sábado, 21 de outubro de 2023

Semana de Gastronomia Senac Marília - Brasilidades

Semana da Gastronomia Brasilidades – Senac. Completamos o ciclo de saberes e aprendizados
Ontem foi dia de conhecer a “Comida de Santo”, expressão que identifica a culinária ancestral com origem nas tradições africanas, indígenas e europeias, partindo das tradições dos rituais religiosos afro-brasileiros. O palestrante foi Jorge da Hora, que possui extenso currículo de formação culinária e atualmente é professor do centro universitário Senac-Santo Amaro.
Uma apresentação intensa, um passeio cultural que nos levou a revisitar a história, desde a chegada dos primeiros navios com escravos até o momento presente em que vemos explodir opções de restaurantes temáticos, principalmente nos grandes centros urbanos como opção de novas experiências na alimentação. A Comida de Santo é a referência estreita com os rituais do candomblé, da umbanda, da quimbanda e dos Orixás. Muitos dos pratos e receitas são utilizados como “oferendas” nos rituais, cada qual com as características do santo invocado. Durante o tempo todo o chefe nos provocou a rever conceitos e buscar entender mais sobre este cenário miscigenado que nos rodeia.
Passamos pelas histórias dos orixás: Ogum, Xangô, Oxóssi, Iansã, Nanam e de todas as comidas que segundo a tradição lhes são caras. No final da apresentação um banquete para degustação dos presentes com receitas preparadas pelos alunos do Senac: canjica branca, falofa com camarão seco e cará, coco fresco fatiado, e o cozido na folha de bananeira com base de milho. Tudo muito bom. Marília é uma cidade com muitas opções na gastronomia para os seus moradores e visitantes. Temos aqui a culinária japonesa, a italiana, a sírio-libanesa, comida chinesa, portuguesa, espanhola, comida cabocla, churrascos e rodízios, comida mexicana e tailandesa, dentre outras. Não tenho dúvidas que em breve será acrescentado nesta lista de roteiros dos temperos mais um estabelecimento: O de Comida de Santo. Uma das publicações que nos ajudam a entender mais sobre este saboroso assunto é o livro “Santo também come”, do antropólogo Raul Lody. Encontramos no prefácio, assinado por Maria Stella de Azevedo, conhecida como mãe Stella, a seguinte informação: “a dinâmica de comer e beber do candomblé transcende a ação biológica e se constitui na principal maneira de renovar e estabelecer o axé. Comer é uma maneira de se comunicar com o orixá e de fortalecer a troca de axé (força de realização, poder e desejo de felicidade). Depois destes três dias de novos aprendizados, posso reafirmar um diálogo que sempre compartilho com os meus e com os amigos: Toda vez que nos reunimos a família em volta de uma mesa de alimentação, enquanto alguém que nos quer tanto bem, prepara os alimentos, enquanto o cheiro do molho do macarrão, do assado no forno, do alho queimando no azeite quente tomam conta da casa, estamos exercitando a renovação de laços amorosos e de energias afetivas, que serão ofertadas nas travessas e nos pratos prontos, e saboreadas durante as conversas animadas, dos risos, dos gritos das crianças, do copo derramado sobre a toalha, tudo isso sob o olhar brilhante dos anfitriões. Isto também é Comida de Santo.
Nos dois dias anteriores passamos pela culinária ítalo caipira e a indígena. Foram igualmente duas palestras fantásticas, com resgates e memórias que estão tão presentes nos costumes e na mesa de hoje. Estas aventuras culinárias e gastronômicas são importantes para nós e para o turismo brasileiro.
Cada prato tem sua história e quando conseguimos levar este contexto à mesa dos nossos visitantes a refeição passar a ser experiência de vida, ganha novos contextos e se torna mais valorizada porque nos ingredientes está presente a história. Cumprimentos aos organizadores do evento e aplausos aos ilustres palestrantes. #turismosp Ivan Evangelista Jr, faz parte do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo e da Comissão dos Registros Históricos de Marília

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Marília e o Dia Mundial do Turismo

