quarta-feira, 15 de junho de 2016

Passagem da Rua Bahia terá nova pintura artística

Os designers Sydnei, Felipe e Maicol
E a Fotoquefala encontrou estes três artistas e designers da aerografia trabalhando na renovação das pinturas que decoram a passagem da Rua Bahia ou como também é conhecido popularmente o “túnel da Rua Bahia”. O Sydnei, o Maicol e o Felipe são os responsáveis pela produção dos novos desenhos e em parte da lateral da via, sentido bairro centro, já se pode conferir uma das telas que tem por tema os dinossauros, uma referência e homenagem ao trabalho do pesquisador e paleontólogo Wiliam Nava e ao
Paleontologia em destaque
Museu de Paleontologia da cidade.
Durante a entrevista eles revelaram os outros temas que vão ganhar os espaços: a cultura do café, a cultura do algodão, e a chegada da Maria Fumaça no Patrimônio do Alto Cafezal. As antigas obras estão sendo cobertas por uma nova camada de tinta látex e aos poucos os jatos do aerógrafo, instrumento utilizado pelo artista para dar forma e cor aos trabalhos, como num passe de mágica, vão colorindo os contornos dos primeiros traços, utilizando os recursos da sombra e da luz pra dar mais ou menos destaque aos detalhes.
Interessante notar que o designer Sydnei vai reproduzindo na grande tela ao ar livre as imagens que tem em mente. Quando lhe perguntei se tinha um rascunho em mãos, ou mesmo alguma referência de matriz impressa para a criação dos desenhos ele me respondeu: “Vi algumas coisas relativas aos temas e após isso eu vou criando os desenhos de acordo com as proporções que as telas me permitem e dou o meu toque artístico”. E completou: “Veja, por exemplo, que no penúltimo painel deste lado da via eu pedi para não cobrir o desenho do avião, gosto dele, vou aproveitar e reestilizar dando aquele toque a mais e a partir dele completar a tela toda”.  
Conversamos sobre as temáticas dos painéis e eu pude lhe contar um pouco da história da nossa cidade, desde os navios que trouxeram os primeiros imigrantes para o Brasil para trabalhar nas lavouras do café e “fazer fortuna”. De Santos eles embarcavam para São Paulo na Estação dos imigrantes e a partir dali eram enviados pelo governo para Fazendas Cafeeiras no interior do estado, sendo que Marília era um dos destinos.
A cultura do algodão que será retratada por ele em um dos painéis foi no passado uma das opções de renda e de grande trabalho para os japoneses, pois até que as novas lavouras de café começassem a produzir dentro de um prazo de dois anos, ou até mais, era preciso diversificar. Assim foi com o arroz, com o milho e com o amendoim, sendo que a cultura do amendoim em nossa região continua garantindo boa parte da produção nacional. 







Para quem gosta de pesquisar o tema e conhecer as dificuldades que estes imigrantes tiveram recomendo a leitura do livro “ Haru e Natsu e as cartas que não chegaram” , entre outras obras que mostram a bravura dos nossos imigrantes pioneiros.
Louvo a iniciativa da Secretaria da Cultura em renovar os painéis e decorar o meio urbano com temáticas que estão ligadas à nossa história para que todos tenham acesso a arte e a cultura.

Ivan Evangelista Jr

Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília

Cartaz italiano
         

Nenhum comentário:

Postar um comentário