Por Célia Ribeiro
Moradores dos bairros da zona leste de Marília
vivem o paradoxo de terem, ao alcance dos olhos, um cenário digno de cartão
postal enquanto sofrem com a falta de opções de lazer . Os itambés, com suas
cachoeiras e quedas d’água brotando da imensa área verde, são um espetáculo à
parte que poucos têm aproveitado, como por exemplo, para a prática de esportes
radicais. O que se vê, por outro lado, é o descaso com o acúmulo de lixo e
entulho da construção civil que a Associação de Moradores do Jardim Aeroporto
luta para combater.
Prática de parapente no Jardim Lavínia, captada por Ivan Evangelista |
Por incrível que pareça, carente de áreas públicas
de lazer, a região possui um terreno com quase 10 mil metros quadrados,
localizado no fim da Rua Shinji Kuroki, que reúne todas as condições para ser
revitalizado. Os moradores sonham com a construção da praça que tem até nome:
“Praça Pôr-do-sol”, cujo projeto foi elaborado pela arquiteta Angela Torres,
gratuitamente.
Projeto da praça está só no papel |
VIGILÂNCIA
Segundo a presidente da Associação de Moradores, a
Prefeitura de Marília deveria investir naquelas áreas de preservação permanente,
realizando limpeza periódica, bem como intensa fiscalização para coibir e, em
caso de flagrante, punir com multas pesadas quem joga lixo ou descarrega
caçambas de entulho da construção civil nos itambés que margeiam os
bairros.
Sempre que ela recebe denúncia de moradores,
Waldivia Maria recorre aos órgãos públicos na tentativa de resolver o problema.
No entanto, é um trabalho de formiguinha que nem sempre é reconhecido, assinalou
a líder comunitária. Sem sede própria (a entidade funciona na sua residência), a
Associação também não tem renda, o que dificulta a atuação. Mesmo diante das
dificuldades, a presidente está sempre batendo à porta da Câmara Municipal e da
Prefeitura levando as reivindicações da população.
Itambés: grande potencial
turístico inexplorado (Foto: Ivan Evangelista) |
Waldívia, presidene da Associação |
Finalizando, a presidente da Associação do Jardim
Aeroporto destacou que o Plano Diretor do Município previu “a criação do Parque
dos Itambés, através de lei específica. Mas, nada foi feito. O que se vê é
sujeira, entulho, lixo de construção que jogam dentro dos itambés. Não há
nenhuma proteção ou recuperação ambiental”.
PREFEITURA
Através de nota da assessoria de Imprensa, a Prefeitura informou que adotou providências para solucionar os problemas citados pela líder comunitária: a Secretaria de Serviços Urbanos reuniu caçambeiros para orientação sobre descarte de entulho, promoveu a limpeza nas margens dos itambés, e realizou o plantio de 150 mudas de árvores no terreno destinado à praça.
Imagem de satélite mostra a
vasta área verde e o terreno de 10.000 m2 destinado à Praça Pôr-do-Sol, no fim da Rua Shinji Kuroki |
Sem especificar qualquer previsão de construção da
praça reinvindicada, a Prefeitura informa que “pela Lei Municipal 3600/1990 há a
possibilidade de as praças municipais serem adotadas por Associações de
Moradores, Comércio Local, e demais cidadãos na oportunidade de revitalização e
ocupação do espaço público com suporte paisagístico e orientação técnica da
Secretaria”.
A
população pode denunciar o uso incorreto da área pelo telefone da SMA
(Secretaria Municipal do Meio Ambiente) 3401-2000.
Publicado no Jornal Correio Mariliense, edição de 20.05.12 - Marília Sustentável
Ivan, tomara que os moradores não desistam de lutar pela revitalização desse lugar tão lindo.
ResponderExcluirObrigada por divulgar a matéria. Abração!