quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Piraju, viva esta experiência!

No dia 5 de novembro tive a honra e alegria de retornar a Piraju após longos anos sem visitar a cidade. Minha agenda se deu por conta de convite do Sebrae/Ourinhos, em parceria com a Diretoria Municipal de Turismo de Piraju e o Conselho Municipal de Turismo, para palestra sobre "Negócios do Turismo - Investimentos e Oportunidades". O evento aconteceu no recinto de exposições da FECAPI e me surpreendeu de forma muito positiva em todos os sentidos. Meu primeiro contato nesta oportunidade foi com a equipe da Tirolesa das Corredeiras, local que alia aventura com a beleza das paisagens naturais, vistas de um ângulo muito especial, afinal, são 500 metros de pura adrenalina.
A primeira impressão é sempre a melhor de todas as oportunidades de mostrar o acolhimento da cidade e, neste caso, os anfitriões Gilberto e Rogério fizeram as honras da casa de forma espetacular. No recinto de exposições encontramos as opções regionais para o turismo receptivo e o destaque ficou por conta da energia dos organizadores e dos expositores. Caiaques, canoas, aeromodelos, equipamentos de esportes de aventura, artesanato regional, bebidas e cachaças produzidas por pequenos empreendedores, mudas de frutíferas e de espécies nativas, estandes com oferta de passeios turísticos e de experiências singulares, como por exemplo, o Caminho das Águas e Roteiro da Fé, a visita na aldeia indígena, as visitas monitoradas em cachoeiras da região, boia cross, entre outros, formaram um mix de produtos e serviços que literalmente impressionou a todos.
Na fala de abertura o Renato(Comtur) e a Malu (Detur), enfatizaram a importância de os primeiros roteiros turísticos estarem prontos. Trabalho de fôlego com os players do turismo regional que aporta Piraju e região num seleto grupo de cidades que já podem dizer que contam com este diferencial. No geral as ofertas de passeios, hospedagens e aventuras são feitas de forma isolada e desta forma fica muito mais difícil para o pretenso visitante tomar decisões. Quando o trade local oferece pacotes e rotas que preencham o tempo do visitante, com opções para grupos e pessoas de idades diferentes, tudo se torna mais fácil e mais convidativo. A sintonia entre o poder público e as entidades de apoio ao turismo foi notória, a presença de representantes do executivo e do legislativo no evento, junto aos empreendedores e órgãos de apoio (Sebrae, Comtur, Enel Green Power) mostra que o “tecido sociocultural” está bem estruturado e com visão de futuro muito bem organizada e compartilhada. Não tenho dúvidas de que Piraju, a exemplo de outras cidades do estado de São Paulo, como é o caso de Brotas, se tornará um dos grandes destinos do turismo paulista. A cidade está avançando com passos firmes neste sentido, em breve poderá instalar outdoors com fotos ilustrativas e chamadas para passeios e novas experiências.
Deixei com o público presente algumas provocações, como por exemplo: criar roteiros de barcos de passeio, como há em Barra Bonita, percorrendo trechos do límpido e convidativo Paranapanema, com paradas estratégicas em pontos de visita, com degustação e compra de doces e artesanatos, almoço e apresentações culturais durante a navegação.
Tivemos no evento a rica sugestão de um dos participantes que contempla a imersão de um vagão de bonde teleférico nas águas da represa, no local dos trilhos já existentes, proporcionando a experiência de mergulhos contemplativos nas águas doces do Panema. Neste contexto vamos somar fatores culturais relevantes e que ainda não são tão explorados, como por exemplo, a condição de ser a primeira cidade e comunidade abolicionista do Brasil, igualmente, o fato histórico de contar com a iluminação e energia elétrica, antes mesmo do Rio de Janeiro. Numa pesquisa mais aprofundada encontramos registros de Piraju estar na história entre os municípios em que cidadãos se envolveram com causas de sustentabilidade e mobilização ambiental (1947) quando este assunto não ocupava a agenda global. Podemos introduzir neste cenário de oportunidades, muito convidativo e rico em informações, o tradicional peixe na telha e outras receitas que podem ser resgatadas e incorporadas aos cardápios dos restaurantes. No ano de 1924 foi publicado livro com receitas de doces com nomes bem atípicos e curiosos. Podemos encontrar, dentre tantas outras guloseimas, o sorvete de café, o pudim a Floriano Peixoto, o bolo republicano, o bolo de São João, e por aí vai a criatividade da sua autora que utilizou o pseudônimo de “uma dona de casa”. Esse resgate culinário pode resultar numa cafeteria muito convidativa, com fotos históricas decorando as paredes, servindo bebidas de cafés produzidos na cidade e região. Retornei para Marília já com a certeza de breve visita e percorrer cada uma das trilhas e caminhos, conhecer o deck sobre as corredeiras, conhecer o museu, de poder sentar ao final do dia no barzinho da tirolesa e deitar meus olhos junto como sol no horizonte, sentindo a brisa fresca e conversando com esta moçada alto astral, de fazer o caminho da fé, de navegar de veleiro e tudo mais que aqui tem-se a oferecer.
Parabéns a todos os envolvidos, esta cidade fez história e tem muitas histórias para contar, tem povo receptivo que sabe acolher seus visitantes, tem belezas naturais que correm não somente entre as pedras do rio, correm também nas veias dos seus entusiastas. Eu percebi isso pelo brilho nos olhos dos participantes e dos expositores deste evento: o orgulho de ser Piraju e região. Ivan Evangelista Jr, consultor e palestrante, pesquisador, fotógrafo e autor do Manual Prático do Turismo Rural – Um Guia para empreendedores. É presidente do Comtur Marília e membro colaborador da Região Turística do Alto Cafezal.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Marília - Capital Nacional do Alimento

