sábado, 10 de fevereiro de 2024

Quanto maior a diversidade da população de aves, maior é a saúde da terra

Mais do que ver campos e serras, mais do que passear por trilhas, mais do que comer produtos saudáveis que acabaram de ser retirados da terra ou colhidos nas árvores, de beber leite fresco e provar manteiga de verdade, dentre outros prazeres, o turismo rural é a melhor opção para quem deseja uma reconexão com os sentidos.
Acompanho o tema desde o ano de 1996, período em que tive a feliz oportunidade de participar do II Congresso de Turismo Rural do Mercosul, realizado na cidade de Lages-SC, com hospedagem na Fazenda do Barreiro, do Tio Lelo, precursor do turismo rural Catarinense. Foi neste encontro que nós paulistas tomamos contato com as experiências do segmento e com os empreendedores que já contavam com atividades agregadas nas suas propriedades. De lá para cá o setor só cresceu e vem ganhando novos adeptos, e novos modelos, cada qual com as características regionais e nos limites de operação de cada núcleo familiar. Sempre dizemos que não há um modelo pronto a ser copiado, até porque cada propriedade tem sua identidade, seu conjunto de atrativos, suas belezas naturais, ou na falta delas, tem seu curso diário na lida com os animais, na ordenha, no trato da porcada e das aves domésticas.
Por estas e por outros fatores positivos é que os empreendedores do turismo rural estão conseguindo compilar dados que mostram que tudo que vem sendo feito está dando resultados promissores. Nos congressos temáticos, workshops e seminários temos inúmeros depoimentos que nos enchem o espírito de alegria. Fazer o que gosta, e onde se sente bem, ajudar o meio ambiente e promover a integração das pessoas neste sistema orgânico, cuidando para que não ocorram prejuízos de qualquer natureza é uma receita do ser feliz. É realizar-se por meio de um conjunto de ações sustentáveis que impactam pessoas e o meio.
Ao adentrarmos em uma propriedade nossos sentidos são despertados por um conjunto de novidades que não estão presentes em nosso cotidiano urbano. Aqui em nossa região, por exemplo, o canto da Fogo Pagô, da rolinha Cascavel, dos coloridos Canários da Terra, do Gavião Campeiro, dos Pássaro Preto do Brejo, dos Quero-Queros e Siriris, dentre outros, são o cartão de visita de quem chega no sítio.
Quanto maior a diversidade da população de aves em uma propriedade ou região, maior é a saúde da terra. Porque nada é desconectado, tudo só faz sentido porque está integrado. Mais pasto, mais insetos, mais variedade de plantas, mais flores, mais fertilidade na terra, mais minhocas e outros pequenos seres da cadeia alimentar, mais aguadas, mais nascentes, mais vida em seu entorno e a biodiversidade agradece. Outra atitude favorável é proteger os polinizadores criando sistemas favoráveis para a sua multiplicação. Flores, cipós, frutíferas, arbustos naturais em áreas ribeirinhas são componentes do pasto apícola. Estamos avançando neste cenário e a região turística do Alto Cafezal há de nos presentear com muitas novidades para os dias de lazer e descanso. Ivan Evangelista Jr, é presidente do COMTUR, autor do livro Manual Prático para o Turismo Rural, um guia para empreendedores.

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