Comemoramos na data de 29 de setembro o “Dia Mundial do Turismo”, e cabe neste momento fazermos uma avaliação dos avanços que já conquistamos para a nossa querida Marília. O turismo recepƟvo se faz no coleƟvo e com a parƟcipação da comunidade. A conjunção de iniciaƟvas e aƟtudes que tornam a experiência do estar, e do viver bem em Marília, seja por um dia, ou por um período mais longo será o fio condutor da percepção posiƟva ou negaƟva. Para entendermos melhor esta questão do recepƟvo façamos o caminho do cidadão que está chegando na cidade e aguça os senƟdos para mapear o novo ambiente. Fazemos isto de forma inconsciente toda vez que nos deslocamos do nosso habitat para um outro endereço. A conservação das ruas, a sinalização de orientação, o fluxo do trânsito de veículos e de pessoas, as cores e fachadas, a apresentação das praças e jardins públicos, a modernidade dos ediİcios, a limpeza das vias públicas, dentre outros, vão compor a famosa experiência “a primeira impressão é a que fica”. Vamos chamar este conjunto de signos mencionados de componentes aleatórios da paisagem urbana. E se faz necessário comentar sobre aquelas oportunidades em que uƟlizamos os serviços de um taxi ou outro meio de transporte para chegar ao desƟno. De forma natural passamos a entrevistar o condutor do veículo, puxamos conversa, coisa bem de brasileiro mesmo. Se o nosso amigo, personagem urbano que vive localmente, esƟver bem informado e contente com a qualidade de vida que têm, ele certamente dará boas referências e vai fazer comentários posiƟvos sobre a cidade, caso contrário, ele irá despejar toda a sua insaƟsfação durante o percurso.
Numa das primeiras ações do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR, parceria com a Comissão dos Registros Históricos e com o Sindicato dos taxistas de Marília, promovemos um encontro dos profissionais condutores de veículos de passageiros. No conteúdo abordamos desde a história da criação do município, os nomes dos principais personagens, as curiosidades da história, as origens da economia local com a cultura cafeeira e do algodão, a instalação das indústrias, o crescimento dos bairros e a expansão do comércio. Neste curso eles conheceram a “Marília de Dirceu” e acreditamos que foi muito importante para o contexto. Desde então, o COMTUR, a Secretaria municipal de Turismo e da Cultura, o SEBRAE, o SENAC, a ACIM, a Câmara Municipal, o SINHORES e outros órgãos de fomento à economia criaƟva e ao turismo recepƟvo, trabalham no senƟdo de promover ideias e ações efeƟvas que transformem a experiência do estar aqui, morador ou visitante, se tornar uma experiência posiƟva e cheia de bons moƟvos para retornar por mais vezes e trazer mais pessoas. Nosso turismo de origem é o turismo de negócios. A economia local, a rede hoteleira, os empregos, o sistema produƟvo e gerador de renda é movimentado por recursos financeiros trazidos por execuƟvos de negócios que visitam as indústrias e o comércio local, contribuindo para este ciclo dinâmico que envolve pessoas e organizações. Quem aqui não gosta de ser bem atendido? Quem aqui não deseja ser bem recebido nos restaurantes, no comércio, nas relações de negócios e nos momentos de lazer? É com este pensamento de nos colocarmos no “lugar do outro”, morador ou visitante que podemos iniciar um diálogo construƟvo de boas práƟcas do recepƟvo. Não significa dizer ou nos iludir que moramos em uma cidade perfeita e esconder debaixo do tapete tudo aquilo que ainda não está como desejamos. Neste caso devemos sim ser cidadãos aƟvos e parƟcipaƟvos para cobrar e contribuir (é uma via de mão dupla) da administração municipal, da câmara de vereadores e de todos os órgãos que tenham a missão de cuidar da comunidade a obrigação do fazer. InsaƟsfeito? – Atravesse a rua e vá até onde possa estar a solução, dialogue, cobre, protocole sua peƟção, acompanhe, faça a interlocução com os agentes envolvidos.
Li um arƟgo publicado no Jornal da Manhã, edição de 20/09, onde o bilionário Ray Dalyo comenta sobre os critérios mais importantes para se escolher um país para invesƟr, e dentre eles está: “Que tenha um ambiente cívico, onde as pessoas cooperem para alcançar resultados posiƟvos”. Gostei disso, resume bem a visão de sinergia criaƟva e disrupƟva. E o turismo em Marília, onde está?
No Museu de Paleontologia, destaque internacional pelo acervo cienơfico e cultural, nos vales e Itambés que rodeiam a cidade e encantam olhares de quem chega, na rede de restaurantes e bares que abrem suas portas e colocam mesas na calçada para que tenhamos bons momentos e boas experiências à mesa, como por exemplo, o 9º FesƟval Gastronômico com 18 pratos criaƟvos, e mais os cardápios tradicionais das casas.
Para quem gosta de natureza experimente as trilhas de ciclismo com passagem nas propriedades rurais, visitar a Serra do Mirante de Avencas, o Mosteiro da Divina Misericórdia, o Bosque Municipal com muitas espécies da Mata AtlânƟca, visitar o projeto Doce Futuro e a criação de abelhas naƟvas, o SíƟo Olho D’agua que oferece tour pelo café, com degustação de torras e bebidas do queridinho dos brasileiros. E no meio urbano, visitar os prédios históricos e fazer o roteiro dos Marcos e Monumentos, imersão cultural na biblioteca municipal e conhecer os espaços “Colecionismo” e “Autores Marilienses” que reúne obras de autores prata da casa, passear no Mercadão, conhecer o Centro Cultural “Braz Alécio” e a programação de exposições, as atrações do Teatro Municipal , fazer caminhadas na av. das Esmeraldas, comprinhas nas feiras de artesanato, curƟr novos amigos no Beco da Ipiranga com a pegada do Jaz Á La Rua, ao som do Mahatma Groove, acompanhar os eventos culturais e cienơficos que lotam as agendas das universidades, começar o dia com amigos nos cafés da manhã dos hotéis da cidade, abertos para hóspedes e visitantes, viver o day use experience proporcionado por um dos melhores hotéis da cidade, com direito a uso dos espaços de lazer, piscina e restaurante. Na mensagem do Secretário Geral da ONU, António Guterrez, ele afirma: “O turismo é uma força poderosa para o progresso e a compreensão mútua, mas para gerar todos os seus beneİcios, esta força deve estar protegida e nutrida.” Nosso caminho, ser uma Smart CiƟe turísƟca ParƟcipei como palestrante no evento Nacional Smart CiƟes na cidade de São Paulo e levei esta visão da nossa cidade para o grande público que se fez presente nos dois dias do evento com transmissões das palestras em vários canais digitais. Nosso tema central foi a Estação de Estudos Ambientais de Padre Nóbrega e região e o que ela representa para o turismo local e regional. Temos aqui um projeto iniciando, com muita força e muitos desafios, porque sabemos que o futuro, e o presente do turismo passa pela atenção e os cuidados com o meio ambiente. Visitas em espaços rurais, invesƟmentos em trilhas e caminhos, revitalização de áreas verdes, resgate das culturas caboclas e da história da cidade, cuidados com as nascentes, rios e córregos, e o cuidado com as pessoas como principal aƟvo do sistema é o caminho a ser seguido. Somemos a isto todo o sistema de inteligência que já contamos na cidade e vamos tecendo a rede de elementos e iniciaƟvas que vão nos levar a mais conexões e obtenção de melhores resultados. Feliz Dia Internacional do turismo.
Ivan Evangelista Jr, é presidente do COMTUR e membro da Comissão dos Registros Históricos de Marília, autor do livro “Manual PráƟco do Turismo Rural, um guia para empreendedores e do 1º Guia de Roteiros TurísƟcos na cidade de Marília.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Conhecendo o Roteiro das Capelas