Você sabe quando e onde surgiu este slogan? Foi no final da década de 90 e foi lançado no dia do aniversário da cidade de Marília, salvo engano, em abril de 97. Joãozinho Barion era o presidente do CIESP/Marília e contava com o apoio e participação de vários empresários..
Juntaram alguns números bem interessantes relativos a produção industrial de alimentos e perceberam o impacto do setor no PIB local. Reuniram informações que poucos conheciam, como por exemplo: A frota de caminhões responsáveis pela logística de distribuição dos produtos Made in Marília, se colocados em fila indiana, daria uma extensão de mais de 18 km; por meio da análise do volume de vendas registraram que a cada minuto 3 embalagens de produtos marilienses eram abertas e consumidas em várias partes do mundo e mais outras tantas curiosidades. Daí nasceu a ADIMA - Associação das Indústrias de Alimentos de Marília e o slogan da Capital Nacional do Alimento. Digamos que este movimento consolidou a primeira etapa do movimento. E depois, o que veio? Mais recente um grupo de empresários e empreendedores organizou o APL (Arranjo Produtivo Local) de Alimentos. Novamente o CIESP tomou a iniciativa, desta vez, sob o comando Shikao Nishimura, então presidente da instituição. Indústria, mais o conhecimento e expertise dos pesquisadores ligados a universidades e neste contexto de esforços e propósitos coletivos se concretiza a ADIPA Associação de Desenvolvimento da Indústria de Produção de Alimentos. Mais abrangente e sem limites de território a ADIPA tem 3 pilares como Norte dos trabalhos: 1) Propósito: Construir um mundo melhor por meio da integração, cooperação e desenvolvimento da indústria de alimentos. 2) Visão: Ser referência para a cadeia produtiva de alimentos na integração com empresas, governo, academia e sociedade civil, e no fomento da inovação e da sustentabilidade, gerando assim valor para o mundo. 3) Valores: - Transparência: Colaboração, Comprometimento, Inovação, Excelência, Imparcialidade. E já estão dando passos largos nesta visão de futuro. Recebi a informação da minha amiga Sandra Yamashita Matunoshita de que estivemos representados no maior evento de alimentos que acabou de acontecer na França. Mais de 100 empresários brasileiros desembarcaram em Paris para a Missão Comercial SIAL Paris 2022. O ponto alto deste evento são as Rodadas de Negócios entre brasileiros e compradores internacionais . Além de ser uma grande vitrine é um "treino" para entender e conhecer melhor o mercado europeu que é muito exigente. E Marília, esteve lá? Sim, nosso "embaixador" foi o Edivaldo Colombo, profissional de larga experiência no setor de alimentos e com vivência internacional muito bem consolidada em seu currículo. Concluindo esta longa postagem podemos dizer que a consolidação de uma proposta de posicionamento comercial é a soma de fatores que ocorrem em cadeia temporal, mais a visão inovadora e o comprometimento de muitos profissionais com a causa. Marília ganha, o PIB brasileiro ganha. Quer se manter atualizado sobre esta e outras notas? Siga a ADIPA no Instagram - adipa.alimentos

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

RT Alto Cafezal - Crescendo e aparecendo

 

Se você ainda não sabe, vale ressaltar que as cidades de Marília, Garça, Gália, Vera Cruz e Álvaro de Carvalho, estão trabalhando em sintonia e coordenando ações no sentido de organizar e valorizar os roteiros turísticos da nossa região. Estamos no mapa turístico do estado de São Paulo e a denominação Rota Alto Cafezal é uma referência e homenagem a todo o histórico das culturas cafeeiras que fizeram desta região um grande centro produtor e exportador de cafés.

Marília e Garça são MIT – Municípios de Interesse Turístico e por isso recebem recursos do governo estadual que só podem ser aplicadas em projetos do turismo local. Para ganhar a condição de MIT e receber investimentos são necessários dois pré-requisitos: ter Comtur atuante e contar com Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico aprovado pela Câmara Municipal.

As reuniões dos Comturs e da RT são ordinárias e ocorrem uma vez, são itinerantes, sempre buscando incentivar os empreendedores do turismo as administrações municipais. Turismo é negócio. O Sebrae, o Senar e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais são órgãos parceiros de capacitação e oferecem de forma constante cursos de capacitação aos produtores e parceiros envolvidos.

Entenda o curso das ações:

Capacitação de produtores em Ourinhos/Sp

Para receber turistas nas propriedades rurais e, até mesmo no meio urbano, é preciso que haja um mínimo de organização e criar roteiros que despertem o desejo nas pessoas de conhecer determinado local. Se for um prédio histórico, por exemplo, é importante que o turista tenha acesso a informações que são pertinentes à data da sua construção, estilo de arquitetura, se tem obras sacras ou obras de arte em seu interior e mais informações que valorizem a experiência.

Se for um atrativo em meio natural, que pode ser um Itambé, uma cachoeira, uma reserva de mata com trilhas, é importante pensar nos acessos, na segurança dos visitantes e mais uma série de quesitos que garantam uma boa experiência.


Neste sentido a Rota dos Cafezais a instância de governança está incentivando proprietários de fazendas e sítios para abrirem as porteiras e promover agendas que propiciem aos visitantes conhecerem um pouco da rotina nas propriedades, os terreirões, os equipamentos de lida na lavoura, as tulhas e os secadores. No momento em que estou escrevendo este artigo, nas lavouras de café estão desabrochando as primeiras floradas brancas. Um espetáculo sem igual.

Seguindo a ordem dos fatores e tendo propriedades preparadas e cadastradas, prontas para receberem os turistas, o próximo passo é criar o mapa regional. Poderá ter as versões impresso e digital. Rotas, acessos, contatos por telefone e outros meios digitais, fotos, descrições dos atrativos e atividades, detalhes sobre alimentação no local nas imediações e na cidade, e mapas das propriedades serão as principais ferramentas de divulgação.

