www.afotoquefala.blogspot.com
A escrita pela fotografia.
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Prefeitura lança 1º Festival do Café de Marília em evento no Ciesp
Marília vive “era de ouro” para o turismo, segundo o presidente do Sinhores, Sinval Gruppo
A Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, realizou na manhã desta sexta-feira (17), na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Ciesp Marília, o lançamento oficial do Primeiro Festival do Café de Marília, que ocorrerá na histórica Fazenda Cascata no dia 1º de novembro.
Dando as boas-vindas e abrindo a cerimônia, o secretário Vitor Gazola afirmou acreditar no empreendedorismo como motor do setor produtivo para atrair investimentos para cidade, gerando emprego e renda. “O governo do prefeito Vinicius Camarinha tem muita credibilidade com a classe produtiva, e o nosso trabalho é valorizar os produtores, comerciantes e prestadores de serviço locais”.
De acordo com o prefeito Vinicius Camarinha, Marília vive hoje três grandes momentos: celebrar um dos pilares da nossa cultura, valorizando nossa história; promoção de turismo que o café proporciona por ser uma das bebidas mais consumidas do mundo; e o conhecimento e o desenvolvimento que acompanham o café. “Esse festival pode virar um grande evento, uma feira do café, e a Prefeitura estará sempre junto dessa iniciativa”. Ainda de acordo com Vinicius Camarinha, se a cidade dá certo, é porque as pessoas apoiam o desenvolvimento. “Estamos em um momento de reconstrução e estou feliz em saber que o turismo da cidade vai prosperar. A cada R$1 investido em turismo, a cidade recebe R$4 de volta”, afirmou.
Ainda durante o evento, o prefeito anunciou que o governo estadual autorizou e a Prefeitura construirá o maior e mais moderno museu de paleontologia do Brasil. “Vamos virar a chave do desenvolvimento de Marília. A cidade está se desenvolvendo porque as pessoas caminham junto com a gente” pontuou Vinicius Camarinha.
O presidente do Comtur, Ivan Evangelista Junior, afirmou que a Prefeitura está abrindo as portas para novas oportunidades. “Agora entregamos essa nova demanda da sociedade, que é o Festival do Café”.
Para o presidente do Sinhores, Sinval Gruppo, um cafezinho acerta qualquer negócio e conversa. “Marília tem café tão bom quanto o restante do Brasil. O prefeito Vinicius Camarinha acredita no turismo, o secretário Vitor Gazola veste a camisa de verdade do turismo, que sempre retorna em investimentos para Marília. Estamos vivendo uma ‘era de ouro’ para o turismo de Marília”.
Para o proprietário da Fazenda Cascata, Oswaldo Passos de Andrade, é uma alegria e satisfação participar do 1º Festival do Café. “Meu avô, Bento de Abreu, chegou aqui em 1925, e agora temos essa cidade próspera. Parabéns ao prefeito Vinicius Camarinha pelo trabalho que vem fazendo”.
Após a fala da mesa de autoridades, o secretário do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, apresentou o projeto do Festival.
A cerimônia contou com a presença do prefeito Vinicius Camarinha, do presidente da Câmara, vereador Danilo Bigeschi, do secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, do presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Ivan Evangelista Junior, do presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Marília (Sinhores), Sinval Gruppo, do proprietário da Fazenda Cascata, Oswaldo Passos de Andrade, além de secretários municipais, vereadores, apoiadores do festival e sociedade civil.
Sobre o 1º Festival do Café de Marília
O evento celebra o centenário da Fazenda Cascata, propriedade que teve papel fundamental na fundação e no desenvolvimento de Marília, e marca também a inserção de Marília e região no programa estadual Rotas do Café, valorizando uma das mais importantes cadeias produtivas responsáveis pelo crescimento econômico e cultural local e regional.
Com uma programação completa para toda a família, o Festival do Café terá início às 10h e seguirá até as 18h, reunindo produtores de café, artesãos, baristas, palestrantes e atrações musicais. O público poderá desfrutar de praça de alimentação com food trucks, produtos artesanais, brinquedos infláveis, exposição de tratores e fotos, além de palestras e demonstrações sobre o universo do café.
Segundo o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, “o Festival valoriza a cadeia produtiva do café, fomenta o turismo e o lazer, difunde conhecimento, história e cultura, além de fortalecer a identidade e o desenvolvimento regional”.