Por Danilo Pierote e Índio Rapel Um belíssimo presente para Marília e Região. A “Rota das Capelas” é fruto de ideias e iniciativas de um coletivo composto por bikers, corredores, entusiastas do turismo de aventura, lideranças locais e munícipes.
O roteiro integra belíssimas paisagens como o “dedo de Deus”, o “Estreito” (antiga trilha Caingangues - opcional), cachoeiras e o “Vale do Arrependido”. Além disso, há pelo caminho várias capelas e igrejas que tornam o rolê ainda mais interessante. O Trajeto se inicia na histórica Igreja São Bento, na área central de Marília e segue para a antiga estrada de Ocauçu. Após atravessar a ponte do Rio do Peixe, o caminho passa pela Serra da Columbia, onde encontramos a primeira capela incrustada ao lado direito da Serra.
Ao lado esquerdo da referida Serra encontramos o majestoso “Dedo de Deus”, uma formação rochosa em formato de torre com mais de 50 metros de altura. Chegando na vila de Nova Columbia encontramos uma belíssima igreja dedicada à Nossa Senhora Auxiliadora e a primeira atração gastronômica do trajeto – a “lanchonete do Avião”, uma iniciativa do amigo Edi Carlos, um aficionado por aviação que resolveu fundar o espaço onde até os lanches possuem nome inspirados na aviação. Na parte central há uma aeronave real toda restaurada. Seguindo para Ocauçu conhecemos a Padaria do Walter e o Bar do Zeti onde tivemos a oportunidade de saborear esfiha turca e um delicioso salgado de “cabo de reio”. Na praça Central encontramos a Igreja de Santo Antônio, construção lindíssima cercada por uma praça muito bem preservada e, de lá, seguimos para a Capela do Grotão.
A linda capela do Grotão (dedicada à Nossa Senhora Aparecida) conta com os traços do festejado artista @mhguijo e com infraestrutura onde o aventureiro ou peregrino poderá se abastecer de água e, ainda, utilizar banheiros muito bem cuidados.
De lá seguimos para o Distrito de São Benedito, uma das vilas mais antigas de toda a Região. Pelo caminho encontramos paisagens inteiras com vibrantes girassóis contrastando com a imensidão de céu azul. Em São Benedito há uma antiga capela, no Centro, e um “sino” utilizado pelos moradores locais para saudar os visitantes. Deixamos São Benedito e partimos para o Distrito de Amadeu Amaral. No caminho encontramos a trilha que dá acesso ao aclamado “Estreito”, um caminho indígena com uma travessia que foi apelidada por exploradores que estiveram na região, no começo do século passado, de a “descida infernal”. Entretanto, deixamos a adrenalina para outro dia e seguimos pela estrada.
Ao descermos um vale e adentramos no espigão nos deparamos com uma paisagem de Savana onde conseguimos avistar, ao longe, a Cidade de Marília. O trecho foi se fechando com árvores frondosas e, de repente, mergulhamos numa descida onde a serra era repleta de árvores, curvas e um vale impressionante. Ao concluirmos a descida da Serra chegamos à fazenda “São Fernando” onde nos abastecemos com água e conversamos com os moradores locais. De lá seguimos para o Distrito de Amadeu Amaral, passando pelo “Vale do Arrependido”. Na região há urubus-reis, cachorro do mato e muitas outras espécies que às vezes se deixam avistar pelos visitantes.
Chegamos em Amadeu Amaral. No centro da vila encontramos a Igreja Santa Izabel. Ao lado da igreja há um imenso jardim sombreado e um salão onde acontecem os festejos locais. Mais à frente conhecemos o um barzinho onde é servido um delicioso torresmo. Deixamos a vila com destino ao “Recanto da Roça” (antigo Buteco da Luzia). O local fica às margens da Rodovia Rachid Raies (Marília/Assis) e lá é servido um delicioso almoço ao bom estilo mineiro. Deixamos o restaurante e seguimos em direção ao pedágio. Antes de chegarmos no pedágio saímos por uma estrada de terra à direita, conhecida como estrada da fazenda Vacaria. Descemos o vale do Rio do Peixe e, pouco adiante, chegamos no Distrito de Avencas. Em avencas fomos até a padaria local onde é servido o famoso “pão com ovo”, uma iguaria bastante conhecida pelos esportistas locais. Saímos de Avencas, subimos a Serra e encontramos a nossa linha de chegada, o
Mosteiro da Divina Misericórdia. Uma imponente construção no alto de uma colina. Ao entrarmos no templo encontramos os monges moradores do local e assistimos uma breve celebração em canto Gregoriano. Um dia regado de vivências e experiências muito ricas. O constante contato com a natureza, os encontros, as histórias e uma saborosa experiência gastronômica. O roteiro possui 100km e uma altimetria bastante desafiadora. Todavia, pode ser feito de várias formas, isso porque é integralmente composto por estradas vicinais em bom estado de conservação, sendo necessário apenas que o veículo seja alto e, preferencialmente, com tração nas quatro rodas. Assim, é possível fazer de bike, de moto, a cavalo, de carro, e quem sabe até a pé, considerando uma viagem de alguns dias.
Uma experiência muito intensa. Recomendamos. Autores: Danilo Pierote, é advogado, professor universitário e biker,Índio Rapel é esportista e proprietário da Vertical Rapel. #rotadascapelas;#caminhodafé; #turismobikercapelas;

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Smart Cities - Marília participa de evento nacional