Em breve a região terá um mapa geral com todas as propriedades já em atividade.


Além das visitas os turistas querem viver novas experiências

Tudo que nos tira da rotina e nos proporciona momentos de alegria e prazer tende a atrair nossas atenções. Foi assim no estande sensorial da TenoCafé, na cidade de Garça, evento que aconteceu nos dias 15,16 e 17 de setembro. A proposta do evento foi mostrar aos produtores de café da região toda a tecnologia disponível para a modernização das lavouras, o aumento da produtividade e a produção de bebidas especiais (torras diferenciadas) como alternativa de aumento dos lucros na comercialização.

A cidade está criando uma série de indicadores que tornam possível rastrear a procedências dos grãos da região, verdes ou torrados, e as embalagens passam a ter um QR code de Identificação de Origem.


No evento aconteceu o 5º Concurso de Cafés especiais da região de Garça, concurso técnico e com júri especializado que premiou as seis melhores bebidas nas categorias Café Natural e Café Cereja descascado.

O ponto alto foi no estande sensorial onde o público visitante provou as bebidas e deu a sua nota. Uau! Formou fila para a provação, ao mesmo tempo, recebiam informações sobre a classificação e os pontos relevantes.

Pé na estrada

No meio rural o turista pode conhecer locais com paisagens exuberantes, pode descer uma cachoeira (rapel) com acompanhamento e orientação técnica, brincar na tirolesa, andar a cavalo, praticar pesca esportiva, observar e fotografar fauna e flora, fazer trilhas de bike, curtir luau na beira da fogueira, saborear geleias e doces de frutas sazonais e tomar um café torrado e moído na roça.

E já pensou poder visitar um alambique tradicional e provar daquela cachaça especial? Sim, temos aqui na região vários alambiques, como o Don Lino, que está com uma produção diversificada e de primeira qualidade.      

 Experiência sensorial gastronômica

PANCs você conhece?

É a sigla para as plantas alimentícias não convencionais, sim, aquelas mesmas que os nossos avós e bisos comiam, ou preparavam chás, xaropes e banhos como alternativas à medicina convencional. Quem aqui nunca tomou um chá de cidreira ou capim santo, ou de poejo misturado com hortelã, chá da casca do maracujá, ou fez compressa de mastruz com óleo quente?


Na mesa da casa eram comuns: o caruru, a beldroega, o almeirão do mato, a serralha, o peixinho da horta, a taioba e a ora-pro-nóbis, entre tantas outras. Pois elas estão de volta e com muita força e passam a fazer parte de cardápios requintados dos grandes restaurantes.

Acredite. Nos restaurantes da capital estão servindo até formigas torradas com doces, sobremesas e ingredientes oriundos das tribos e cultura indígena. Como dito, a experiência sensorial é um atrativo que faz a diferença no turismo.

E nesta semana aconteceu o 1º concurso de receitas com Pancs na Estância Turística Vale da Graça (Vera Cruz) e região da RT Alto Cafezal. Cozinheiros foram desafiados a apresentar pratos com receita onde as Pancs tivessem a prevalência dos ingredientes. Foi o primeiro evento desta modalidade na região e deve despertar outras iniciativas. As pancs já estão presentes na nossa rota.


Já em Marília o 8º Festival Gastronômico vai até outubro, consorcia 16 restaurantes e apresentam receitas novas e pratos que homenageiam personalidades da cidade. Quem sabe na próxima edição alguns restaurantes possam integrar as pancs e apresentar pratos para um público havido por conhecer este segmento.


A promoção é valida de Segunda a Quinta e tem sorteios surpresas. A cada prato vendido , são doados R$ 6,00 para as instituições - Amor de Criança e SEMEAR Marília. E você pode preencher o cupom do Concurso Cultural – Complete a frase “Amo o Festival Porque...” e concorre a viagens no Terra Parque Eco Resort.

Feiras e eventos   


E para completar este circuito de atrações nós temos as feiras que já consagram como opção de lazer, entretenimento e cultura, e ainda proporcionando muitas opções de saborear comidas e quitutes deliciosos. Os expositores estão se aprimorando, fazendo cursos, aperfeiçoando técnicas de manipulação de alimentos, tudo para garantir mais qualidade e mais higiene para os consumidores. E os resultados já podem ser comprovados, desde a melhoria visual das feiras, a apresentação dos produtos e o crescente número de novos empreendedores no setor. 

A participação dos vereadores e dos prefeitos é fundamental neste processo

Mais cidades precisam despertar para as oportunidades do turismo

A cada reunião ordinária da RT o desafio dos organizadores é atrair mais cidades para o grupo. Foi assim no 1º Seminário Regional do Turismo na RT Alto Cafezal, realizado no dia 31.08, realização do Sebrae, dos Comturs, da FIA – Businnes School e das secretarias de turismo municipais. A palestrante Luciana Sagi abordou o tema “Negócios e parcerias para o desenvolvimento do turismo.”

Apoio aos empreendedores

Quando o acesso a uma propriedade rural turística é melhorado, outros proprietários da região são igualmente beneficiados, facilita o escoamento da produção agrícola ganha, a circulação e atendimento de serviços de emergência e urgência, os impactos positivos são coletivos. 

E somemos aqui os cursos de capacitação do Senar, por meio dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, com a brilhante instrutora Graziela Grecco que atua em várias frentes. Ela ministra cursos de turismo pedagógico e de turismo rural, têm muita experiência e promove a integração de diferentes regiões do estado. No grupo da RT nós dizemos que ela faz “contrabando cultural”. No seu carro ela carrega uma bagagem de conhecimento e de produtos que vão se incorporando em todas as suas apresentações.

