anos a coleta de resíduos em torno do lago da Cascata. São exemplos de iniciativas que visam educar as pessoas para o bom uso do espaço público.
Hoje eu flagrei estas cenas que mostram que o problema vai além da questão estética. Nas margens da avenida Cascata ainda temos os pastos com vários animais soltos e que ficam vulneráveis aos impactos da falta de conscientização. Vacas e cavalos durante a pastagem podem engolir junto com o capim um saco plástico e ter sérios problemas que podem levar até a morte do animal.
Este senhor, um peão por tradição, estava fazendo a coleta do lixo junto com seu cavalo. Nas costas da blusa que vestia a identificação da tropa que tem orgulho de fazer parte e três palavras que me inspiraram a fazer as fotos e a escrever este texto.
É isso peão, você não está sozinho.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Vai um torradinho aí?

Ele já foi estrela de campo de futebol e anunciado aos gritos em meio a galera enlouquecida pelas dribladas e  o quase gol que sempre teima em não acontecer. O vendedor esperto consegue andar pelas arquibancadas pulando em meio aos torcedores e encontrando espaços que só ele vê. Ele têm passe livre na galera e anuncia seu produto com toda poesia; “Olha o torradinho pessoal, vai bem com  a Skol e com o futebol”.
Foto internet
Também pode ser encontrado nas principais vias de acesso da cidade de São Paulo onde os ambulantes carregam baldes com braseiro, e na parte superior uma espécie de tampa mantém o torradinho mais querido do Brasil quentinho. Bonito de ver a embalagem feita de papel em formato de cone,fica difícil não arriscar abrir a janela do carro para compra um, dois ou até mesmo três pacotinhos. Irresistível.
Ganhei do meu filho agrônomo amendoim recém colhido e foi por isso que toda esta memória cultural brasileira veio à tona. Quase todos nós temos alguma lembrança onde o amendoim marcou presença. Alguém aqui já deixou um monte de casca sob a carteira escolar de madeira? Alguém aqui já tomou bronca da professora por fazer barulho na aula quebrando a bage, bem escondidinho e apertando os dedos e as pernas para abafar o som? – Claro que não e se aconteceu algum dia foi por pura implicância dela.

Isso sem dizer das casquinhas que vamos juntando uma a uma até que um vento ou um descuido qualquer faz espalhar tudo pela casa. Já tentou juntar casquinha de amendoim? Cada uma que se tenta pegar parece que se multiplica em mais mil delas e aquilo vai pros cantinhos. Depois quando a gente anda descalço elas aparecem como mágica na sola dos pés.Fica tudo pintadinho de vermelho.


Amendoim lembra roça, que lembra forno de lenha, que lembra chaminé soltando fumaça, que lembra o torradinho, e que depois de chegar em casa despertou na patroa vontade de fazer canjica com amendoim. E foi por conta do torradinho de hoje que me despertou esta rápida lembrança afetiva.


Ainda na infância, meu tio Arlindo fazia paçoca caseira das melhores. Torrava, tirava e soprava as cascas, passava no moedor manual, fazia
aquela pasta oleosa e cheirosa, levava ao fogo com açúcar e mexia com a colher de pau até dar o ponto.
Depois despejava a massa cozida na pia de granito para esfriar mais rápido ou ajeitava numa assadeira de alumínio e ia apertando para ficar bem firme.Depois disso , riscava os quadradinhos e cortava os pedaços. Não sem antes limpar a panela com os dedos e lamber a colher com aquele restinho de doce grudado na ponta.


Tinha outra receita que ele fazia com freqüência. Panela no fogo, açúcar Cristal para derreter com um pingo de limão. Dando aquele ponto de grude ou puxa-puxa acrescentava uma xícara ou pouco mais do torradinho, grãos inteiros, e mexia bastante par misturar bem. Dado o ponto jogava na pia ou sobre pedra fria para cristalizar logo. Estava pronto o pé-de-moleque mais gostoso que já comi na minha vida, e tenta comer escondido e sem fazer barulho. Difícil hein!

Da roça até a nossa mesa é um caminho que merece aplausos aos seus produtores. E bom dizer que a região de Marília responde por boa parte da produção do estado de São Paulo.
Vai um torradinho aí?

Ivan Evangelista Jr, fotografo, articulista, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e incentivador do Turismo Rural Brasileiro. #turismoruralmarilia  

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Aeroporto recebe melhorias


Trégua no tempo, máquinas na pista

E nesta sexta-feira (17/01/20) registramos as máquinas trabalhando na cabeceira da pista do Aeroporto de Marília “Frank Miloye Milenkovich” para obras de melhorias na posta que inclui o recapeamento e correção de fissuras ao longo de toda a sua extensão. São 1.700 metros de comprimento e 35 metros de largura.

