Os designers Sydnei, Felipe e Maicol |
E a Fotoquefala encontrou estes três artistas e designers da
aerografia trabalhando na renovação das pinturas que decoram a passagem da Rua
Bahia ou como também é conhecido popularmente o “túnel da Rua Bahia”. O Sydnei,
o Maicol e o Felipe são os responsáveis pela produção dos novos desenhos e em parte
da lateral da via, sentido bairro centro, já se pode conferir uma das telas que
tem por tema os dinossauros, uma referência e homenagem ao trabalho do
pesquisador e paleontólogo Wiliam Nava e ao
Paleontologia em destaque |
Durante a entrevista eles revelaram os outros temas que vão
ganhar os espaços: a cultura do café, a cultura do algodão, e a chegada da
Maria Fumaça no Patrimônio do Alto Cafezal. As antigas obras estão sendo
cobertas por uma nova camada de tinta látex e aos poucos os jatos do aerógrafo,
instrumento utilizado pelo artista para dar forma e cor aos trabalhos, como num
passe de mágica, vão colorindo os contornos dos primeiros traços, utilizando os
recursos da sombra e da luz pra dar mais ou menos destaque aos detalhes.
Interessante notar que o designer Sydnei vai reproduzindo na
grande tela ao ar livre as imagens que tem em mente. Quando lhe perguntei se tinha
um rascunho em mãos, ou mesmo alguma referência de matriz impressa para a criação
dos desenhos ele me respondeu: “Vi algumas coisas relativas aos temas e após
isso eu vou criando os desenhos de acordo com as proporções que as telas me
permitem e dou o meu toque artístico”. E completou: “Veja, por exemplo, que no penúltimo
painel deste lado da via eu pedi para não cobrir o desenho do avião, gosto
dele, vou aproveitar e reestilizar dando aquele toque a mais e a partir dele
completar a tela toda”.
Conversamos sobre as temáticas dos painéis e eu pude lhe
contar um pouco da história da nossa cidade, desde os navios que trouxeram os primeiros
imigrantes para o Brasil para trabalhar nas lavouras do café e “fazer fortuna”.
De Santos eles embarcavam para São Paulo na Estação dos imigrantes e a partir
dali eram enviados pelo governo para Fazendas Cafeeiras no interior do estado,
sendo que Marília era um dos destinos.
A cultura do algodão que será retratada por ele em um dos painéis
foi no passado uma das opções de renda e de grande trabalho para os japoneses,
pois até que as novas lavouras de café começassem a produzir dentro de um prazo
de dois anos, ou até mais, era preciso diversificar. Assim foi com o arroz, com
o milho e com o amendoim, sendo que a cultura do amendoim em nossa região continua
garantindo boa parte da produção nacional.
Para quem gosta de pesquisar o tema
e conhecer as dificuldades que estes imigrantes tiveram recomendo a leitura do
livro “ Haru e Natsu e as cartas que não chegaram” , entre outras obras que
mostram a bravura dos nossos imigrantes pioneiros.
Louvo a iniciativa da Secretaria da Cultura em renovar os
painéis e decorar o meio urbano com temáticas que estão ligadas à nossa
história para que todos tenham acesso a arte e a cultura.
Ivan Evangelista Jr
Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília
Cartaz italiano |
Nenhum comentário:
Postar um comentário