Desde artesanatos, receitas, vidros de compotas e geleias, livros e publicações especializadas. Profissional de grande empatia e respeito, consegue agregar valor por onde passa e estrutura núcleos produtivos para o turismo paulista. Integração de culturas e de pessoas.

É isto o que temos a apresentar inicialmente, um panorama geral sobre as ações da RT Alto Cafezal. Como dito, nosso objetivo é levar estas informações a um maior número de pessoas, conquistar novos players neste cenário promissor e fortalecer a identidade regional do turismo.


No próximo dia 30 de setembro inauguramos as novas instalações do Museu de Paleontologia de Marília, equipamento turístico regional. São duas replicas em tamanho natural, novas vitrines com iluminação direcionada para valorizar as peças expostas, sala de vídeo com imersão 3D, painéis ilustrativos educativos e laboratório de análise e preparo de novos fosseis encontrados pelo paleontólogo Willian Nava (Navassauro).

Restaurantes, postos de combustíveis, hotéis e pousadas, serviços em geral, comércio e indústria são diretamente impactados pelo movimento do turismo na região. Geração de empregos e de renda, promoção de novas profissões e oportunidades para pessoas que buscam recolocação no mercado, mais qualidade de vida e maior visibilidade competitiva.

O primeiro beneficiado com o turismo receptivo é o cidadão local, daí a importância e a necessidade de maior participação de todos. Estamos ao dispor para maiores informações, procure o Comtur da sua cidade, a secretaria de turismo ou os coordenadores da RT Alto Cafezal.  

Segmentos de turismo predominantes em nossa região:

- Turismo de negócios, é que mais atrai pessoas e movimenta os hotéis; Turismo cultural e de eventos (festas, congressos, feiras, eventos acadêmicos, congressos médicos); Turismo saúde (hospitais e clínicas são responsáveis por inúmeros atendimentos diários na região); Turismo religioso; Turismo Rural (visitas em propriedades rurais); Turismo Gastronômico (no meio rural e na cidade); Turismo esportivo. 

Contatos diretoria da RT Alto Cafezal:

Leonardo Thonarqui Presidente da IGR Alto Cafezal (Gália) (14) 99677-2257

Interlocutora da RT Alto Cafezal :

Fernanda Violante (Marília) (14) 99690-0422

Marcia Praxedes    (Garça)  (14) 98102-6252

*Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília, membro da comissão da RT Alto Cafezal, membro da Comissão de Registros Históricos de Marília, autor do 1º Guia de Roteiros Turísticos de Marília, autor do livro Manual Prático para o Turismo Rural, um guia para empreendedores, editora Patriani, instrutor convidado para cursos do Sebrae e Senar.


Adquira a obra Manual Prático para O Turismo Rural – Tome uma decisão, tire do papel o seu projeto de desenvolver o turismo rural na sua propriedade.

domingo, 7 de agosto de 2022

Bikers e Trilhas - MIT 2022

 Mais uma reunião e com excelente participação e representatividade.


Organizado pela Secretaria de Turismo e pelo Comtur – Conselho Municipal de Turismo, o 2º encontro com a turma dos bikers aconteceu no dia 02/08 e foi muito produtivo. O objetivo foi apresentar e validar as trilhas previstas para aplicação dos recursos do MIT - Município de Interesse Turístico / 2022. O projeto ainda prevê a médio e longo prazos a integração das trilhas com as propriedades de turismo rural.




Um grande mapa da região de Marília com a demarcação das trilhas foi preparado pelo Gilberto Rossi, assistente da Sectur e que participou da reunião remotamente, trilhas que são utilizadas regularmente para a prática do esporte do ciclismo e apontadas no 1º encontro do grupo. Os nomes de batismo das trilhas, dado pelos próprios usuários foram respeitados e foi apresentada a proposta de uma nova trilha que levará o nome de "Trilha dos Dinos", uma homenagem ao principal atrativo cultural e científico de Marília, referência ao trabalho do paleontólogo William Nava e ao Museu de Paleontologia de Marília.
Como pode ser observado no mapa Rossi fez a marcação dos locais onde foram encontrados fósseis que são parte do acervo do Museu de Paleontologia. Diante da curiosidade e relevância do tema o grupo deu a ideia de que a Trilha dos Dinos contemple a passagem pelos vários pontos marcados em toda a região da cidade.
A Fernanda Monteiroo coordenou a reunião e apresentou os materiais que vão fazer parte das trilhas. São totens que marcam: Ponto de Encontro dos Grupos, Ponto de Apoio, marcos e placas que alertam sobre trechos mais perigosos ou que requeiram maior atenção, e os Portais, que podem ser comparados a uma grande moldura e local com área privilegiada, um ponto para selfs e fotos registros. O projeto prevê a instalação de placas com informações e marcações geográficas sobre cada uma das trilhas.

Missão: neste encontro os bikers saíram com a missão de ajudar na construção do projeto. Eles se dividiram em grupos e vão percorrer as trilhas fazendo as marcações onde deverão ser instaladas as placas e os totens. A ação poderá utilizar o GPS, equipamento que registra o exato ponto geográfico desejado.
Após o repasse destas informações para a Secretaria de Turismo Municipal os dados serão integrados a cada uma das trilhas e o projeto seguirá para nova análise do governo estadual que é o responsável pelo repasse das verbas do MIT. Esta é uma verba específica para o incremento do turismo local e não onera os cofres municipais.

