quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

No campo da vida


Seria mais uma, entre outras tantas fotos já feitas. Seria.
Mas quando eu fui descarregar o cartão e passar para as pastas arquivo, esta aqui chamou a atenção. O registro é de uma visita que fiz com o meu amigo Lau (Wenceslau) a um campo próximo de Marília, um local privilegiado pela natureza.
O Lau tem duas profissões: barbeiro e apicultor. Nas vezes em que compareço à barbearia para cortar o(s) cabelo(s) o assunto criação de abelhas vem naturalmente ao centro da conversa. É prazeroso ouvir dele as narrativas sobre as incursões na mata para retirada de enxames, sobre os estudos que faz para alcançar maior produtividade em suas colméias, sobre as colméias de abelhas sem ferrão que mantém em sua residência, sobre as flores que planta para servir de novas fontes de alimento.
Ao som da batida do encontro das lâminas da tesoura as histórias vão se desfiando naturalmente e com requintes interessantes. Tudo isto me levou a gostar do assunto apicultura, tanto que nestas férias estou produzindo algumas caixas para capturar enxames de Jataí ou de Borá, duas espécies sem ferrão que podem ser administradas no meio urbano.
Decidi então procurar um local, para quem sabe no futuro, instalar algumas colméias e, ao mesmo tempo, ter maior contato com a natureza. O quintal de casa já está pequeno para tantos projetos.
Fomos visitar esta propriedade que aparece na foto e aproveitamos o tempo para fazer uma avaliação das espécies de plantas nativas que já existem por lá e que podem fornecer boa alimentação aos apiários. A mais comum é o Alecrim do Campo, mas o importante é que bem próximo do local existe uma mata exuberante, mata nativa, com espécies que na temporada da primavera transformam a tábua de cor verde escuro em tabuleiro multicolorido pelas flores.
Ficamos ali alguns instantes, o suficiente para nos encantarmos com o vento, com o silêncio, com os aromas do Pau-D’alho, trazido nas correntes ascendentes do vale, pelo zumbido dos insetos circulando na área, pelo canto nativo de pássaros que há muito eu não ouvia. Ficamos ali e aproveitamos os instantes.
Li um dia que para se preencher de Deus, o homem, primeiro deve se esvaziar das coisas do mundo para receber o que natureza oferece em abundância.
Creio que conseguimos isto neste passeio e a foto anexa representa exatamente o momento em que estávamos praticando este exercício.
Obrigado Lau pela oportunidade de aprendizagem.

Ivan Evangelista Jr
verão de 2011

Um comentário:

  1. Ivan, meu bom amigo.
    Dia desses eu ecrevi no meu blog o seguinte:
    "...com tanta tecnologia, tanta realidade virtual e tudo sendo acessívl ao toque dos dedos, as Chicas páram e se encantam com o mais simples - 0 nascimento de um pintinho-- como se percebessem na simplicidade as mãos de DEUS permitindo que a vida aconteça..." Acho que a fase expressa bem o que vc quis dizer com o esvaziar-se do mundo para se preencher de Deus.
    O mais importate é não esquecer que ELE é quem rege toda nossa vida e está ao nosso lado. Sempre.
    Adorei a foto e o texto.

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