terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Governo paulista vai formalizar a Rota do Café Paulista

A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está elaborando um Guia de Rota Turística do Café Paulista com o objetivo de valorizar e promover os produtores paulistas, destacando a sua produção, tipos de produtos, história e modo de vida no campo.
Os interessados em participar do projeto poderão preencher o formulário que está disponível até 10/03 e ajudar a compor o mapa do café no interior paulista. A partir destas informações serão elaboradas as rotas turísticas nas cidades participantes. Para Ivan Evangelista Jr, presidente do Conselho Municipal de Turismo de Marília – Comtur, esta é uma boa oportunidade para a nossa cidade e toda a região, afinal, estamos no centro das atenções quando se trata de produção de café de boa qualidade. A história de Marília começa com a ferrovia e as culturas cafeeiras, e ao caminhar pelas ruas da cidade ainda é possível observar as estruturas dos grandes galpões e depósitos onde os grãos eram armazenados e beneficiados com destino ao Porto de Santos. O ato de beber café, hoje, transcende aquela simples atitude de entrar em um dos bares ou restaurantes e pedir uma xícara do produto que aquece corações e revitaliza os sentidos. As novas cafeterias já proporcionam aos seus clientes a experiência de degustar diferentes bebidas, de sentir os aromas e sabores e ainda de poder “passar” o seu café na mesa de serviços.
Plantações, trato e cultura, manejo, colheita, secagem, seleção dos grãos, torrefação e moagem, provação dos tipos de bebidas, dentre outras, são exemplos de experiências que poderão estar inclusas neste roteiro de viagens que remete às nossas origens. Segundo observou Ivan Evangelista, a pesquisa é bem abrangente e busca identificar todos os participantes da cadeia produtiva, até chegar aos pontos de comercialização, seja em grãos, moído ou servido nas mesas. O Comtur e a Secretaria Municipal de Turismo solicitam a participação efetiva dos comerciantes locais com vistas a conseguir o maior número de respostas e a inserção da cidade no roteiro que está em fase de elaboração. Em Marília destaca-se o turismo de negócios, seguido do turismo de aventuras, com trilhas de ciclismo e opções no turismo rural, sendo o Museu de Paleontologia um grande captador de público neste conjunto de fatores indutores do turismo receptivo. A diversidade da gastronomia local é muito reconhecida como de alto valor agregado para o setor e o café faz parte dos cardápios. Para responder o questionário acesse: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeU3XdFjlAAL42Fbrtd0qxl1HcgsQ3Tuw3L2oGh_foSWl3jUQ/viewform?pli=1 #turismosp

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Quanto maior a diversidade da população de aves, maior é a saúde da terra

Mais do que ver campos e serras, mais do que passear por trilhas, mais do que comer produtos saudáveis que acabaram de ser retirados da terra ou colhidos nas árvores, de beber leite fresco e provar manteiga de verdade, dentre outros prazeres, o turismo rural é a melhor opção para quem deseja uma reconexão com os sentidos.
Acompanho o tema desde o ano de 1996, período em que tive a feliz oportunidade de participar do II Congresso de Turismo Rural do Mercosul, realizado na cidade de Lages-SC, com hospedagem na Fazenda do Barreiro, do Tio Lelo, precursor do turismo rural Catarinense. Foi neste encontro que nós paulistas tomamos contato com as experiências do segmento e com os empreendedores que já contavam com atividades agregadas nas suas propriedades. De lá para cá o setor só cresceu e vem ganhando novos adeptos, e novos modelos, cada qual com as características regionais e nos limites de operação de cada núcleo familiar. Sempre dizemos que não há um modelo pronto a ser copiado, até porque cada propriedade tem sua identidade, seu conjunto de atrativos, suas belezas naturais, ou na falta delas, tem seu curso diário na lida com os animais, na ordenha, no trato da porcada e das aves domésticas.
Por estas e por outros fatores positivos é que os empreendedores do turismo rural estão conseguindo compilar dados que mostram que tudo que vem sendo feito está dando resultados promissores. Nos congressos temáticos, workshops e seminários temos inúmeros depoimentos que nos enchem o espírito de alegria. Fazer o que gosta, e onde se sente bem, ajudar o meio ambiente e promover a integração das pessoas neste sistema orgânico, cuidando para que não ocorram prejuízos de qualquer natureza é uma receita do ser feliz. É realizar-se por meio de um conjunto de ações sustentáveis que impactam pessoas e o meio.
Ao adentrarmos em uma propriedade nossos sentidos são despertados por um conjunto de novidades que não estão presentes em nosso cotidiano urbano. Aqui em nossa região, por exemplo, o canto da Fogo Pagô, da rolinha Cascavel, dos coloridos Canários da Terra, do Gavião Campeiro, dos Pássaro Preto do Brejo, dos Quero-Queros e Siriris, dentre outros, são o cartão de visita de quem chega no sítio.
Quanto maior a diversidade da população de aves em uma propriedade ou região, maior é a saúde da terra. Porque nada é desconectado, tudo só faz sentido porque está integrado. Mais pasto, mais insetos, mais variedade de plantas, mais flores, mais fertilidade na terra, mais minhocas e outros pequenos seres da cadeia alimentar, mais aguadas, mais nascentes, mais vida em seu entorno e a biodiversidade agradece. Outra atitude favorável é proteger os polinizadores criando sistemas favoráveis para a sua multiplicação. Flores, cipós, frutíferas, arbustos naturais em áreas ribeirinhas são componentes do pasto apícola. Estamos avançando neste cenário e a região turística do Alto Cafezal há de nos presentear com muitas novidades para os dias de lazer e descanso. Ivan Evangelista Jr, é presidente do COMTUR, autor do livro Manual Prático para o Turismo Rural, um guia para empreendedores.