O evento é uma realização da Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, com apoio de diversos parceiros: Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), Apta Regional de Marília (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios / Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo), Ciesp, Sebrae, Fatec Marília, Adipa (Associação para o Desenvolvimento da Indústria de Produção de Alimentos), Secretaria Municipal da Cultura e Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A entrada é gratuita, com doação voluntária de 1 kg de alimento para o Fundo Social de Marília.
Fonte: release da assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
A história do Pão com Ovo do distrito de Avencas
Pratos que representam a identidade da gastronomia local
Boa parte dos pratos típicos mais tradicionais têm sua origem ligada a personagens ou a histórias e fatos que levaram pessoas a ter uma ideia empreendedora e se tornarem ponto de referência no turismo receptivo.
Na rua principal do distrito de Avencas, distante 22 Km de Marília, vamos encontrar um destes casos em que a necessidade, a atitude e o público, se encontraram em uma das esquinas mais famosas do pequeno distrito.
Duas irmãs, Andréia e Silvana, da tradicional família Gambini, há mais de 11 anos decidiram instalar uma pequena padaria. Até então não havia outra opção e num dos cômodos da casa da mãe improvisaram a produção e iniciaram as vendas. Foi sucesso e aos poucos ampliaram as opções com bolos, biscoitos e quitutes. Tudo no estilo bem caseiro, aquela coisa de receita de vó, que vai passando as gerações e mais o incremento da criatividade da dupla.
Avencas tem pouco mais de 1.000 habitantes, é cercada por propriedades rurais que hoje se dedicam a produção do amendoim. Já foi terra da melancia, fruta que levou a realização de grandes festas no distrito, atraindo pessoas de toda a região, com muita música, barracas, e o concurso que desafiava quem conseguia chupar mais melancias.
É também caminho de passagem obrigatória pela história de Marília e de toda a região. Desde os primórdios o movimento de máquinas e de caminhões transportando diferentes produtos agrícolas sempre foi intenso. Ao caminhar pelas ruas vemos nas fachadas marcas dos pioneiros comerciantes, e nos pequenos botecos que ainda guardam características singulares. São construções simples e paisagens que nos transportam para o passado.
Detalhe importante: Avencas é rota de passagem dos praticantes do ciclismo, dos jipeiros e colecionadores de aventuras, adeptos do turismo rural e curtem andar pelas vicinais e de quebra conhecer paisagens incríveis.
É lá que você vai encontrar o famoso PÃO COM OVO que representa a mais típica gastronomia popular local. Contam as irmãs que o sucesso do lanche é um daqueles episódios em que a gente pode dizer que mirou na lua e acertou as estrelas. O negócio principal inicial era vender pães e bolos para a comunidade local nos horários mais rotineiros, o café da manhã e o café da tarde.
Mas como foi que o Pão com ovo chegou neste enredo? – Certo dia encostou na padaria um ciclista que fazia o trecho e pediu um lanche. Não era costume fazer lanche porque a maioria dos habitantes locais comprava o pão, a mortadela fatiada, o queijo, ou outro tipo de frios e levava para casa.
Com a resposta “lanche a gente não faz” o ciclista insistiu e perguntou: mas nem um pão com ovo? - Ah, isso a gente pode fazer! E conta a história que ele comeu o melhor lanche de pão com ovo da sua vida. Foi uma experiência tão boa e um sabor tão especial que ele passou a divulgar para os amigos e a panificadora Gambini passou a ser ponto de parada obrigatória nas pedaladas.
O trecho Marília – Avencas está se tornando uma das principais vias do turismo receptivo local. A sede do automóvel clube de Marília está logo no início do trajeto, depois vem o Mosteiro da Divina Misericórdia que integra o turismo religioso regional e ao lado do Mosteiro foi plantado um vinhedo, que anuncia para breve o início de atividades de uma vinícola e mais a instalação de um resort com praia artificial de água doce.
Seguindo em frente temos a Serra de Avencas com toda sua beleza, ladeada por dois vales imensos e o portal instagramável da Rota das Capelas, trecho que tem mais de 110 Km de percurso na região e finaliza no Mosteiro.
A receita do pão com ovo que levou o Comtur a certificação como Prato Típico de Marília da gastronomia local e integrante da Rota das Capelas é das mais simples: pão produzido na padaria artesanal local, ovo estralado, no ponto e com a consistência que dá o toque especial, valorizando a crocância do pão, mais o queijo derretido e os temperos especiais das irmãs, incluindo a simpatia da acolhida, os sorrisos e a disposição de sempre atender clientes de uma forma toda especial.
*Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
A história do “Curto Circuito de Cafés” no Sítio Olho D’Água
EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS EM MARÍLIA
Para compor o cheiro, a cor da fumaça e o ponto do café na xícara, guardados na memória da D. Santina, proprietária do Sítio Olho D’Água, seu marido Sr. Maier Pardo (in memoriam) se esforçou muito, estudando, assuntando, calculando, matutando e inventando. Até mesmo o Sr. Belmiro Mendonça, o fazendeiro que viu o moleque Maier correr com os amigos entre cafeeiros para chegar à cachoeira da Faz. Sta. Teresinha, deu orientações valiosas para que o pequeno pedaço de chão, naquele momento já exaurido e coberto de pasto, retomasse seu destino de ser berço de bons grãos de café.
Na porção de terra apontada pelo Mirão existiam duas minas de água, fato animador. No altiplano do sítio, desde 1997, com muito esforço, dedicação, trabalho e planejamento, aos poucos, o casal de aposentados, foi dando forma ao sonho de ter uma propriedade agrícola. Assim, no ano 2000, o solo começou a ser preparado para receber 8 mil mudas de café em plantio adensado.
Foi assim a retomada da atividade da cafeicultura, bem ao lado do distrito de Padre Nóbrega, onde Maier Pardo nasceu e cresceu, e onde eles se casaram. Três anos se passaram e a primeira saca da colheita, premiada até mesmo no Concurso da Câmara Setorial de Cafés em Santos, foi torrada no fogão da cozinha, na casa do Sítio Olho D'Água, sob orientação do Valtinho, o provador de cafés e amigo da família que acreditou em seus discípulos e promoveu D. Santina à função de Torrefadora de Café.
Em 2005, no terreno vizinho aos espaçados 8.000 pés de café inicialmente plantados, Santina e Maier instalaram a sua própria torrefação, ao lado do pequeno terreirão.
Uma torrefação com personalidade, carregada de propósitos e sonhos, frutos de muitas conversas em volta da mesa de refeições com a família reunida. A pequena Casa de Torra, documentada no dia 10 de janeiro de 2005 - dia seguinte ao aniversário de 55 anos da D. Santina - foi a consolidação de toda a personalidade forte e a obstinação que sempre orientaram os projetos da família. Nascia, então, o Café D. Santina, homenagem mais do que merecida a quem sempre foi esteio e companheira, nascia o Café da família Bonini Pardo.
Com o falecimento do pai, em 2017, e com total apoio da mãe, em 2020, os filhos Renata, Victor e Júlio decidiram investir no turismo receptivo e abriram as portas da casa para receber convidados e turistas.
Abriram não somente as portas da casa, mas também o baú de ancestralidades que guarda memórias dos anos 1950-1960, quando a matriarca D. Santina, ajudava a mãe a torrar café no torrador modelo bolinha, no quintal da casa localizada na rua Independência, na cidade de Marília. Ainda que de forma empírica, na melhor tradição das famílias caboclas, Santina-menina aprendeu a “dar o ponto” na torra observando a cor da fumaça que sai do torrador e o aroma característico.
Enquanto o filho Júlio apresenta os cafés para consumidores americanos, a filha Renata e o irmão Victor se dedicaram ao projeto Sítio Olho D´Água e buscaram novas frentes de pesquisa e parcerias com universidades, como a Fatec Marília, a Unesp de Tupã e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a Apta Marília. As pesquisas e a constante observação das principais curiosidades dos turistas que chegavam à propriedade, muitos deles estrangeiros, inspiraram o “Curto Circuito de Cafés”.
O circuito se constitui da vivência que os turistas experimentam durante a visita rural. Roteiro de Ciência e Tecnologia, têm início com um passeio entre os pés de café, conhecendo sobre os cuidados da cultura, da colheita no pano para garantir uma boa bebida, seguindo para o terreirão, onde estão vários terreiros suspensos que contêm os grãos em diferentes estágios de secagem e onde acontece o benefício dos cafés ensacados, bem ao lado da Casa de Torra, onde se promovem a seleção e as posteriores torras.
É neste local em que os visitantes aprendem sobre os estágios da torra, temperaturas e detalhes que comporão a bebida final e darão a identidade ao Café D. Santina. Também, os turistas passam por uma oficina prática de seleção de frutos e grãos, aprendem sobre as diferentes espécies e variedades de café que são mais comuns na região de Marília e fazem a prova de degustação.