Além dos ciclistas, participaram deste encontro produtores rurais de Marília e região, membros representantes do Conselho Municipal de Habitação e Política Urbana, Sinval Grupo , presidente do Sinhores - Sindicato dos Hotéis , Bares, Restaurantes e Similares, que cedeu o auditório para realização do encontro.
Os organizadores agradecem ao Café Da. Santina - Renata Bonini Pardo Pardo pela gentileza de oferecer o tradicional cafezinho para aos participantes. Afinal, estamos no mapa turístico do estado de São Paulo, na Rota do Alto Cafezal e nada melhor do que uma boa bebida para acompanhar estes momentos.


segunda-feira, 25 de julho de 2022

A imensidão que nos consome

 


A imensidão que nos consome

Por conta do aniversário da sogra (Joana 87) fiz imersão de uma semana na chácara. Tinha muita coisa para arrumar, outras para concluir, outras para inventar, enfim, tinha muita coisa para ser feita.

Me organizei de tal modo que pudesse dedicar todo o tempo disponível para a lista dos fazeres. Iniciei pelo chalé que estava sem o deck de entrada. Eu tinha feito uma escada de quebra galho e assim ficou por bom tempo.

Do porão eu resgatei velhas guarnições de portas que encontrei jogadas nas caçambas de restos de construções para fazer o esquadro do piso. Comprei algumas tábuas recicladas de peroba para o assoalho e mão a obra. 



Fim do primeiro dia e o corpo cobrou a conta – muito movimento de agacha e levanta, muito torce aqui e ali, muito se estica e se espicha e as dores musculares brotaram feito água. Será que vai ter segundo dia?

Teve. E volta bater prego, cortar tábua, medir, puxar, empurrar e o tal deck vai tomando forma. – Com proteção lateral ou sem proteção? Afasta o olhar, imagina, muda de posição e faz projeção. Decidido. – Com proteção.


Nada de rádio ou qualquer interferência. Só os sons da natureza, assim como gosto. Conexão. Canto do galo, canto das galinhas, canto de arrepios pela passagem do Gavião ou dos Tucanos, canto dela que botou ovo fresquinho, e claro, cheiro de lenha queimando no fogão. Se estou na roça tem que ter cheiro de lenha queimando, mesmo que não esteja nada cozinhando.

Terra seca, vento seco, temperatura típica do anúncio de agosto. Uma pausa para uma laranja, tirada do pé, assim é melhor do que tudo, as folhas das bananeiras dançando no vento e os gansos em volta. - Trouxe o balde com restos de comida?

Volta para a lida e agora é a vez de organizar o rancho do fogão a lenha, o mesmo que foi parar na capa do Manual Prático do Turismo Rural. Tem área anexa coberta, chão de tijolo espelhado e forno de barro. Melhor de tudo: tudo feito por mim.

Uma bagunça, admito que estava. Além de ser rancho de conversas e de comidas improvisadas é também oficina de fazeres. Pregos, tintas, vernizes, arames e ferramentas, todos estes, se encontram neste local. Imagina tentar por ordem no caos, pois é, vai tempo.


Pronto. Próxima etapa o porão da casa sede. Eita que a briga foi grande. Sou acumulador, sou do tipo que sempre diz “um dia vai servir para alguma coisa, guarda”. O filho mais novo (André) desta vez foi comigo e ajudou bastante. O porão é baixo e tive que trabalhar vergado, imagina só, confesso que o medo de travar no dia seguinte esteve presente. Viva...não travou, sinal que flexitura toda tava fazendo bem, pro corpo e pra alma.

Pendura, organiza, ajeita, passa o rastelo, tira sujeira, junta e queima o que não serve mais, e a coisa foi mudando de aspecto. Fim doa dia, moídos literalmente. Pausa. Chama o compadre (Polaco) que mora na chácara ao lado, chama o vizinho (Neno) que cria mina cabras e vamos por a rosa em dia e lavar a garganta por dentro. O sol caindo no horizonte e o céu ficando avermelhado e a gente ali. A natureza encanta.


Quase tudo arrumado, falta um dia para o aniversário da sogra. Vamos fazer uma mesa para acomodar melhor as pessoas. Observando bem o terreno e a posição do sol nos períodos da manhã e tarde, pronto, decidido o local. A bancada da oficina agora virou mesa, ganhou reforma, ajustes nos pés e os bancos colocados em volta.

A patroa e companheira (Valéria) foi para o chalé dar os retoques finais. Decoração é com ela. Da minha parte resgatei alguns quadros de infância, fotos mais antigas de família, juntei documentos do meu pai e emoldurei e foi tudo para a parede. Falta o diploma de corte e costura da minha mãe que ainda não encontrei por aqui, mas logo estará pendurado. Acho que vou batizar o chalé de “útero”. Entende?

Patroa levou arte de macramê (feito por ela) e deu o toque final na decoração. Tem rádio antigo, tem quadros com memórias afetivas, tem chapéus de lida pendurados na estronca, tem máquina de costura a manivela e tem uma cama de colchão muito bom e duas janelas. Ficou do gosto!

E o dia da festa chegou e a Tubuna ficou encantada, alegre, cheia de risos e encontros de pessoas queridas. No período da tarde os gansos escaparam de onde estavam presos e se misturaram com as pessoas, aí foi alegria total. Adultos e crianças com celulares querendo fazer as melhores fotos.


Cadê as crianças? - Na casinha da árvore, um dos melhores investimentos imobiliários que eu fiz até hoje. Almoçaram lá, café da tarde foi lá, brincadeiras e um lugar pra chamar de seu.  





A noite acabou em pizza, feitas pelo sobrinho e pelo

 filho mais velho (Ivan) e assadas no forno a lenha, o

 mesmo que durante o dia assou pernil e cabeça de

 porco caipira criado pelo vizinho. Fazia tempo, muito

 tempo, que não sentia o verdadeiro gosto da carne de porco original.     




