sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Prefeitura lança 1º Festival do Café de Marília em evento no Ciesp

Marília vive “era de ouro” para o turismo, segundo o presidente do Sinhores, Sinval Gruppo
A Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, realizou na manhã desta sexta-feira (17), na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Ciesp Marília, o lançamento oficial do Primeiro Festival do Café de Marília, que ocorrerá na histórica Fazenda Cascata no dia 1º de novembro. Dando as boas-vindas e abrindo a cerimônia, o secretário Vitor Gazola afirmou acreditar no empreendedorismo como motor do setor produtivo para atrair investimentos para cidade, gerando emprego e renda. “O governo do prefeito Vinicius Camarinha tem muita credibilidade com a classe produtiva, e o nosso trabalho é valorizar os produtores, comerciantes e prestadores de serviço locais”.
De acordo com o prefeito Vinicius Camarinha, Marília vive hoje três grandes momentos: celebrar um dos pilares da nossa cultura, valorizando nossa história; promoção de turismo que o café proporciona por ser uma das bebidas mais consumidas do mundo; e o conhecimento e o desenvolvimento que acompanham o café. “Esse festival pode virar um grande evento, uma feira do café, e a Prefeitura estará sempre junto dessa iniciativa”. Ainda de acordo com Vinicius Camarinha, se a cidade dá certo, é porque as pessoas apoiam o desenvolvimento. “Estamos em um momento de reconstrução e estou feliz em saber que o turismo da cidade vai prosperar. A cada R$1 investido em turismo, a cidade recebe R$4 de volta”, afirmou. Ainda durante o evento, o prefeito anunciou que o governo estadual autorizou e a Prefeitura construirá o maior e mais moderno museu de paleontologia do Brasil. “Vamos virar a chave do desenvolvimento de Marília. A cidade está se desenvolvendo porque as pessoas caminham junto com a gente” pontuou Vinicius Camarinha.
O presidente do Comtur, Ivan Evangelista Junior, afirmou que a Prefeitura está abrindo as portas para novas oportunidades. “Agora entregamos essa nova demanda da sociedade, que é o Festival do Café”. Para o presidente do Sinhores, Sinval Gruppo, um cafezinho acerta qualquer negócio e conversa. “Marília tem café tão bom quanto o restante do Brasil. O prefeito Vinicius Camarinha acredita no turismo, o secretário Vitor Gazola veste a camisa de verdade do turismo, que sempre retorna em investimentos para Marília. Estamos vivendo uma ‘era de ouro’ para o turismo de Marília”. Para o proprietário da Fazenda Cascata, Oswaldo Passos de Andrade, é uma alegria e satisfação participar do 1º Festival do Café. “Meu avô, Bento de Abreu, chegou aqui em 1925, e agora temos essa cidade próspera. Parabéns ao prefeito Vinicius Camarinha pelo trabalho que vem fazendo”. Após a fala da mesa de autoridades, o secretário do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, apresentou o projeto do Festival. A cerimônia contou com a presença do prefeito Vinicius Camarinha, do presidente da Câmara, vereador Danilo Bigeschi, do secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, do presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Ivan Evangelista Junior, do presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Marília (Sinhores), Sinval Gruppo, do proprietário da Fazenda Cascata, Oswaldo Passos de Andrade, além de secretários municipais, vereadores, apoiadores do festival e sociedade civil. Sobre o 1º Festival do Café de Marília
O evento celebra o centenário da Fazenda Cascata, propriedade que teve papel fundamental na fundação e no desenvolvimento de Marília, e marca também a inserção de Marília e região no programa estadual Rotas do Café, valorizando uma das mais importantes cadeias produtivas responsáveis pelo crescimento econômico e cultural local e regional. Com uma programação completa para toda a família, o Festival do Café terá início às 10h e seguirá até as 18h, reunindo produtores de café, artesãos, baristas, palestrantes e atrações musicais. O público poderá desfrutar de praça de alimentação com food trucks, produtos artesanais, brinquedos infláveis, exposição de tratores e fotos, além de palestras e demonstrações sobre o universo do café. Segundo o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, “o Festival valoriza a cadeia produtiva do café, fomenta o turismo e o lazer, difunde conhecimento, história e cultura, além de fortalecer a identidade e o desenvolvimento regional”.
O evento é uma realização da Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, com apoio de diversos parceiros: Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), Apta Regional de Marília (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios / Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo), Ciesp, Sebrae, Fatec Marília, Adipa (Associação para o Desenvolvimento da Indústria de Produção de Alimentos), Secretaria Municipal da Cultura e Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A entrada é gratuita, com doação voluntária de 1 kg de alimento para o Fundo Social de Marília. Fonte: release da assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

