O morro redondo segundo informações dos moradores |
Nossa região
tem belezas naturais que os próprios marilienses desconhecem. É só andar pela
zona rural para descobrir cenários encantadores, vales e montes que se integram
na mais perfeita harmonia. Algumas paisagens até lembram as famosas savanas
africanas.
No fundo dos
vales, são comuns duas espécies mais frequentes de árvores: a Farinha Seca e o
Pau Ferro, este último já em menor número. A primeira tem este nome porque,
apesar de contar com bom porte e bela copa, formada pelas folhas estreitas, é
uma árvore frágil, com galhos ‘ocados’, que se quebram com facilidade e, quando
cortados, soltam um pó que lembra a farinha.
O "Vale
da Flor Roxa", por exemplo, é marcado por estas paisagens, tendo este nome
em razão da famosa fazenda que fica logo atrás das encostas de outro ponto
geográfico de grande beleza, a Serra de Avencas. Fiz uma foto deste vale
durante o período de um dos invernos mais rigorosos que já passamos e o
resultado foi surpreendente. Sempre me perguntam se é mesmo aqui na região,
tamanha a beleza.
Outra região
que merece uma visita são os vales localizados entre os distritos de Padre
Nóbrega e Rosália. No passado, foi centro de produção de muito algodão, de arroz
e de grãos em geral, culturas que gostam dos climas de pé de serra. Foi assim
na região do Macuco e do Macuquinho, nomes de pequenos povoados que estão nos
registros da história da nossa cidade e que tiveram grande importância
econômica para o município.É nesta
mesma região que está a famosa Serra das 7 Curvas, o grande desafio das
carroças, dos ‘fordinhos’ e das jardineiras que transportavam produtos
agrícolas e passageiros entre os distritos. Tem este nome pelo conjunto sinuoso,
coberto de pedras e paralelepípedos que formam o leito da estrada, percurso
este que segue o espigão dos grandes montes. No alto, facões e gaviões,
aproveitando as grandes correntes de ventos, vigiam seus territórios em voos
solitários na espreita de um calango ou de pequenos roedores.
De gente que
morou nesta região, fiquei sabendo também de histórias sobre o "Morro Redondo".
Falam que, devido à qualidade produtiva das terras desta região, o número de
sitiantes era grande e a produção agrícola também. O morro era ponto de
referência para as glebas que se distribuíam entre os caboclos brasileiros, os
imigrantes japoneses e os portugueses, conhecidos por suas habilidades na lavra
das toras para as construções das primeiras moradas e das instalações rurais
para a lida com o gado leiteiro.
Mas, segundo
consta, foi ali também que um surto de febre tifoide, nos idos de 1940 e 1950,
levou à morte boa parte da população rural. A epidemia foi tamanha que só se
salvou quem abandonou tudo e mudou de local, de residência e de lavoura. Dizem
que aqueles que insistiram em ficar, mesmo tomando muito quinino, curtido no
conhaque ou no vinho branco, foram a óbito e depois carregados pelo caminhão
que percorria as propriedades para recolher os corpos.
O Tifo foi
uma das piores doenças na época, tudo devido à grande quantidade de lagos e
rios, onde os insetos transmissores da doença viviam e se multiplicavam com
facilidade. É fato que esta história de doenças originárias de águas
empossadas, como a dengue, já vem de longe na história.
E foi em uma
das reuniões do CONTUR - Conselho Municipal de Turismo, realizada na Fazenda Suíssa,
escrita com duplo "s" mesmo, conforme consta na placa à beira da rodovia
da região de Guaimbé, que eu tive a oportunidade de registrar a imagem do
"Morro Redondo".
Fica a
sugestão de que, no próximo feriado prolongado, ou mesmo no final de semana,
junte os amigos e programe uma incursão pela geografia privilegiada da nossa
região. Leve água fresca e frutas... e não esqueça a máquina fotográfica para
trazer lindas imagens.
Ivan Evangelista Jr.,
É membro da Comissão de Registros
Históricos de Marília,
Chefe de Gabinete e Gerente de Marketing
do Univem.
Parabéns Ivan...sensacional registro!!!
ResponderExcluirAinda sou da opinião de que a cidade deveria aproveitar melhor essas riquezas naturais. Marília tem potencial para ser tornar um polo de turismo de aventura (trekking, escalada, voo livre) e rural....Fábio Vasconcelos
Ivan, parabéns pelo novo visual do blog. Ficou show! O texto e imagem, como sempre, impecáveis. Uma beleza só! Abraços
ResponderExcluirtudo de bom heim????? adorei o blog de cara nova e o texto.
ResponderExcluirpreciso conhecer o Morro Redondo.
abraços,
Saudações cordiais
ResponderExcluirOi, Ivan, nasci em uma pequeno sitio em Marília, em 1948, no bairro do Morro Redondo, sequer sei se ainda existe, seria o bairro situado no morro ao que você se refere? Muitas saudades da Lua imensa e da via Láctea, esplendorosamente visíveis nas noites limpas, lembranças inapagáveis da minha infância...
Obrigado e Feliz Ano Novo 2013, abraços
Jorge Yukio
DECUPLA A DEMORA NA RESPOSTA MEU AMIGO. Sempre bom receber notícias dos locais que a gente gosta não é mesmo?
Excluirvisite também:
http://22memoria.blogspot.com.br/
Parabéns pelo Trabalho Ivan.
ResponderExcluirMeu sogro(Yoshiaki Mune), hoje com 95 anos ainda conta histórias do Morro Redondo, onde morou na colônia japonesa de mesmo nome, viveram lá entre 1936 a 1946 mais ou menos. Construíram suas próprias casas, tulhas, etc... Viviam do cultivo do café, algodão, gado, hortaliças para consumo etc...
Construíram escolas nipo brasileira e faziam festas na comunidade, chamada undokai.
Viveram felizes ali por bom tempo.
Gostaria do contato do Jorge Yukio, para trocar informações sobre aquela comunidade.
Meu contato eiderolima@gmail.com
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