segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Turismo regional agora tem fórum próprio

Seguindo as orientações das políticas de desenvolvimento do turismo regional estabelecidas pelo Ministério do Turismo brasileiro, desde o dia 24/02, por meio da realização de reunião virtual com os municípios participantes, foi oficializado o “Fórum Permanente da Região Turística Alto Cafezal”. 


A formação da IGR é critério para que a região Turística faça parte do Mapa do Turismo Brasileiro (http://www.mapa.turismo.gov.br/mapa/init.html#/home) e, na atualidade, são integrantes da região Alto Cafezal as cidades Marília, Garça e Galia. O fórum, como órgão permanente de fomento ao setor terá atenção especial de buscar a integração de mais municípios e atores regionais. Já de algum tempo estão sendo sensibilizados e convidados representantes das cidades de Lupércio, Vera Cruz, Oriente, Álvaro de Carvalho , Ocauçu, Fernão, Júlio Mesquita, Duartina, Getulina, Guarantã, Guaimbê, Alvinlândia, Lucianópolis, Ubirajara .

A primeira condição é que representantes destas comunidades, com o apoio da administração pública, constituam o Conselho Municipal de Turismo (Comtur). O passo seguinte será a elaboração do Plano Diretor de Turismo Municipal que compreende o levantamento das potencialidades turísticas, o resgate da cultural local, o cadastramento dos artesãos em atividade, das propriedades rurais, levantamento das curiosidades e fatos históricos, e toda informação relevante que possa compor a identidade turística local.

A partir deste trabalho os municípios entrantes vão alimentar a plataforma de informações do governo federal e passarão a integrar oficialmente a região Alto Cafezal.


O fórum é um espaço coletivo para alimentar o processo criativo e de autodescoberta das cidades participantes, cada qual com sua identidade e interesses, com a vantagem de poder compartilhar experiências. As disputas e bairrismos regionais devem ser substituídos por alianças voltadas ao interesse comum. Tal ação interativa certamente representa um esforço ponderável na construção de um modelo de desenvolvimento regional, integrado e sustentável.

O mapa é o instrumento instituído no âmbito do Programa de Regionalização do Turismo e orienta a atuação do Ministério do Turismo no desenvolvimento de políticas públicas. É o mapa que define a área – o recorte territorial – a ser trabalhada prioritariamente pelo MTur e pelo Sistema Nacional de Turismo. A Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008 (Lei do Turismo), é o principal marco legal do turismo no país e define como um dos objetivos da Política Nacional de Turismo: promover, descentralizar e regionalizar o turismo, estimulando o envolvimento e a efetiva participação das comunidades receptoras nos benefícios advindos da atividade econômica, que é do que tratam as IGRs.

Durante o encontro para a constituição do Forum Regional ficou decidida por votação a diretoria regional, conforme segue: Presidente: Leonardo Thonarqui, secretário de Turismo de Gália, Vice- presidente: Kleber Carreteiro, membro do Comtur de Garça  e Fernanda Violante, Secretária adjunta da Sec. de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Marília, como secretária.

Participaram representantes da gestão pública, da sociedade civil e da iniciativa privada das cidades de Marília, Garça, Gália, Vera Cruz e Ocauçu. 

Faz parte das ações que competem aos fóruns regionais a articulação de parcerias e negociação de recursos técnicos, normativos e institucionais com as diferentes esferas do poder público, empresários e organismos internacionais, para apoiar a implementação do Programa de Regionalização do Turismo em âmbito regional. 

Na região a vocação turística compreende: a cultura cabocla ou interiorana e a gastronomia típica, o resgate da cultura do café e das propriedades, a exploração sustentável dos recursos naturais (vales, Itambés, trilhas, cachoeiras e paredões) e o turismo de negócios que em Marília responde por mais de 90% do movimento de hospedagem nos hotéis. 

#turismorural; #ruralmarilia; #turismomarilia

A ferrovia Cata-Café na história de Marília

Na linha do desenvolvimento do interior paulista encontramos as ferrovias do cata-café e, se utilizarmos a linguagem moderna, são os primeiros registros de sistemas de logística para escoamento da produção do ouro-verde saindo da roça com destino ao Porto de Santos.

No livro “Marília, Sua Terra, sua Gente, autoria do historiador Paulo Corrêa de Lara, são mencionadas as origens desta história. “Aberto o patrimônio “Alto Cafezal”, em 1924 iniciava-se a venda de suas terras. A primeira data foi vendida por Antonio Nunes e Azarias Celestino, cozinheiro em Cafelândia, custou Rs.50$000 e ficava à rua 24 de dezembro, entre as ruas Prudente de Morais e Nove de Julho. Várias casas foram surgindo, pois a fama das terras adjacentes atraía inúmeros compradores, dada a altitude do lugar, próprio para o plantio de café e, além do mais, os trilhos da Estrada de Ferro já estavam em Duartina...

...Por esse tempo, começaram a derrubada das matas para o plantio de cafeeiros, além dos já plantados por José Amador Leon, onde hoje se localiza a Fazenda Bonfim.
Em outro livro de historiador encontramos registro de fatos que impressionam pelos números: “derrubaram de uma só arrancada mais de 12.000 alqueires de matas e plantaram de um só fôlego, mais de 24 milhões de pés de café”. Para desocupar as terras toda esta mata derrubada foi queimada de uma só vez.
Neste período da história consta que foi registrado grande movimento migratório que perdurou por anos. Vinham do Nordeste com o plano de trabalhar no “Alto Cafezal”, e de 1924 a 1930 a região era vista com um imã de oportunidades e prosperidade.

Por todo lado podia se ver famílias arranchadas embaixo de caminhões de mudança ou em barracas, as serrarias e, os construtores portugueses, não davam conta dos trabalhos e o jeito era improvisar até que as casas de madeira ficassem prontas. Respondendo à lei da demanda e da oferta, neste período, os aluguéis eram altíssimos, mas a esperança de uma vida bem melhor superava os obstáculos e as dificuldades.
Entre idas e vindas fica a lição de que café é paixão. Muitos anos de baixos preços na comercialização e alta constante dos insumos tiraram vários produtores do cenário. Em algumas viagens que fiz vi máquinas tipo esteira juntando pés de café arrancados para a queima e depois dar lugar ao plantio de eucalipto ou pinus.
De Marília até Panorama o que vemos hoje é amendoim. Passando por Pompéia ainda deitamos o olhar em alguns pés de café.

E claro que não podia ser diferente, consultando a cotação, neste exato momento, o valor da saca está em média R$ 1.500.
Fotos sem legenda:
Leandro Moeda, no Espaço Gourmet do Confiança, durante palestra sobre preparo e degustação de cafés (2010)
Caminhão com torrador sobre a carroceria fazendo torra ao vivo para frequentadores da feira livre. Café do Feirante.
#históriadocafé; #cafédemarília; #cafémarília