Uma imensidão de fazeres e alegrias que nos consome de tal forma que não é possível mensurar o valor destas horas.  Viva Da. Joana, viva a vida!   


domingo, 1 de maio de 2022

MIT 2022 - Na trilha dos bikers

 

Depois de uma tarde muito produtiva junto aos empreendedores do Turismo Rural que participavam com Graziela Grecco (Senar) do módulo sobre comercialização dos produtos rurais, na volta para casa eu fiz o caminho pela av. das Esmeraldas.

Estava na minha agenda de pesquisas o registro das bicas de água que servem os bikers durante os passeios pelas trilhas e lá na Esmeralda eu já sabia de duas fontes de água potável, porém se o devido registro.



A primeira parada foi na “bica do Alvo”, local que tem este nome em razão de ser uma comunidade evangélica (av. das Esmeraldas, 3895) que tomou a iniciativa de instalar a bica com água geladinha. Ali já se tornou um ponto de encontro dos ciclistas que passam pela movimentada avenida que mais tem empatia com os esportes em Marília.




A segunda bica registrada está mais abaixo, sentido bairro centro, e apesar de não ter placa com informações sobre a sua instalação, igualmente, serve água potável a todos que desejam se refrescar e matar a sede.




O mais gostoso foi ter o contato direto com os pedaleiros que aproveitavam o final da tarde de sábado para curtir bons momentos na vida. Em poucos minutos de parada eu conheci ao menos quatro grupos de diferentes tribos, e tive a oportunidade de falar sobre o projeto que está sendo trabalhado em conjunto pela Secretaria de Turismo de Marília e o Comtur-Conselho Municipal de Turismo como proposta do MIT 2022.

A ideia é mapear as trilhas já muito utilizadas pelos ciclistas, incluindo nestes roteiros os caminhos urbanos e as trilhas vicinais, fazendo marcações geodésicas, instalando pontos de apoio, instalando equipamentos tipo portais em pontos estratégicos para fotos, e de forma conjunta, oficializar estas trilhas para que possam receber recursos oriundos do MIT.


E veja que não é só gente grande que gosta da atividade. Este grupo veio de Vera Cruz e já estava na rota de retorno contando com o apoio moral e a presença do mascote, filho de um dos pedaleiros, já reabastecido de água e pronto para pegar a trilha.

Mais adiante o projeto prevê a integração com as propriedades rurais localizadas na região rural em torno de Marília, dos distritos e dos municípios vizinhos. Usando uma expressão bem popular isso vai dar um bom caldo.

Confira o que diz o consultor Leandro Karan, um dos organizadores de projeto semelhante que já se encontra instalado no Rio Grande do Sul: “Além disso, para quem é adepto da prática da bicicleta em trilhas ou estradas de chão é bem mais interessante a atividade quando ela é acompanhada de oportunidades sociais, encontros, troca de conhecimento, lazer e cultura.”

Já realizamos uma primeira reunião com a presença de alguns representantes do ciclismo local, a Sectur já fez uma rápida pesquisa para levantar mais informações sobre o segmento, para identificar as principais necessidades e buscar entender melhor de que forma podemos contribuir para o desenvolvimento do esporte.


Se você é biker e considera esta iniciativa relevante, não deixe de conhecer mais sobre o projeto e participar das próximas reuniões.

Contatos:

Na Sectur/Marília: Fernanda, coordenadora de turismo da Sectur e Gilberto Rossi.

Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur - Conselho Municipal de Turismo

terça-feira, 19 de abril de 2022

DE MARÍLIA PARA O MUNDO

 O mais novo cartão de visita da cidade

Você já foi conhecer o mais novo cartão de visitas da cidade?

Se a resposta for não vale a pena reservar um tempo e visitar a Loja de Fábrica da Biscoiteria Marilan. O novo empreendimento foi inaugurado dia 31 de março em comemoração aos 65 anos de atividades da indústria.


Instalada anexa à fabrica já na chegada ao estacionamento o impacto visual é dos melhores, com design moderno e comunicação visual que remete as cores e aos desenhos decorativos das embalagens. Passando pela porta automática entramos em um mundo colorido e muito organizado.

No estilo de autosserviço, é só pegar uma cesta e percorrer as prateleiras selecionando os produtos que nos atraem feito imã. Variedade de biscoitos, de salgadinhos e mais uma quantidade de opções da Casa Suiça, empresa adquirida pela Marilan que entrega linha de confeitaria da mais alta qualidade.


Loja faz homenagem à Marília

Um painel ao fundo da loja despertou a minha atenção pelos ícones apresentados e encimados pela frase: De Marília para o mundo. Após alguns segundos admirando a criatividade do designer que cuidou da decoração eu decifrei os desenhos.

Começa pela nossa rodoviária, segue para uma referência aos ancestrais Caingangs que habitavam as terras onde hoje está a cidade, o terceiro ícone interpretei como as praças, seguido por uma referência ao meio urbano, e o que me pareceu ser uma pirâmide Ínca numa primeira vista eu entendi que se trata da linha férrea que dá na estação, mais os templos japoneses, o Tori, do Parque dos Ipês brancos no bosque, a grande árvore que representa a reserva de Mata Atlântica do Bosque Rangel Pietraróia, o bondinho Camarão do Parque Monteiro Lobato, as igrejas e templos representados por iconografia neutra e mais uma referência a colônia japonesa que é parte da nossa história.


Não sei a autoria dos desenhos, mas quero deixar aqui meus sinceros PARABÉNS pela sensibilidade em captar a linha do tempo da cidade e as iconografias que remetem ao fator identidade cultural e histórica. Ficou Show!

Outro destaque importante a ser registrado: o horário de atendimento da loja que vai até às 20 horas, permitindo que os visitantes possam conhecer o espaço após cumprir sua agenda de visitas na cidade.