Só depois de passar por todo este processo de aprendizado de saberes da terra é que os visitantes finalmente experimentarão o café, seja coado em coador de pano, filtrado, prensado, apertado, ou seja, “ao gosto do freguês”. Tudo é servido na mesa da cozinha da família Bonini Pardo sobre a toalha xadrez e acompanhado de bolo e de quitutes feitos no fogão a lenha que enfeita a cozinha e dá um cheiro que é o toque todo especial na experiência sensorial.
O Curto Circuito de Cafés foi adaptado para proporcionar a experiência fora da sede em eventos turísticos da cidade e da região, sendo convidado para representar a gastronomia mariliense nos eventos Agrishow 2025, Mesa São Paulo desde 2021, e no SP Gastronomia desde 2023, dentre outros.
Este é o Curto Circuito de Cafés no Sítio Olho D’Água que levou a cidade de Marília a ser protagonista regional no projeto “Rotas do Café de São Paulo” e, também, da Região Turística do Alto Cafezal (https://www.rotasdocafe.sp.gov.br/rotas-cafe-sp/as_rotas/alta_paulista/sitio%20olho%20d%20agua).
Outra curiosidade que reforça a identidade cultural, gastronômica e de ancestralidades é que o Sítio Olho D’Água está localizado no contexto da Estação de Estudos Ambientais e de Sustentabilidade da região de Padre Nóbrega (https://turismo.marilia.sp.gov.br/arquivos/cmt_-_eeaspen_20230809_09102615.pdf), constituindo-se, hoje, no principal representante da cafeicultura mariliense e símbolo de resistência de preservação do meio ambiente, tendo em vista que a região ao seu redor foi totalmente loteada e ocupada por condomínios e bairros residenciais.
O sítio é o oásis de respiro na teia urbana, é abrigo de espécies nativas, é morada de abelhas que fazem a polinização e produzem mel, tem água pura, e muito verde. Tudo isso a menos de 6 km do centro da cidade de Marília.
Pela atividade comercial do sítio na venda de cafés especiais, consideramos que a formatação e a oferta da experiência do Curto Circuito de Cafés fortalecem o turismo e a economia criativa local e regional.
Pesquisa e relato elaborados pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da COREH.
sexta-feira, 19 de setembro de 2025
A história do “Filé Mignon ao Molho de Café”
Pratos que representam a identidade da gastronomia local
A história do “Filé Mignon ao Molho de Café”
Um bom café é, desde sempre, um motivo para um bom papo, reunir família e amigos. É essa a essência que trazemos e apresentamos no nosso prato, “FILÉ AO MOLHO DE CAFÉ MARÍLIA”. Esta foi a inspiração do empresário Cesar Bettini, proprietário e chef do Pasttini – Restaurante e Pizzaria, para criar o prato que integra e representa Marília na Rota Turística do Alto Cafezal e na Rotas do Café de São Paulo.
O desafio da criação do prato veio da sua participação na 9ª edição do Festival Gastronômico de Marília no ano de 2023. Evento anual promovido pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes) e o Marília e Região Convention & Visitors Bureau, em parceria com a prefeitura da cidade, que visa promover a culinária local, estimular o turismo gastronômico e fortalecer o setor de bares e restaurantes. O festival apresenta pratos exclusivos criados pelos participantes inscritos, fomenta a economia criativa, gera empregos e apoia entidades sociais.
Os participantes podem homenagear personagens históricos ou icônicos da cidade, e podem criar pratos com ingredientes e receitas que remetem a cultura e a história da nossa gente.
Pasttini contou ao Comtur que nesta 9ª edição ele decidiu homenagear o café e toda a sua representatividade na história de Marília. Em suas palavras: “O café exercia um papel fundamental na economia Brasileira, tornando São Paulo o novo centro cafeeiro, impulsionando o crescimento da cidade. Já em 1915, os primeiros cafezais surgiram nas terras da nossa região, depois denominadas de Alto cafezal. Em 1929, a cidade de Marília se tornou um município e o café sempre esteve presente. Esse prato de filé ao molho de café serve para celebrarmos a nossa origem mariliense, homenagear cada trabalhador e família que se dedicaram nesta atividade em Marília e que nos deixaram legados importantes. Na atualidade temos empresas representativas, como a Intercoffe, Café Passaport, Café D.Santina, Café Floriana, Café do Feirante; temos a “Rua do Café”, no bairro Higienópolis, e o edifício Ouro Verde, na av. Sampaio Vidal, construído no ano de 1952, símbolo de uma época. Desejamos que os nossos clientes saboreiem em cada garfada a hospitalidade, a simpatia e tradições que nós Marilienses carregamos, cheios de amor e orgulho por nossa cidade.”