Recapeamento da pista
As reformas e manutenção são parte do pacote de melhorias, que entre outros serviços também está executando a troca dos alambrados que protegem a região do aeródromo. O governo anunciou a privatização dos principais aeroportos do estado e Marília está na lista dos equipamentos que passarão a ser administrados pela iniciativa privada.
O aeródromo contempla a área de embarque e desembarque e a torre de comando que são administradas pelo DAESP , mais a oficina OMA de aviação  reconhecida nacionalmente pela qualidade técnica e competência dos serviços prestados, atendendo pilotos privados de todo o território nacional e até mesmo aeronaves vindas de outros países.

Anexo a este complexo está o Aeroclube de Marília, escola de pilotagem e formação de comissários, fundado em 1940 e que continua em plena atividade com atividade de apoio ao turismo local com serviços de vôos panorâmicos sobre a cidade de Marília.
Para a execução das obras a administração local expediu Notan que limita pousos e decolagens apenas nos horários dos vôos comercias das empresas Azul e Passaredo, responsáveis pelo transporte de passageiros nos trechos Marília,Campinas e São Paulo. A limitação de horários inclui as atividades de vôos privados e executivos que devem atender as normativas de restrição até o dia 28 de fevereiro.
Há grande expectativa pela breve conclusão das obras para o retorno das atividades normais que registram grande movimento de passageiros, movimento este que é bem maior que cidades vizinhas. As melhorias na pista, as melhorias na Taxiway e a perspectiva da reforma e ampliação, ou nova construção do terminal de embarque de passageiros,são fundamentais para Marília ganhar mais impulso na competitividade regional e manter-se como pólo de desenvolvimento.

Segundo o livro Cidades Criativas, autoria de Vitor Mirshauka que já esteve em Marília, as cidades que investirem na modernização dos seus aeroportos tendem a ter melhores resultados porque se tornam aglutinadoras de serviços integrados. Com as novas instalações e a privatização é certo que a zona leste passará a chamar mais a atenção de novos investidores.
Exemplo desta tendência é a recente aquisição por empresário local de área anexa ao aeroporto com frente para a Av. Brigadeiro Eduardo Gomes.O espaço poderá receber novos hangares ou construções de barracões para atender empreendimentos de logística.
Negócios e oportunidades sempre andam juntos.

Por Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, fotógrafo e pesquisador.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Réquiem de um Flamboyant


Desculpem meus amigos, não consegui resistir mais e tombei.
Por anos eu lhes dei sombra, frescor, agasalhei pássaros e ninhos em meus galhos e flores muito coloridas. Por anos enfentei este canto da cidade que para mim sempre foi muito especial, pois aqui, pelo que me contaram, foram terras de Bento de Abreu e foi ele quem cedeu espaço para a instalação do tratamento das águas da Cascata, para matar a nossa sede de beber e para o nosso jardim.Se vocês notarem bem eu tombei para o lado da santa, sim, a Santa Isabel que me fez boa companhia durante todos estes anos.
Igreja Santa Isabel ao fundo
Sim, ela perene, eu passageira, disto eu já sabia, porque todos nós somos aqui passageiros. Esperei virar a década para tombar e assim o fiz em homenagem ao Jatobá, meu vizinho que mora do outro lado da praça. Já fomos em maior número por aqui, temos boas histórias para contar e sei que ele será guardião das memórias.
Não me lembro ao certo qual foi a mão generosa que me plantou neste solo, porém neste momento em que me ajoelho na calçada da praça eu estendo meus galhos em direção a capela em sinal de agradecimento pela generosidade anônima. Não fico triste por partir, pelo contrário, volto ao plano universal com o sentimento do dever cumprido.
Quero também que transmitam meus agradecimentos pela companhia daquele senhor que todo dia se deitava debaixo da minha sombra. Tivemos bons diálogos;ele falando a língua dos homens e eu falando a língua das árvores, tudo na mais perfeita conexão.
Ouvi dele relatos que me impressionaram muito, ouvi também confidências de casais de namorados e de muita gente que aproveitou a minha sombra para fazer suas orações, pedindo pela saúde de amigos que estavam em tratamento na Santa Casa,preces por familiares e por eles próprios. Em todos estes momentos eu e Ele, o Deus que habita em nós, ouviu silenciosamente suas súplicas e as conduzimos aos céus.
Você não sabia disso? Nós árvores somos encantadas e temos o poder de falar com a natureza. Tanto é verdade que eu tive a honra de tombar com a força do vento que trouxe a chuva abençoada, chuva que lavou minhas folhas, meus galhos e o meu já frágil tronco.
 Daqui a pouco eu me tornarei lenha e, assim como a Fênix, eu terei o meu renascimento espiritual completando o ciclo da minha existência neste plano.
Adeus Praça Maria Isabel, adeus fonte de água, adeus Marília. Daqui do alto da Rua Nove de Julho e da Vicente Ferreira, uma ponta da antiga Fazenda Cincinatina, eu me despeço em grande estilo e levo comigo uma das mais belas vistas desta cidade que tanto amamos.
Por Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de Registros Históricos e fotógrafo