Novo local: bancas na av. das Indústrias e na Sampaio Vidal |
Parece que a mudança do local da tradicional feira-livre de
domingo foi positiva. Ao menos é o que parece quando contabilizamos o número de
barracas e a variedade de opções e produtos que se pode encontrar neste espaço
tão popular.
Antes, a conhecida “rua do rolo”, se restringia a uma
extensão de pouco mais de 50 metros, se tanto, acomodando pequenos comerciantes
de quinquilharias que se sempre encontram compradores certos. Hoje eles estão
muito bem acomodados na Av. das Indústrias e as bancas se expandiram, existe
maior oferta de produtos e melhor acomodação para os expositores. O espaço
fácil para estacionamento dos veículos de transporte é um dos fatores deste
crescimento, com a possibilidade de chegar mais próximo da banca os feirantes
trazem equipamentos mais pesados e maior quantidade.
Tradicional vendedor de galinhas |
E a venda de galinhas continua fazendo sucesso. A dona de
casa chega perto das gaiolas, avalia as aves, e pede para ver duas ou três.
Segurando pelas pernas ela apalpa o peito, verifica debaixo das asas e depois faz
uma criteriosa observação da crista. Este procedimento é uma tradição que vem
dos tempos, passou de mãe para filha e se tornou um controle de qualidade. A
asa tem que estar bem amarelinha, a crista, bem vermelha e saudável e o peito tem
que ser carnudo. Garantia de uma panelada apetitosa.
Sapecando o frango (foto internet) |
Duas formas de preparo: a de destroncar o pescoço, aquela
que segura pelos pés e pua o pescoço da ave até estralar e depois deixa se
debatendo até a morte, e a do corte do pescoço
podendo aparar ou não o sangue. Aparar o sangue? – Sim, depois de
colhido em vasilha, segue uma pitada de sal e um pouco de cheiro-verde picado e
será acrescentado ao molho quando o preparo estiver quase pronto. É o frango ao
molho pardo, tradição da cozinha do interior.
Aves expostas em gaiolas |
Em tempos de supermercados modernos e com bandejinhas cortes
variados, tudo limpinho e higiênico, quase não se vê mais uma senhora das
antigas fazer todo este ritual do estica e puxa, tira a pena, sapeca no fogo, tira
os miúdos, sapeca no fogo e depois tempera para ir ao fogo. Aliás, mesmo
antigamente tudo isto era feito antes da família levantar-se da cama e longe
dos olhos das crianças que morriam de dó da galinha que sangrava ou se debatia
no fundo do quintal. Um frango caipira nos dias atuais tem forte apelo
gastronômico, mas poucos encaram na hora da refeição. Aqui em casa é assim,
pode estar na mesa, acompanhado de uma polenta e de molho da melhor qualidade
que não vai ganhar a preferência dos consumidores.
Caipira ao molho pardo (foto internet) |
Mas tem muita gente que ainda consome o caipira na sua mais
tradicional forma de preparo, prova disso é as duas bancas que ainda permanecem
na feira, sempre levando mais aves para agradar os clientes. Tem domingo que
chega a faltar e as encomendas já ficam agendadas para a próxima semana.
Ivan Evangelista Jr, Membro da Comissão de Registros Históricos de Marília
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