Comtur vai apresentar a Estação de Estudos de Ambientais de Padre Nóbrega
Nos dias 4 e 5 de setembro, o Centro de Convenções Frei Caneca na capital paulista sedia o evento Connected Smart Cities & Mobility Nacional 2023, evento que contará com a participação de 5.000 pessoas, 50 expositores e que vai abordar conteúdos sobre temas que permeiam e dão base ao conceito de cidades inteligentes, humanas e conectadas. Os painéis elencados passam pelas seguintes áreas: cidades prósperas, cidades empreendedoras, cidades participativas engajadas, urbanismo sustentáveis nas cidades, cidades conectadas, cidades resilientes e inclusivas, mobilidade para pessoas, mobilidade ativa, mobilidade compartilhada, veículos elétricos, data analycts, tendências e conectividade integração.
E por meio do Comtur – Conselho Municipal de Turismo de Marília a cidade de Marília integra o painel - Urbanismo Sustentável nas cidades. A notícia da aprovação da inscrição do paper foi bastante comemorada pelo presidente Ivan Evangelista Jr que comentou sobre o fato: “Tudo começou com uma ação de solicitação à Secretaria Municipal do Meio Ambiente para limpeza de terreno localizado no final da principal avenida do distrito, no trevinho que demanda para Rosália e conjuntos de chácaras. O assunto foi levantado em uma das reuniões do Comtur e precisava de uma ação imediata”. Com muito lixo e despejo irregular de materiais inservíveis, e até mesmo de animais mortos, a área se constituía como ponto de grande risco ambiental tendo em vista a proximidade com a cidade e a existência de uma nascente no mesmo local. Durante visita técnica dos conselheiros, com a presença de funcionários da Secretaria do Meio Ambiente, constatou-se a precária situação e a partir daí um plano de ações foi elaborado.
A primeira atividade foi a retirada dos entulhos e do lixo, logo em seguida parte da área foi cercada e o passo seguinte foi pensar na possibilidade de se implantar ali uma área de preservação ecológica, com plantio de espécies nativas e flores. A concessionária Eixo que está com obras nas proximidades e grande movimentação de terras foi consultada e convidada para contribuir com o nivelamento da área. Foi durante estas visitas e conversas que nasceu a ideia de se constituir a Estação de Estudos Ambientais. Além da área em questão foi observado que a região conta com outros pontos que já se constituem em núcleos de preservação ambiental e que podem ser integrados para dar maior corpo ao projeto. Inicialmente podem ser considerados como principais atores deste cenário: a Fazendinha Caminho da Roça, projeto de turismo rural que já conta com mais de 15 anos de atividades, o projeto Doce Futuro de recuperação ambiental e meliponicultura, e o Sítio Olho D’agua, ambos no bairro Maracá.
Na praça da igrejinha do distrito existe um pequeno bosque de árvores com mais de 25 metros de altura se constituindo num importante bioma que reúne espécies de Araxixá, Pau D’alho e Paineira. Estas árvores são tombadas pelo Decreto Municipal e declaradas imunes ao corte e servem como produtoras de novas sementes. Sabendo que a preservação ambiental depende do comprometimento de pessoas e competências o Comtur iniciou uma série de visitas em outras secretarias municipais visando angariar novos colaboradores e a maior divulgação da proposta. Segundo Ivan Evangelista a participação das crianças da rede escolar municipal de Nóbrega e dos bairros Maracá, Montana e Trieste Cavichiolli é determinante para o sucesso do novo projeto.
A região prevista de atuação e estudos é bem abrangente, vai desde as imediações do Posto Ecológico, os Itambés que fazem limite com a cidade de Oriente, nas imediações do distrito de Avencas e toda a área em torno dos bairros acima mencionados. Matas nativas, córregos, riachos, fauna, flora são alvo deste novo projeto. “A cidade cresce e ocupa novos espaços, é preciso cuidar para que tenhamos áreas de respiro para não perdermos a qualidade de vida”, afirma Ivan Evangelista comentando sobre o tema da sua apresentação. Como ação prática e imediata o Comtur encaminhou ao prefeito municipal, mediante protocolo digital, minuta de projeto de Lei que deverá criar a Estação de Estudos Ambientais e que vai permitir, dentre outras vantagens, a participação de pesquisadores de universidades e faculdades com projetos de pesquisas, e atrair o fomento e o apoio de centros de pesquisa como a Fapesp e de outras instituições. Após a tramitação na prefeitura o projeto deverá seguir para aprovação da Câmara Municipal. Na edição de 19 de fevereiro do Jornal da Manhã o assunto ganhou grande força e destaque. A partir da publicação da matéria de página inteira no Caderno 2, segundo nos contou Ivan Evangelista, a repercussão na comunidade foi muito grande e motivadora para a inscrição no Smart Cities, o maior e mais importante evento de negócios e conexões de cidades inteligentes e mobilidade urbana do Brasil.
O evento é aberto ao público e as inscrições podem ser feitas no site: https://www.sympla.com.br/evento/connected-smart-cities-mobility-2023-evento-nacional/1790819?lang=PT #smartcities; #cidadesinteligentes, #estacaoambiental, #estacao ambientalmarilia

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Caminho da Fé - Uma possibilidade regional

A construção de um destino turístico passa por etapas que contemplam desde os recursos naturais disponíveis na região, devendo-se considerar e respeitar a cultura e as tradições locais, a acessibilidade e a segurança dos turistas. Organizados estes primeiros itens os colaboradores envolvidos na construção do novo projeto precisam encontrar resposta para a pergunta que vai determinar o sucesso da nova rota e fazer com que ela se torne objeto de desejo: Qual será a experiência que vamos oferecer aos visitantes? Neste novo conceito de consumo em que vivemos, deixamos de comprar produtos e serviços e valorizamos mais a experiência que nos será proporcionada após o processo decisório da compra. Passamos da fase do Ter para o Ser. Usamos determina marca de roupa, compramos produtos e alimentos naturais, substituímos o carro pela bicicleta ou pelo coletivo, optamos pelo café descafeinado, alimentos sem gordura, fazemos caminhadas, entre outras atitudes, porque elas nos inserem em um contexto sustentável que gostamos de pertencer e nos faz bem. Assim é o “Caminho da Fé, tradicional roteiro turístico brasileiro inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela. Foi idealizado e desenvolvido para dar estrutura às pessoas que por motivos diversos e, não somente por questões religiosas. Partindo de pontos diferentes pessoas fazem a peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes experiências incríveis, pontos de apoio e infraestrutura em mais de 300 km de trilhas. E aqui na região de Marília algo semelhante começa a ser estruturado. Num futuro não muito distante poderá se constituir na mais nova opção de turismo. Tudo começou com a atividades dos bikers, essa turma cheia de vitalidade que nos finais de semana e feriados vão para as estradas e deixam a adrenalina fazer o seu trabalho de gerar endorfina.
Talvez você não saiba que em Marília existem vários grupos de bikers e que cada time tem sua própria marca estampadas nas camisetas e acessórios coloridos. As bicicletas variam de preços que começam na casa dos R$ 3000 reais e podem chegar a mais de R$ 70.000, levando-se em conta o material de sua fabricação, o sistema de freios, os acessórios e toda a tecnologia embarcada. As aventuras e desafios vencidos são registrados no Strava, um site global disponível na internet e que guarda as informações de cada atleta, caminhos percorridos e detalhes sobre do percurso. Um dos usuários é o advogado e professor universitário Danilo Pieroti, biker que tem no seu currículo a façanha de sair de Marília com destino a Rio de Contas, na Bahia, junto com o amigo Formiga que é escalador profissional e foi companheiro nesta aventura.
A Rota das Capelas está em fase de organização e marcação dos pontos. Tem como ponto de partida a Catedral de São Bento, segue para zona sul sentido Serra do Rio do Peixe, passa pela Serra da Torre, em seguida Ocauçu, distrito de São Benedito, segue sentido distrito de Amadeu Amaral, passa pelo Caminho da Roça (antigo Boteco da Luzia), Avencas, sobre a serra mirante de Avencas e finaliza no Mosteiro da Divina Misericórdia.
As trilhas ganharam nome de batismo dados pelos esportistas e se popularizam pelo mundo digital. Foi destas aventuras que observaram as capelas existentes nos trechos e daí surgiu a “Rota das Capelas”. O percurso total bate perto de 70 km de estradas vicinais e entrega aos aventureiros paisagens deslumbrantes com passagem por rios e riachos, água de mina de beber na palma da mão, ouvir canto de pássaros e encontros inusitados com os habitantes da natureza e muito suor. A vantagem das trilhas e caminhadas é que são atividades mais silenciosas e a conexão com o meio se torna mais fácil. Mais adiante nesta jornada de planejamento das trilhas a proposta inclui novos pontos de apoio aos caminheiros com a recepção em chácaras e sítios que estão no trajeto, assim como acontece na Rota da Fé que leva a cidade de Aparecida do Norte.
Marília no site estadual do cicloturismo (https://www.turismo.sp.gov.br/guia-tematico-cicloturismo) Nesta proposta inicial o percurso poderá ser feito em dois dias de caminhada, vivendo a imersão das emoções, o contato com as pessoas e suas culturas, a degustação de comidas típicas, de beber o café passado no coador de pano, o chá de cidreira no bule do fogão a lenha. As orações, a introspecção dos sentidos e a renovação interior e dos sentimentos completam a experiência. Podemos dizer que estamos literalmente a poucos passos de tudo isso se tornar realidade porque muitas pessoas congregam e fortalecem esta iniciativa que tem o apoio do governo do estado de São Paulo, da administração municipal por meio da Secretaria de Turismo e dos voluntários do Comtur – Conselho Municipal de Turismo. Serviço e contatos: Nelson Mora, Secretário Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico – (14) 3422-3605 Fernanda Monteiro Violante, Secretária Adjunta da Sectur (14) 3422-3605 Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur e Membro da Comissão dos Registros Históricos de Marília (14) 998641555

