sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Marília, nos mares e na literatura



Marília nos Mares
A notícia veio de longe e dava conta que a nossa querida Marília teve em sua homenagem um navio mercante batizado com o nome da cidade. Isto mesmo, na década de 60 a Marinha mercante Brasileira decidiu homenagear algumas cidades do interior brasileiro e Marília deu nome a uma das embarcações. Conferimos a história com o historiador Antonio Augusto Neto, o Toninho Neto, que confirmou a informação e acompanhou os fatos na época.
Lançamento (Launch): 13 de abril de 1962 (13th april 1962)
Incorporação (Delivered): setembro 1963 (september 1963)
C a r a c t e r í s t i c a s (Main Particulars)
Nome (Name): Marília
Prefixo (Call Sign): PPAG, ex PUAV
IMO nr: 5224560
Estaleiro construtor (Builder/ hull number): Ishikawajima do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, casco nr.4 (Ishikawajima do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, hull nr. 4).
Dimensões (Lenght o.a./b.p., breadth, depth): 115,30 mts de comprimento total (loa); 107,02 mts de comprimento entre perpendiculares (lbp); 16,84 mts de boca (breadth); 6,32 mts de calado (draft); 9,20 mts de pontal (depth).
Deslocamento (Displacement): aprox. 9.500 tons (abt.).
Capacidade de Transporte de Carga (Dwt): 5.940 tons, incluindo 354 m3 de carga frigorífica (Included 354 cbm of insulated cargo).
Toneladas Brutas/Liquidas (Grt/Nrt): 5.430 tons/3.661 tons
Equipamentos para manuseio de carga (Cargo Gear): Paus de carga: 1 x 30 tons; 10 x 5 tons; 2 x 1,5 tons (Derricks: 1 x 30 tons; 10 x 5 tons; 2 x 1,5 tons).
Porões de Carga(Cargo holds): 3
Motor Pricipal (Main Engine): 1 motor Sulzer de 5 cilindros de 2.500 bhp de potência (1 engine Sulzer 5cy x 2.500 bhp).
Velocidade (Speed): 12 nós (Knots)
Outros navios da classe (class units): Volta Redonda, Londrina, Cidade de Manaus (ex Campo Grande), Cidade de Belém
H i s t ó r i c o (History)
O navio cargueiro MARÍLIA, foi o quarto navio de uma série de cinco unidades encomendados pela Comissão de Marinha Mercante Brasileira (órgão estatal que gerenciava a Marinha Mercante Nacional) ao Estaleiro Ishikawajima, sendo a primeira classe de navios a serem construídos pelo estaleiro. O nome da embarcação é em homenagem à cidade de Marília, interior do Estado de São Paulo A operação do navio foi repassada ao armador estatal Lloyd Brasileiro Patrimônio Nacional (que em 1967 passaria a se chamar Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro), o qual foi utilizado em rotas de cabotagem e eventualmente em viagens de longo curso.
(The general cargo MARÍLIA was the 4th unit of a serie of five vessels ordered by Brazilian Merchant Marine Comission, to Ishikawajima do Brasil Shipyard, being the first class to be build by the brand new brazilian shipyard, and their management appointed to Lloyd Brasileiro Patrimônio Nacional, in 1967 renamed Companhia de Navegação LLoyd Brasileiro, to be used in coastal trade. She was named in a homage of city of Marília, São Paulo State.)
final dos anos 70 (Late 70's)- Devido ao programa de renovação da frota do Lloyd, foi o último da classe a ser vendido, sendo adquirido pelo armador Transnave Navegação Ltda., Rio de Janeiro, RJ, mantendo o mesmo nome, o qual também o utilizou no transporte de carga de cabotagem.
(Was the last of the class sold to Transnave Navegação Ltda., Rio de Janeiro, RJ. Not renamed. )
1985 - O navio foi desativado e presumidamente vendido para desmanche.
(Vessel laid up in and presumed sold for scrap.)
F o n t e s (Sources):
- Register of Ships - 1981/1982, - Lloyds Register of Shipping, Londres, Inglaterra.
- Saint-Hubert, Christian - Lloyd Brasileiro, San Jose, 1982
- Schemelzkopf, Reinhart - Chiristian Saint-Humbert's Lloyd Brasileiro Revised and Upgraded - Cuxhaven, 1984
- Rossini, José Carlos - Bandeira nos Oceanos - Lloyd Brasileiro, A História da Centenária Armadora - 1890-1997, Volume I, 2000
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Os Sertões

Numa de suas edições históricas o Jornal Correio de Marília deu divulgação de um fato histórico de nossa literatura, inédito até então.
O artigo relatava que o mariliense Jorge Galati, conhecido compositor e autor da famosa valsa "saudades de Matão", ter visto, e de perto, o grande literato patrício, Euclides da Cunha, escrever "Os Sertões", obra prima da literatura do seu gênero.
O artigo publicado foi enviado ao Museu Histórico "Euclides da Cunha", em São José do Rio Pardo, para que a posteridade saiba que Marília esteve junto com o famoso escritor de "Os Sertões" na pessoa culta e conhecida do Maestro Jorge Galati.

Um comentário:

  1. Jorge Galati (Giorgio) nasceu em Pizzo, na Calabria. À época, província de Catanzaro e hoje Província de Vibo Valentia. Imigrou para o Brasil com os pais e irmãos em 12 abril 1893, a bordo do vapor Washington. Se radicou inicialmente em Araraquara, onde já em 1904 era maestro da Banda Ítalo-Brasileira.

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