Agora que você já conhece por fotos a loja da Biscoiteria Marilan já sabe onde levar seus amigos para adquirir aquela lembrança da cidade.


Atenção senhores taxistas e motoristas de aplicativos; ponham nos seu roteiro de visitas este ponto turístico e certamente seus clientes vão ficar mais satisfeitos com os serviços prestados.

Marília, capital nacional do alimento.

Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Hoje é o Dia Mundial do café. Você sabia?

E Marília está na Rota Turística do Café, a Rota do Alto Cafezal


As cidades de Marília, Garça, Gália, Vera Cruz e Pompeia, Lupércio, entre outras, são integrantes do Mapa Turístico do Estado de São Paulo na Rota do “Alto Cafezal”. Há um intenso trabalho sendo feito pelos Comturs e Secretarias Municipais de Turismo para a maior integração dos municípios e fortalecimento da imagem institucional turística regional.

O Brasil é o maior exportador mundial de café. E os principais países importadores do grão colhido aqui são Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão, entre outros com menor participação. Os brasileiros estão em segundo lugar no ranking de consumidores do cafezinho, perdendo apenas para os EUA.

Em 2022, é prevista uma safra de 26,9 milhões de sacas de café colhidas no Brasil.A eficiência e a organização do comércio permitem a exportação do café brasileiro a cerca de 130 países.

Quando pesquisamos a história da cidade de Marília vamos encontrar o café como principal propulsor do desenvolvimento econômico da região, época do conhecido “ouro verde”, período em que os primeiros casarões e terreiros foram construídos e que faziam da avenida Sampaio Vidal, a principal da cidade, a bolsa de valores regional onde os produtores se encontravam para pôr a conversa em dia.


A cada gole da bebida servida no Bar Marrocos, no Café Delphino, na Cantina do Felipe,no Café Hawaí,na Brasserie, no Café Yamato, ou no Bar do Acelino, os preços das sacas eram discutidos com euforia, ou com tristeza, quando a bolsa anunciava a baixa do produto lá no exterior.

Os vagões chegavam lotados de imigrantes e emigrantes que foram atraídos pela promessa de vida nova e muito trabalho e promessa de lucros oriundos das lavouras. Trabalho que



Livro conta a saga
da família de japoneses na cultura do café

começava antes do raiar do sol e se estendia até o entrar das noites. Nas fotos históricas encontramos famílias inteiras de japoneses e italianos que se debruçaram sobre a terra bruta para construir o sonho da riqueza.

No início os grãos eram plantados direto no solo, cercados e cobertos com lascas de coqueiros para proteger do sol e regados à mão. Bem mais adiante da história que o plantio de mudas em sistema linear e mais espaçado foi testado e posteriormente aprovado. Quem nos contou esta curiosidade foi o cafeicultor Rui Bonini, pioneiro da pesquisa de inovações na cultura e da colheita dos grãos com máquinas, em recente entrevista que nos concedeu gentilmente. (no post anterior eu conto mais sobre este encontro. confira)   

Na estação ferroviária de Marília, e na região da av. das Indústrias, o cheiro do café em coco tomava conta do ar e nos dias de chuva o aroma se espalhava com o vento. Caminhões com altas cargas se enfileiravam nas vias próximas, os saqueiros, trabalhadores braçais que auxiliavam no transporte dos pesados sacos, se revezavam num frenético vai e vem entre as plataformas e os caminhões.


Neste momento da história, nossa região, continua sendo destaque na produção do café, tanto que todo este contexto histórico e cultural está sendo resgatado para compor uma das mais belas páginas do turismo paulista com passeios nas propriedades, visitando as lavouras, conhecendo o circuito da colheita, da secagem dos grãos e até a torrefação.

Em breve a cidade de Vera Cruz vai promover a festa “Joias de Vera Cruz” e a edição deste ano promete experiências gastronômicas incríveis relacionadas com a bebida e com os grãos. Já foi definido pela comissão organizadora que todas as barracas de alimentos devem criar uma opção que tenha o café com um dos ingredientes. Vem muita novidade por aí.

Na xícara, no copo ou na caneca, o café ainda é a paixão dos brasileiros e faz toda diferença nas primeiras horas da manhã.

Aos cafeicultores o nosso abraço e cumprimentos pela data.

#altocafezal;RTaltocafezal 

Ivan Evangelista Jr, membro da Comissão de registros históricos de Marília, presidente do Comtur – Conselho Municipal de Turismo

quinta-feira, 24 de março de 2022

Histórias do Café e a Região Turística do Alto Cafezal #rtaltocafezal

No mapa turístico do estado de São Paulo a região que compreende as cidades de Garça, Gália, Marília, Lupércio, entre outras, é denominada de “Alto Cafezal – A história do estado entre um café e outro.” Na introdução do site oficial do governo do estado de São Paulo encontramos a seguinte descrição: ... A Região Turística do Alto Cafezal conta um pouco da história do desenvolvimento econômico do estado de São Paulo e do começo da modernização e industrialização do agronegócio brasileiro a partir do café – principal produto de exportação do País no século XIX e boa parte do XX. Apesar da chegada tardia de cafeicultores na região, foi lá que a produção se modernizou e encontrou terreno fértil para a automatização dos processos. Na região de Garça foi testada a primeira colhedora automática de café do mundo, em 1979, além de inovações importantes como o plantio de mudas em tubetes.O passado histórico cafeicultor ainda é presente e, além das grandes cooperativas que são referência no País, há forte presença de produtores independentes que apostam na torra dos próprios grãos e em lotes menores de alta qualidade. (https://www.turismo.sp.gov.br/conheca-a-regiao-turistica-alto-cafezal)

Como presidente do Comtur – Conselho Municipal de Turismo de Marília, historiador e pesquisador, sou membro de um grupo coordenado pela Fernanda Violante, secretária adjunta da Secretaria Municipal de Trabalho e Turismo de Marília e interlocutora regional da RT Alto Cafezal, que reúne voluntários e funcionários das administrações e secretarias municipais das cidades integrantes da rota do café. A missão deste grupo é promover a maior integração entre os municípios da região turística, assim como, a troca de informações e experiências que possam incrementar as atividades e dar maior corpo e exposição ao conjunto dos atrativos turísticos.