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Beleza se põe na mesa

2º Concurso de gastronomia PANC movimenta a região Neste sábado 03/06, aconteceu na Estância Vale da Graça a 2ª edição do Concurso de receitas elaboradas com PANC – Plantas Alimentícias não convencionais. O concurso integra ações comemorativas ao Dia Internacional do Meio Ambiente que tem como data 5 de junho.
O organizador do evento André Yoshimoto, arquiteto de formação, é um entusiasta do tema e também empreendedor do circuito de turismo rural na região de Marília. O sítio Vale da Graça é uma propriedade que se encontra entre as serras da cidade de Vera Cruz (16 Km de Marília).
Com várias cachoeiras,piscinas de água natural, balanços e recantos o sítio é um dos destinos preferidos de quem curte ficar junto a natureza e desfrutar de momentos de tranquilidade. Para quem prefere mais conforto o sítio tem chalé, e para os que gostam de estar bem mais próximos do meio natural há cabanas e mini chalés e você pode optar por armar sua própria barraca. A ideia de promover o concurso de receitas Panc surgiu após participar do curso de Turismo Rural promovido pelo Senar com a instrutora Graziela Grecco. O curso é bem abrangente e um dos módulos é sobre gastronomia típica rural e resgate de culturas e sabores. As Panc são parte da nossa história de vida, antecedem em muito os canteiros de alfaces, almeirões, rúculas e outras espécies. Na lida das lavouras os trabalhadores rurais já colhiam seu alimento durante o trabalho da colheita, nos embornais pendurados no pescoço guardavam a beldroega, o caruru, o maxixe, a pimenta comari, o almeirão bravo, a serralha e outras espécies naturais. Era chegar em casa e preparar a salada ou o refogado e acrescentar ao prato. No primeiro concurso realizado em setembro de 2022 participaram 9 pratos concorrentes com receitas próprias. O vencedor trouxe a receita de ravioli com Ora Pro Nobis, recheado com cogumelos, decorado com brotos de alfafa e ragu de ossobuco. Nesta edição o número de inscritos teve um crescimento de 150% em relação ao evento anterior e os pratos, tanto na composição das receitas, como na apresentação final, surpreenderam a banca julgadora. O principal motor destes concursos é a valorização da cultura cabocla e o resgate de receitas que fizeram parte de histórias e culturas das famílias do meio rural no interior paulista.
A banca julgadora foi composta por quem entende do assunto e após a degustação de todos os pratos tiveram a difícil missão de eleger o melhor, segundo os critérios: Melhor prato; Melhor apresentação visual; Melhor sabor e Originalidade. Um grupo de avaliadores com alto conhecimento sobre gastronomia compôs a banca: Sthefanos Gallos, chefe de cozinha grego, proprietário do restaurante Villa Aratoca; Juliana Gianoni, professora de Alimentos da Fatec Marília e pesquisadora das PANC; Julia Bastos, nutricionista pela Universidade Federal de São Paulo e especialista pela USP; Renata Diniz Chaves, professora de confeitaria e formadora de novos talentos na gastronomia; Glays Regine, trade marketing da Life Tecnologia. O evento com a presença a presença de Cristiane Tinetti, primeira da dama do município de Vera Cruz e membro do Comtur daquela cidade, e Ivan Evangelista, presidente do Comtur de Marília.
O evento fortalece as ações de incremento das rotas turísticas da nossa região que tem por nome RT Alto Cafezal, e reúne propriedades que já atuam no turismo rural, atrativos históricos e culturais, festas típicas e pontos turísticos naturais. No mês de maio o governo estadual instalou totens que indicam as cidades da região como destino. O de Marília está em frente ao Museu de Paleontologia. E para completar o conjunto de ações pró turismo regional a Concessionária Eixo está elaborando um APP com destinos turísticos da região. O aplicativo está em fase de coleta de informações. Fotos: Ivan Evangelista Jr