Homenageamos, relembramos e agradecemos a todos os envolvidos na cafeicultura de Marília.
Cesar estudou na escola Bento de Abreu Sampaio Vidal, localizada na rua Cincinatina, ao lado da Fazenda Cascata, que nos primórdios foi grande produtora de café. Quando decidiu instalar seu novo empreendimento escolheu estar bem próximo das suas origens e das memórias afetivas da sua infância e juventude. A nova casa foi construída na rua Liberdade, nº 349, imediações da Fazenda Cascata, onde ainda se pode ver o grande terreirão de secar café, os trilhos e vagões que levavam os grãos até a tulha. Parte da nossa história está preservada neste cenário bucólico e de grande representatividade cultural.
A fachada do Pasttine é toda em tijolos à vista, coberta com uma linda trepadeira verde de Falsa Vinha, o que nos remete aos antigos casarões das fazendas de café. A nova edificação guarda memórias afetivas de outros locais que já foram endereços na história da casa e da gastronomia mariliense. Os tijolos utilizados na construção são reciclados do antigo Barzinho Pé de Manga, as portas da entrada foram da clínica do Dr. Foloni, na rua 4 de abril, centro histórico de Marília, que posteriormente se tornou endereço do Flor Pastel, e do Espelho Mágico, e as vidraças são do antigo Pasttine - Tauste Sul, endereço que consolidou a casa como referência e preferência gastronômica da cidade.
A receita do Filé ao Molho de Café
Composto por filé mignon, servido ao molho de café especialmente desenvolvido pela cozinha da casa, acompanha risoto de parmesão com espinafre. Sabor único e imersivo.
A casa é especializada em massas e tem carta de vinhos especiais que atendem aos mais exigentes paladares. Desde o concurso o filé permanece no cardápio como opção de experiência gastronômica, com identidade, valorização e resgate cultural.
*Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
A história do “Socialista”, o lanche dos companheiros
O tradicional Restaurante Chaplin sempre foi o ponto de encontro daqueles que apreciam um bom chope, ou aquela cerveja bem gelada também conhecida como “canela de pedreiro” que chega na mesa do cliente branquinha por fora.
Foi no Chaplim o ponto de encontro dos bancários de Marília, os companheiros, como eles mesmos gostavam de se tratar, turma que se dedicava as atividades sindicais, e que se reunia com regularidade para um bom bate papo e as reuniões decisórias. Os encontros eram tão assíduos que chegaram a ter uma “mesa da diretoria”, um carinho da casa que deixava reservada sempre a mesma mesa para a turma.
Num destes encontros um dos companheiros do grupo chamou o garçom e pediu: “você pode fazer um lanche aqui pra nós, um lanche gostoso, pra gente ir beliscando enquanto a conversa vai rolando”. O garçom, prata da casa e velho conhecido dos amigos, sugeriu: pode ser um lanche de filé mignon, queijo e tomate. – Pode respondeu o solicitante. Porém a mesa tinha várias pessoas e o garçom perguntou quantos lanches deveria fazer.
O interlocutor respondeu: “faz um pra gente experimentar, corta em fatias e depois corta em quadradinhos, assim, vai servir todo mundo”. O garçom, esperto, já estava habituado com a turma e o ritmo da mesa e sempre ligado no estilo do grupo respondeu: “...ah, então vocês querem um socialista, vou pedir lá na cozinha”.
E não demorou o lanche chegou do jeitinho do pedido; bem recheado, suculento, cortado em pedacinhos, espetados com palitos de dente para facilitar a pegada. Se tornou o queridinho do grupo. Conversa vai, conversa vem, cerveja, vai, cerveja vem, e manda mais um socialista pra mesa da diretoria que o assunto vai longe.
É claro que logo entrou para o cardápio da casa e até hoje permanece como um grande diferencial do menu gastronômico local. É um dos pratos que tem a cara de Marília, cidade que sempre foi âncora do movimento sindical bancário regional.
Quando visitar Marília você pode saborear o socialista que tem berço de identidade no restaurante Chaplim, também no Bem-Me-Quer, pizzaria e lanchonete e no Grappa Caffé.
*Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.
Assinar:
Comentários (Atom)
