O interior paulista é rico em recursos naturais e tem na história da cafeicultura sua maior contribuição para o desenvolvimento econômico do Brasil, principalmente no período entre 1930 a 1970. Fazendas guardam construções, tulhas, secadores e terreiros com seus trilhos, guardam equipamentos rústicos que serviram ao trabalho duro do plantio, da colheita, da secagem, até o embarque na ferrovia rumo ao Porto de Santos. Estes locais são templos históricos, memória viva de um ciclo produtivo que foi denominado ciclo do ouro verde.

Com esta visão estamos propondo aos municípios que promovam um levantamento geral das propriedades que abrigam estas memórias e que sejam passíveis de visitação dentro de um período médio e longo prazo. A cidade de Garça fez um trabalho muito bom de pesquisa em que levantou e registrou dados de mais de 200 propriedades. São sítios e fazendas que poderão integrar a rota do turismo rural, outro segmento do turismo de lazer que proporciona aos visitantes a experiência de contato com a natureza, contato com núcleos familiares produtivos e o aprendizado de saberes da cultura caipira.

Rui Bonini, agrônomo e produtor de café

O gostoso de participar deste processo de autodescoberta, sim, porque a nossa identidade cultural passa pelas histórias do café, é resgatar histórias e personagens que são testemunhos de todo este movimento. 
E nesta jornada eu tive a felicidade de encontrar um dos personagens ilustres que participou de tudo isso, e reconhecido como um dos agentes de transformação do sistema de cultivo de café nesta região paulista. Visitei a Fazenda São Carlos, propriedade do Sr. Rui Bonini, agricultor formado pela Escola Luiz de Queiroz e que conta com seus 86 anos de vida dedicada à cafeicultura brasileira. 


Rui Bonini contemplando o terreirão  

Entrevistar e ouvir o Sr. Rui foi um momento de imersão na história e de resgate de memórias que precisam ser sempre compartilhadas para que mais pessoas conheçam sobre a cultura do café e seus personagens. 

Gravei uma série de vídeos em que ele respondeu perguntas e nos contou detalhes sobre sua família e a saga com o café. Fomos recebidos na casa sede da fazenda, residência muito agradável que já teve 22 moradores, coisa bem típica de famílias de imigrantes, construção com pé direito perto dos quatro metros de altura, quartos com assoalho de madeira nobre, guarda roupa e móveis de época, outras dependências com piso cerâmico rústico e sala de visitas com quadros e fotos da árvore genealógica e documentos históricos.

Registro da primeira colheita na fazenda
Registro da 1ª colheita na fazenda

Ele nos contou, por exemplo, que intermediou e participou dos primeiros testes da colheita mecanizada e, com merecedor orgulho, nos disse que o seu maior legado é ter sido um dos agentes no processo de modernização da cultura cafeeira, desde a mudança para o plantio linear, a transição e a experiência de trabalhar com 3 mudas por cova, para 2 mudas e depois para o modelo atual onde se planta apenas uma muda, já com toda a tecnologia e vitalidade que a planta precisa para em um período de três anos dar os primeiros frutos.


Um detalhe importante é que toda a plantação atual é toda irrigada, isto mesmo, os pés de café recebem a quantidade de água necessária, o que resolveu o problema da dependência das chuvas, por sinal, bastante escassas nestes últimos três anos. Toda a colheita é mecanizada e num curto período, com a colaboração de 23 pessoas, os grãos maduros são trazidos da roça para o terreiro, e depois para os secadores para o posterior ensacamento. Não passa de vinte e poucos dias este ciclo.



Se este pequeno relato já nos dá uma pequena noção sobre a riqueza histórica e cultural, imagine poder passar um dia na fazenda, visitar as instalações, visitar a lavoura, beber do café in natura e ouvir o Sr. Rui Bonini e a Sra. Leila, esposa e companheira, contando mais sobre as nossas raízes. É justamente essa a essência do turismo rural.

Garça e Marília já contam com o Conselho Municipal de Turismo e a cidade de Vera Cruz está se preparando para formar a sua própria entidade e dar um passo muito importante para integrar o mapa do turismo paulista.


E já que o assunto é café, anote aí: nos dias 21 e 22 de maio acontecerá a Festa Joias de Vera Cruz – Festival do Café. É a segunda edição do evento que reúne atividades de lazer, música, cultura e gastronomia regional. O desafio para este ano é que todas as barracas que vão comercializar alimentos devem fazer constar do cardápio pelo menos um prato que tenha o café como ingrediente. Podemos nos preparar porque a festa promete.


Não é de hoje que a região trabalha na valorização da nossa identidade cultural. Na 1ª edição do Festival Gastronômico de Marília (2013), o restaurante 515 criou um prato especial que foi denominado “Medalhão Matarazzo”. Referência as indústrias Matarazzo. A receita era composta por medalhão de filé bovino, regado ao molho de café, acompanhado de batatas rústicas ao alecrim, tomates cereja e arroz cremoso.
#altocafezal ;rtaltocafezal  

Ivan Evangelista Jr, é presidente do Conselho Municipal de Turismo de Marília, membro da Comissão de Registros Históricos, pesquisador, fotografo e historiador, autor do primeiro Guia de Roteiros Turísticos de Marília.