sábado, 26 de dezembro de 2009
Histórias de Natal e de gente feliz
Tudo começou porque a filha teve um problema sério no útero. Na época estava com 13 anos de idade e, diagnosticado o problema a solução encontra foi uma aplicação de um medicamento forte e deveria ser feito na cidade de São Paulo.
Da. Tereza Fagionato, a mãe, ficou desesperada ao saber que a injeção poderia sim curar a doença mas também teria efeitos colaterais sérios, entre eles, o fato da menina corre o risco de não crescer mais.
Diz a mãe: “nestas horas a gente se apega com Deus”. A promessa feita e a viagem acontece.
Na capital o médico examina a menina e dá a notícia de que o problema estava sanado, ou seja, a menina estava curada e não seria preciso mais aplicar a injeção. Da. Tereza contou que foi duro encontrar a porta de saída do hospital porque a emoção tomou conta.
Da capital pegaram o primeiro trem que seguia para Aparecida do Norte, hora de pagar a promessa. Foi lá que compraram o primeiro presépio da menina curada pelo milagre e a partir deste dia firmaram propósito que nunca mais deixariam de montar presépio em todo Santo Natal e abrir as portas da casa para receber as visitas.
Seu Fernando, o pai, era daqueles que gostava de lidar com sucatas e aproveitar tudo que podia e o pequeno presépio foi ganhando novos personagens e movimento. Com um motor de geladeira e um monte de roldanas de madeira e elásticos ele foi “dando vida” a cada um dos bonecos. Após a sua morte, a filha e um sobrinho estão dando continuidade ao projeto que é montado num canto da acolhedora sala de visita da casa que fica na rua Euclides da Cunha, 439.
O mais gostoso disso tudo é saber que a família não tem medo de deixar a porta aberta e receber os visitantes. No ano passado, depois que a Globo passou na televisão (palavras da filha) o movimento de pessoas aumentou e foram mais de 3.000 visitantes.
Hoje eu aprendi mais sobre fé e sobre a vida. Natal é isso, é deixar a porta da casa aberta, é receber pessoas que você nem mesmo conhece, é acreditar na vida, compartilhar histórias e milagres.
Nas manchetes de hoje dos principais jornais da cidade está a notícia sobre a saidinha dos presos (quase 400) e o perigo que isso representa para sociedade.
Dona Tereza e sua família moram na mesma cidade que eu moro, a cidade que fica alerta e assustada com estranhos que andam pelas ruas neste período da saidinha.
Mas é assim todos os anos, eles deixam a porta aberta e mesmo que um destes irmãos apareça por lá é certo que ele vai encontrar uma boa acolhida e pode até ganhar um pedaço de panetone e um copo de Cerezer.
Olha dona Tereza, eu quero dizer que sua casa é na verdade um grande presépio. Feliz Natal!
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