A história do Pão com Ovo do distrito de Avencas

Pratos que representam a identidade da gastronomia local
Boa parte dos pratos típicos mais tradicionais têm sua origem ligada a personagens ou a histórias e fatos que levaram pessoas a ter uma ideia empreendedora e se tornarem ponto de referência no turismo receptivo. Na rua principal do distrito de Avencas, distante 22 Km de Marília, vamos encontrar um destes casos em que a necessidade, a atitude e o público, se encontraram em uma das esquinas mais famosas do pequeno distrito.
Duas irmãs, Andréia e Silvana, da tradicional família Gambini, há mais de 11 anos decidiram instalar uma pequena padaria. Até então não havia outra opção e num dos cômodos da casa da mãe improvisaram a produção e iniciaram as vendas. Foi sucesso e aos poucos ampliaram as opções com bolos, biscoitos e quitutes. Tudo no estilo bem caseiro, aquela coisa de receita de vó, que vai passando as gerações e mais o incremento da criatividade da dupla. Avencas tem pouco mais de 1.000 habitantes, é cercada por propriedades rurais que hoje se dedicam a produção do amendoim. Já foi terra da melancia, fruta que levou a realização de grandes festas no distrito, atraindo pessoas de toda a região, com muita música, barracas, e o concurso que desafiava quem conseguia chupar mais melancias. É também caminho de passagem obrigatória pela história de Marília e de toda a região. Desde os primórdios o movimento de máquinas e de caminhões transportando diferentes produtos agrícolas sempre foi intenso. Ao caminhar pelas ruas vemos nas fachadas marcas dos pioneiros comerciantes, e nos pequenos botecos que ainda guardam características singulares. São construções simples e paisagens que nos transportam para o passado. Detalhe importante: Avencas é rota de passagem dos praticantes do ciclismo, dos jipeiros e colecionadores de aventuras, adeptos do turismo rural e curtem andar pelas vicinais e de quebra conhecer paisagens incríveis.
É lá que você vai encontrar o famoso PÃO COM OVO que representa a mais típica gastronomia popular local. Contam as irmãs que o sucesso do lanche é um daqueles episódios em que a gente pode dizer que mirou na lua e acertou as estrelas. O negócio principal inicial era vender pães e bolos para a comunidade local nos horários mais rotineiros, o café da manhã e o café da tarde. Mas como foi que o Pão com ovo chegou neste enredo? – Certo dia encostou na padaria um ciclista que fazia o trecho e pediu um lanche. Não era costume fazer lanche porque a maioria dos habitantes locais comprava o pão, a mortadela fatiada, o queijo, ou outro tipo de frios e levava para casa. Com a resposta “lanche a gente não faz” o ciclista insistiu e perguntou: mas nem um pão com ovo? - Ah, isso a gente pode fazer! E conta a história que ele comeu o melhor lanche de pão com ovo da sua vida. Foi uma experiência tão boa e um sabor tão especial que ele passou a divulgar para os amigos e a panificadora Gambini passou a ser ponto de parada obrigatória nas pedaladas.
O trecho Marília – Avencas está se tornando uma das principais vias do turismo receptivo local. A sede do automóvel clube de Marília está logo no início do trajeto, depois vem o Mosteiro da Divina Misericórdia que integra o turismo religioso regional e ao lado do Mosteiro foi plantado um vinhedo, que anuncia para breve o início de atividades de uma vinícola e mais a instalação de um resort com praia artificial de água doce.
Seguindo em frente temos a Serra de
Avencas com toda sua beleza, ladeada por dois vales imensos e o portal instagramável da Rota das Capelas, trecho que tem mais de 110 Km de percurso na região e finaliza no Mosteiro.
A receita do pão com ovo que levou o Comtur a certificação como Prato Típico de Marília da gastronomia local e integrante da Rota das Capelas é das mais simples: pão produzido na padaria artesanal local, ovo estralado, no ponto e com a consistência que dá o toque especial, valorizando a crocância do pão, mais o queijo derretido e os temperos especiais das irmãs, incluindo a simpatia da acolhida, os sorrisos e a disposição de sempre atender clientes de uma forma toda especial. *Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

