Notícias dão conta de que haverá nova ação de limpeza da nossa bela represa Cascata, prevista para o fim de semana. A atividade faz parte do 3º Evento Mundial de Limpeza dos Rios e Praias. Além de promover a higienização ambiental, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade de cuidar das fontes de vida, neste caso, em especial, da água que chega até as nossas torneiras.
Espero que, neste ano, a
quantidade de lixo seja bem menor. Como medida de segurança e preservação, a
represa ganhou cerca e vigilância. Isso, certamente, impede as pessoas de
usufruírem de um espaço tão especial, mas, ao mesmo tempo, evita acidentes e,
também, o acúmulo de lixo em suas margens.
O problema não está no uso do
espaço e, sim, no saber utilizar o meio ambiente, seguindo os princípios
básicos de sustentabilidade, para não degradar. Após a proibição do acesso,
seria o caso de pensarmos em criar um programa de preservação ambiental
permanente e de visitas monitoradas. Isso pode ser feito via Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, com o apoio e a parceria das universidades, das
ONGS e das entidades ligadas ao meio ambiente em geral.
Podemos começar contemplando um
circuito de caminhada ao ar livre, com acesso pela Avenida Cascata, ou pela Avenida
das Esmeraldas. Para quem ainda não teve o prazer de sentir a brisa, curtir a
paisagem e ouvir o canto dos pássaros, entre outras opções sensoriais, saiba
que este trecho é dos mais convidativos e pode agregar outras atividades ao
longo do percurso.
Na cabeceira da represa, que é
toda asfaltada e tem pista dupla, no período das manhãs, por exemplo, é
possível promover atividades de exercício e alongamento, meditação e Tai Chi
Chuan. Após as sessões, que podem ter duração de uma hora, das 6h às 7h, uma
xícara de chá verde ou um café quentinho, levado na térmica, água fresca ou
suco natural, cada com sua preferência. Mais alguns minutos para recuperar o
fôlego e encher os pulmões com o ar puro e renovado pela brisa do vale e você
estará pronto para encarar mais um dia de atividades intensas.
Um viveiro de mudas poderia ser
instalado no local, ponto de informação e inspiração aos iniciantes na arte do
cultivo de plantas ornamentais, medicinais, ou mesmo para aqueles que gostariam
de recuperar a tradição das pequenas hortas caseiras. Orquídeas, antúrios e samambaias,
alecrins e poejos, cebolinhas e salsas, misturando cores e aromas, criando um
clima de prazer e bem-estar que, geralmente, as plantas trazem.
Sem comércio no local, pois não
seria adequado. Apenas orientação técnica sobre manejo da terra, dicas de
preparação do terreno para canteiros, adubação orgânica, compostagem do resto
de cascas de legumes e hortaliças, além da irrigação. Coisas simples, mas que
preencham as horas com novos conhecimentos, que ajudem a criar um ambiente de
interação das pessoas, de contato e de tato, de trocas de receitas e de chás da
vovó, entre outras artimanhas que podem ajudar a tirar os ser humano dos seus pequenos
castelos. Coisas que sejam mais do presencial e menos do virtual.
Continuando com o projeto, a
exemplo do que já ocorreu no bosque municipal, em outra área anexa, instalar
algumas colmeias de abelhas sem ferrão (ASF), espécies nativas das nossas matas
que desempenham o importante papel de agentes polinizadoras. Seria este mais um
espaço pedagógico e cultural, que poderia contar com o apoio da Associação dos
Apicultores de Marília e Região, levando conhecimento e oficinas sobre as
técnicas simples de criação de enxames caseiros.
Para os finais de semana, poderia
haver uma programação cultural mensal, como acontece hoje com as tardes de
lazer no bosque. Além das atividades físicas, contando com o apoio e monitores
das academias de ginástica de Marília, é possível desenvolver uma série de
outras ações que envolvam pais, filhos, avós e os amigos em geral.
Pipas coloridas podem enfeitar o
Vale da Cascata, empinadas longe das fiações elétricas e sem o uso do perigoso
cerol nas linhas; aulas de caiaque, com uso adequado de equipamento de segurança;
pesca esportiva, no estilo pega e solta; campeonatos e exibições de modelos de rádio-controle;
aeromodelismo e nautimodelismo; passeios de bicicleta; oficinas de ikebana;
oficinas de separação, classificação e destino do lixo doméstico; e até, quem
sabe, uma pequena feirinha para troca de livros, revistas, selos, numismática e
coleções diversas. Tudo muito bem organizado.
Na casa de máquinas, instalada
logo abaixo da cabeceira, encontros e bate papo sobre a importância da
preservação das nascentes e sobre o funcionamento da captação de água natural
para transformar em água potável.
Alguns banheiros químicos
instalados em pontos estratégicos, uma boa sinalização sobre preservação do
meio ambiente, sobre segurança e trânsito na área de uso comum. Nada de
instalar aparelhos sonoros ou ligar o som do carro nas alturas. Agora é hora de
treinar os ouvidos para captar a batida do coração da natureza, entrar na
sintonia das ondas rebatidas nas pedras, dançar os olhos no bailado das asas
das andorinhas caçadoras de insetos, ouvir o zunido do vento nas folhas, sentir
o cheiro da terra com gosto de chuva e curtir as crianças e os adultos sorrindo
gostoso, sentindo-se livres, como se nunca tivessem experimentado a vida ao ar
livre. Simples assim.
Ivan Evangelista Jr, afotoquefala
É Ivan, muitas idéias maravilhosas!
ResponderExcluirPode contar comigo no que for preciso para que deixem o campo das idéias e virem realidade!
:)