quinta-feira, 1 de junho de 2023

E a roça foi parar na av. Rio Branco

Esta história começa com resgate de uma outra história que tem até filme no youtube e que aconteceu bem antes da pandemia.
Eu estava ministrando aulas em um curso de pós-graduação e levei um sorveteiro para dentro da sala de aula. Isto mesmo, um sorveteiro e todo seu equipamento de trabalho.
Não era um carrinho de sorvete qualquer, tinha uma bicicleta acoplada e isto lhe dava maior mobilidade, ele criou um cardápio, igual ao dos restaurantes, só que neste caso feito com embalagens dos vários tipos de picolés que vendia. Desta forma ele evitava ter que abrir a tampa a todo momento para os clientes poderem ver o que tem lá dentro, e mais, perdendo a refrigeração interna que mantinha os picolés em bom estado de consumo. E o que mais? – Limpeza, muita limpeza com álcool, a todo instante pois sabe que os clientes observam a aparência do carrinho. Tem mais. Ele raspava os pelos do braço para evitar qualquer situação embaraçosa quando servia os produtos e tinha uma agenda que fazia escala, em horários diferentes e em pontos diferentes. Da porta do cemitério onde era sua primeira parada ele seguia para as portas das fábricas seguindo o horário de intervalo das turmas, e no final do roteiro parava na porta de uma escola. Por estas e por outras tantas razões ele se tornou um case de sucesso e foi parar na universidade. Deu show, respondeu perguntas sobre planejamento e gestão do negócio com a maior facilidade e ainda falou sobre gestão financeira. O tempo passou e vi que o sorveteiro sumiu do ponto em frente à entrada do cemitério. Pensei que tivesse mudado de cidade ou se aposentado. Por isso os textos acima estão no passado.
Mas olha só que surpresa boa, reencontrei o Esteves no primeiro dia de junho deste ano.
Ele mudou de ramo de negócio. Agora vende Coisas da Roça na baixada da av. Rio Branco, bem na esquina com a rua Bororós. O carrinho é outro, se assemelha a uma pequena vitrine onde deixa expostos seus produtos. Tem pães caseiros, queijo fresco, beliscão, bolo de fubá, bolo de milho, doce de Jaca, doce de chuchu e outras variedades. Tudo feito pelo Esteves e sua esposa. No nosso diálogo, perguntas e respostas: - E o carrinho de sorvete antigo? R: “Fiz melhorias, coloquei motor de moto, dei uma ajeitada no design, incrementei sabe, e ficou tão bom que apareceu um comprador e pagou o preço que pedi.” - E este novo ponto? R: Escolhi porque tem movimento bom, muitos clientes aposentados passam por aqui e eles gostam de comer produtos de boa qualidade. E tem a farmácia aqui na frente, a Unimed do outro da rua, sabe como é, uma coisa puxa a outra.” - E mais o que seu esteves? R:” Inventei de fazer uma feijoada a pedido de alguns clientes. Vendeu tudo rapidinho, entreguei as encomendas em embalagens especiais, coisa de primeira, carne seca que eu mesmo faço, bastante ingredientes e feita no fogão a lenha. O capricho ajuda a vender.” Foi um reencontro daqueles que a gente nunca espera. E ainda ouvi dele a seguinte frase: “Eu fico feliz quando o senhor aparece, gosto de conversar sobre estas coisas professor.” Eu igualmente feliz caro Esteves. Suas histórias e sua capacidade de reinventar-se, sua perspicácia nos negócios me são fontes de inspiração. Eu lhe desejo muita saúde, bons negócios e que continue sua trajetória empreendedora. Ivan Evangelista Jr, é membro da Comissão dos Registros de Marília e presidente do Comtur

sábado, 27 de maio de 2023

Spielberg da paleontologia visita Marília

Prof. Anelli está realizando o projeto “Na trilha dos Dinossauros”
No mês de maio a cidade de Marília recebeu a visita do profº Luiz Eduardo Anelli, do Instituto de Geociências da USP, considerado um dos mais renomados pesquisadores do mundo da paleontologia. Ele foi idealizador e curador da exposição “Dinos na Oca e Outros Animais Pré-Históricos, no Parque do Ibirapuera, chegando ao impressionante número de 550 mil visitantes, é autor de vários livros: Pterossauros Brasileiros, Dinossauros e outros monstros – Uma viagem à pré-história do Brasil, Novos Dinos no Brasil, Novo Guia Completo dos Dinossauros do Brasil, Evolução dos Bichos, dentre outros. Por estas razões e muitas outras de natureza científica e cultural o prof. Anelli pode ser considerado o “Spielberg” dos dinos no Brasil. Seu nome está presente nos maiores trabalhos ligados a paleontologia e seus projetos culturais e pesquisas são apoiados por importantes universidades e apoiadores.
E o motivo da sua visita em Marília foi a realização de mais um projeto científico que objetiva mostrar a trilha dos dinossauros. Ele está percorrendo cidades que possuem museus paleontológicos e faz registros fotográficos e vídeos, mostrando as instalações e o acervo de cada um desses equipamentos turísticos. Foi uma visita rápida na aqui na cidade, porém muito produtiva e rica culturalmente falando. Extremamente focado e objetivo o professor aproveitou cada minuto para extrair o máximo de informações e conteúdo nas conversas com o coordenador e pesquisador Willian Nava. Ficou muito claro que na conclusão do projeto das trilhas e na revelação deste roteiro para o mundo, a cidade de Marília vai ganhar maior visibilidade como destino turístico.
Na manhã do dia 22 de maio, acompanhado do Willian Nava, ele visitou e se encantou com a Serra de Avencas. E por estes acasos que só destino pode explicar, no momento da visita dos pesquisadores foi localizado mais um fragmento de fóssil. Em suas palavras sobre a experiência da visita na Serra de Avencas o prof. Anelli mandou um recado para a comunidade mariliense: “Qualquer país do mundo que hoje prioriza a educação, transforma aquele lugar num lugar de parada, para se observar rochas, para se observar a paisagem, e para ler em algum tipo de totem as informações sobre o que aquilo representa porque há 70 milhões de anos, quando a América do Sul havia acabado de se descolar da África, quando o clima era outro, quando a biologia era outra. Aprender sobre aquele lugar é aprender sobre o mundo”, e completou – “nós precisamos aprender a tirar proveito desta riqueza e patrimônio cultural que nós temos aqui.”
Em seguida ele foi recepcionado no Museu de Paleontologia de Marília e se mostrou bastante entusiasmado com tudo que viu e não escondeu momentos de grande surpresa e encantamento. Sobre o museu ele comentou: “O museu é um depósito de tesouros culturais que nos ajudam a compreender o mundo. Se quando criança, se existisse um museu desse na minha cidade, acredite, eu iria todos os dias olhar todas as coisas.”
Para o pesquisador mariliense Willian Nava esta visita e a oportunidade de participar de tão importante projeto é mais um marco histórico em sua carreira científica. Ter o seu trabalho reconhecido por cientistas e pesquisadores deste nível internacional é muito gratificante e reforça a sua valorosa contribuição ao turismo receptivo em Marília. Seu trabalho e sua história já foram tema de novela na Morde e Assopra na Rede Globo, no ano de 2011, proporcionando aos espectadores 179 capítulos de histórias e aventuras.
Agora é esperar para ver e conferir o impacto desta mais nova proposta de trilhas e caminhadas seguindo as pegadas dos Dinos. Todos os projetos sobre o Museu de Paleontologia e das trilhas na região de Marília contam com o apoio do Comtur, em trabalho conjunto com a Secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Marília. Os investimentos necessários são oriundos do governo estadual, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos – DADETUR, e repasses do programa MIT – Municípios de Interesse Turísticos e Estâncias. Ivan Evangelista Jr, é presidente do Comtur Marília e membro da Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Destino: Distrito de Padre Nóbrega

Criação da Estação de Estudos Ambientais e de sustentabilidade Este projeto nasceu a partir de visita na praça localizada ao lado e aos fundos da igreja Nossa Senhora Aparecida, localizada na Av. Sampaio Vidal, 379, distrito de Padre Nóbrega, oportunidade em que constatamos as belezas naturais e o consequente insight para a presente proposta. Justificativa e fatores favoráveis: O distrito de Padre Nóbrega faz parte do desenvolvimento socioeconômico de Marília, tem histórias e raízes culturais relevantes que merecem ser preservadas, conta com moradores que são pioneiros da sua criação, é ponto de encontro e de passagem de praticantes dos esportes do ciclismo, do moto Trail, das trilhas e caminhadas e se constitui em âncora de serviços e atendimento comercial para novas comunidades que se instalaram nos novos loteamentos em seu redor. Os comércios estão modernizando suas instalações, novos empreendimentos, novas atividades culturais e maior movimento na praça da igreja, ponto de encontro dos moradores e visitantes. Porém, próximo dali, existe um ponto de risco ambiental que merece atenção das nossas autoridades e secretarias municipais. Em terreno próximo ao cruzamento da linha férrea, pegando sentido Rosália, lado direito, área sofre com constante despejo de lixo e material inservível. No mesmo local já se observou uma “lagoa” que não se tem informações se foi formada por fonte de água ou por escoamento do esgoto. Hoje a lagoa está encoberta por plantas, mas devido ao despejo de lixo o ponto se tornou opção de “garimpo de reciclados” por populares que ficam vulneráveis a várias doenças e riscos. A estrada em questão é caminho para condomínios residenciais, chácaras e produtores rurais que dependem da sua conservação para escoamento de produtos agrícolas e transporte de gado, mais outro empreendimento de turismo rural que já conta com vários anos de funcionamento.
Por iniciativa do executivo e da Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com outras secretarias municipais é possível reverter esta situação. Educação Ambiental seria a resposta mais assertiva para a solução dos problemas vividos. Trabalho que envolve a comunidade, as escolas municipais, professores e alunos, e os proprietários rurais da região.
A criação do Parque de Estudos Ambientais e de sustentabilidade envolve ações básicas e que não vão requerer grandes investimentos. Vejamos: a) Mutirão de limpeza da região impactada, retirada de material inservível e cercamento da área para proteção de invasões e despejos irregulares; b) Plantio de mudas de espécies arbóreas que respeitem o contexto da flora nativa e a integração com o meio urbano; c) Implantar uma estação de coleta seletiva de lixo, também conhecida como Ecoponto, com o detalhe da rigorosidade no cronograma de coletas evitando o acúmulo e o garimpo reciclável irregular, d) Criação de um projeto de “Adoção do espaço ambiental” por crianças e comunidade, trabalho que será desenvolvido com as escolas do distrito; e) Sinalização turística com vistas a orientação dos praticantes de esportes no meio rural, bem como, maior conscientização das riquezas naturais por meio de ações educativas continuadas; f) Fiscalização e monitoramento continuado por parte do poder público na preservação das melhorias, o que certamente vai encorajar a própria população a assumir o papel de vigilante e a consequente redução das ações irregulares. Quais equipamentos já existentes podem ser incorporados a esta proposta? A praça da igreja é ponto de encontro da comunidade e dos esportistas que aproveitam a sombra para o refazimento das energias. A praça conta com várias espécies já catalogadas, árvores enormes que chama a atenção pelo porte e, também, pela beleza das formas das raízes. Encontramos neste espaço o Araxixá e o Jequitibá, mas há outras que já foram igualmente catalogadas e tombadas na condição de “Imunes ao Corte” e “Sementeiras”. O pequeno jardim é muito agradável e por falta de uma maior atenção de nossa parte passa despercebido. Temos ali um conjunto de fatores e recursos naturais que podem sugerir a criação de um Parque de estudos ambientais que vai dar suporte na formação na educação de jovens e adolescentes, na integração com grupos de pesquisa de universidades. Está praticamente encaminhado o processo de criação de um espaço comunitário para a educação ambiental da comunidade local e dos visitantes, para tornar mais visível a riqueza da fauna e da flora e se constituir em um dos pontos turísticos de grande visitação na região.
As espécies arbóreas mencionadas, a praça, os estabelecimentos comerciais em frente ao espaço, somam outros fatores favoráveis: a) O conjunto de construções já existentes no local, sendo salão da comunidade religiosa que pode ser compartilhado com os organizadores e executores dos projetos ambientais, possui quadra de esportes, possui sanitários e lanchonete que atende diariamente, tem postinho de saúde anexo à praça, tem serviço de transporte urbano e outras facilidades;b) O jardim está localizado em região estratégica do distrito e conta com significativo movimento diário de pessoas e veículos que utilizam as vias de Padre Nóbrega e o acesso ao novos bairros do outro lado da pista(Montana, Cavichiolli); c) O distrito é regularmente freqüentado por grupos de ciclistas (bikers) que fazem o circuito Marilia- Nóbrega-Oriente- Avencas – Pompéia em vários dias da semana e com maior intensidade nos finais de semana; d) A região é rica em recursos naturais e biodiversidade, também é acesso para o distrito de Rosália por estrada de chão, tem pesqueiros que recebem visitantes com regularidade, é caminho de passagem para o empreendimento conhecido como Fazendinha, conhecido pelas atividades de educação ambiental e lazer familiar, é caminho de passagem para sítios e pequenas propriedades que atuam na produção de hortaliças e legumes e outras já capacitadas para a atividade do Turismo Rural. A criação do Parque de Estudos Ambientais pode envolver os seguintes atores:: Comissão de Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília; Secretaria de Turismo, Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura, Secretaria e Esportes e Lazer e Juventude, em parceria com o Comtur e com as universidades interessadas na firmação de convênios para estágios e realização de trabalhos comunitários integrados.
Benefícios diretos e indiretos para a comunidade local: a) Melhor utilização de espaço comunitário com a conseqüente sensação de maior segurança, proteção e pertencimento; b) Com a intensificação de novas atividades, com a presença de grupos de estudos, pesquisadores, esportistas e visitantes em geral o comércio local terá impacto positivo no aumento das vendas e vai descobrir novas oportunidades de negócios que podem ser benéficas para novos empreendedores. O Sebrae, o Senac, o Senar, a Fatec , entre outras instituições e as universidades podem oferecer cursos de capacitação; c) A coletividade ganha um centro de estudos que tem perfeita sintonia com a sua proposta e o meio em que está inserido e, assim poderá ser indutor natural de novos empreendimentos no segmento do turismo e do lazer. Por conseqüência o meio ambiente é mais valorizado e as ações de preservação serão intensificadas; d) Com o desenvolvimento das atividades propostas os jovens estudantes da localidade poderão ser capacitados para atuarem como guias de turismo ambiental, vão conhecer melhor a história do seu distrito e dos pioneiros, das primeiras fazendas e famílias que contribuíram para a formação do patrimônio; e) A visitação em propriedades rurais e locais abertos será uma oferta a mais nas opções de lazer e cultura para Marília e região. Registro que no caminho de Nóbrega a Rosália tem a Serra das Sete Curvas que é um local de extrema beleza e muito agradável para passeios; f) Em questão de tempo a criação de novos roteiros turísticos será incrementada de forma natural podendo contemplar atividades de visita em propriedades de produção de estufa e colheita direto da roça para a mesa da cozinha; g) E para incentivar proprietários rurais e donas de casa podemos oferecer curso de manipulação de alimentos, produção de queijos e derivados de leite, artesanato e outros que poderão ter espaço na praça para comercialização a exemplo do que já acontece com a feira do produtor rural. Com todo este movimento de pessoas as vendas terão maior sucesso e a fixação do produtor rural no seu meio (e dos familiares) será outro benefício relevante. h) O espaço revitalizado seria um ponto de referência de ações positivas protetivas ao meio ambiente. No geral a ideia é que o Parque de Estudos Ambientais seja mais abrangente, incorporando a praça da igreja, o novo espaço arborizado, as propriedades rurais, a Fazendinha, o Sítio Olho D’agua e outras propriedades. O Distrito de Padre Nóbrega possui inúmeras condições favoráveis para se tornar modelo de turismo sustentável. Todos os recursos necessários estão disponíveis e a presente proposta é plenamente viável. Um olhar especial para a educação infantil e dos jovens e o desejo de despertar nessas gerações o olhar protetivo, o sentimento do pertencer ao meio e do comprometimento com causas sociais relevantes. O COMTUR se apresenta como indutor e integrante do conjunto de entidades e órgãos colaborativos na implementação do presente projeto. E assim que tivermos a adesão da Prefeitura Municipal e das Secretarias, dos parceiros mencionados e outros que são sempre bem vindos, podemos organizar um grande encontro com a comunidade local e convidados para apresentação da proposta.
Ivan Evangelista Jr, é o presidente do Conselho Municipal de Turismo de Marília, membro da Comissão de Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília, fotógrafo e autor do livro Guia Prático do Turismo Rural.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

O macarrão de São Francisco

Algumas pessoas me perguntam vez ou outra por que eu gosto tanto da vida e do contexto rural. O caminho mais curto para a resposta seria dizer que estar junto ou próximo da natureza já é uma benção, porém não se trata somente de estar lá, o gostos é estar lá, de corpo e alma, para poder sentir e fazer parte. Quem sabe essa pequena historinha que vivi possa nos ajudar a fazer este caminho. No domingo acabou o macarrão lá em casa. A venda mais próxima fica a uns 4 km e a estradinha para Padre Nobrega tá sofrida com as águas fortes das chuvas. A solução foi bater na porteira do vizinho na ponta da rua e ver se tinha um pacotinho de macarrão para emprestar. E não é que tinha! Não apenas um, a moça dona da casa trouxe 5 ou 6 pacotes para eu escolher. Furadinho, sem furo, mais grosso, mais fino, enroladinho, tinha macarrão pra tudo quanto é gosto. Mas ela não veio suzinha não, a mãe dela que a gente adotou como vó, também veio dá bom dia enquanto tratava os canarinhos.
Não demorou nadinha e o cachorrinho Luck pulo na mureta na área pra chegar mais perto e fazer festa.
Vendo tudo acontecer lá de longe a Cacau, a cabritinha mini que anda solta pelo terreiro logo se achegou e igualmente pulou sobre a mureta para participar do grupo. Foi quando o Tinoco, o bezerro manhoso criado na mão e que se sente filho da família humana se encostou e botou a fuça na conversa.
Tinoco tava com a beiça sapecada porque um pouquinho antes foi lá onde a mãe (a Lena) tava fazendo doce de abóbora no fogão de lenha e, para não deixar de ser Tinoco, meteu o focinho no braseiro. Eu penso que ele como bezerro mimado que é, pensa que tudo ao seu redor seja ou tenha leite prontinho para beber. E foi assim que uma visita rápida para pedir macarrão emprestado se tornou pretexto para a bicharada se juntar na conversa. Tudo junto e misturado ali na área da casa, e todos os bichos mencionados são do tipo que se não fizer um agrado não tá bom. Agradeci a atenção e fiquei comprometido de devolver o pacote assim que repor os mantimentos na dispensa de casa. E num daqueles raros relances da vida em que o universo nos abre a terceira visão, voltando o olhar para me despedir do grupo eu vi o Chiquinho. Tava lá, com sorriso largo no rosto e só apreciando a resenha. Será que agora eu consegui explicar melhor porque a vida na roça é tão boa?
(*) Olha só a imagem do Chiquinho com o Tinoco assuntando o que ele tem nas mãos. Ô bezerrinho mimado sô!