A história do “Curto Circuito de Cafés” no Sítio Olho D’Água

EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS EM MARÍLIA
Para compor o cheiro, a cor da fumaça e o ponto do café na xícara, guardados na memória da D. Santina, proprietária do Sítio Olho D’Água, seu marido Sr. Maier Pardo (in memoriam) se esforçou muito, estudando, assuntando, calculando, matutando e inventando. Até mesmo o Sr. Belmiro Mendonça, o fazendeiro que viu o moleque Maier correr com os amigos entre cafeeiros para chegar à cachoeira da Faz. Sta. Teresinha, deu orientações valiosas para que o pequeno pedaço de chão, naquele momento já exaurido e coberto de pasto, retomasse seu destino de ser berço de bons grãos de café. Na porção de terra apontada pelo Mirão existiam duas minas de água, fato animador. No altiplano do sítio, desde 1997, com muito esforço, dedicação, trabalho e planejamento, aos poucos, o casal de aposentados, foi dando forma ao sonho de ter uma propriedade agrícola. Assim, no ano 2000, o solo começou a ser preparado para receber 8 mil mudas de café em plantio adensado. Foi assim a retomada da atividade da cafeicultura, bem ao lado do distrito de Padre Nóbrega, onde Maier Pardo nasceu e cresceu, e onde eles se casaram. Três anos se passaram e a primeira saca da colheita, premiada até mesmo no Concurso da Câmara Setorial de Cafés em Santos, foi torrada no fogão da cozinha, na casa do Sítio Olho D'Água, sob orientação do Valtinho, o provador de cafés e amigo da família que acreditou em seus discípulos e promoveu D. Santina à função de Torrefadora de Café. Em 2005, no terreno vizinho aos espaçados 8.000 pés de café inicialmente plantados, Santina e Maier instalaram a sua própria torrefação, ao lado do pequeno terreirão. Uma torrefação com personalidade, carregada de propósitos e sonhos, frutos de muitas conversas em volta da mesa de refeições com a família reunida. A pequena Casa de Torra, documentada no dia 10 de janeiro de 2005 - dia seguinte ao aniversário de 55 anos da D. Santina - foi a consolidação de toda a personalidade forte e a obstinação que sempre orientaram os projetos da família. Nascia, então, o Café D. Santina, homenagem mais do que merecida a quem sempre foi esteio e companheira, nascia o Café da família Bonini Pardo. Com o falecimento do pai, em 2017, e com total apoio da mãe, em 2020, os filhos Renata, Victor e Júlio decidiram investir no turismo receptivo e abriram as portas da casa para receber convidados e turistas. Abriram não somente as portas da casa, mas também o baú de ancestralidades que guarda memórias dos anos 1950-1960, quando a matriarca D. Santina, ajudava a mãe a torrar café no torrador modelo bolinha, no quintal da casa localizada na rua Independência, na cidade de Marília. Ainda que de forma empírica, na melhor tradição das famílias caboclas, Santina-menina aprendeu a “dar o ponto” na torra observando a cor da fumaça que sai do torrador e o aroma característico. Enquanto o filho Júlio apresenta os cafés para consumidores americanos, a filha Renata e o irmão Victor se dedicaram ao projeto Sítio Olho D´Água e buscaram novas frentes de pesquisa e parcerias com universidades, como a Fatec Marília, a Unesp de Tupã e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a Apta Marília. As pesquisas e a constante observação das principais curiosidades dos turistas que chegavam à propriedade, muitos deles estrangeiros, inspiraram o “Curto Circuito de Cafés”.
O circuito se constitui da vivência que os turistas experimentam durante a visita rural.
Roteiro de Ciência e Tecnologia, têm início com um passeio entre os pés de café, conhecendo sobre os cuidados da cultura, da colheita no pano para garantir uma boa bebida, seguindo para o terreirão, onde estão vários terreiros suspensos que contêm os grãos em diferentes estágios de secagem e onde acontece o benefício dos cafés ensacados, bem ao lado da Casa de Torra, onde se promovem a seleção e as posteriores torras. É neste local em que os visitantes aprendem sobre os estágios da torra, temperaturas e detalhes que comporão a bebida final e darão a identidade ao Café D. Santina. Também, os turistas passam por uma oficina prática de seleção de frutos e grãos, aprendem sobre as diferentes espécies e variedades de café que são mais comuns na região de Marília e fazem a prova de degustação.
Só depois de passar por todo este processo de aprendizado de saberes da terra é que os visitantes finalmente experimentarão o café, seja coado em coador de pano, filtrado, prensado, apertado, ou seja, “ao gosto do freguês”. Tudo é servido na mesa da cozinha da família Bonini Pardo sobre a toalha xadrez e acompanhado de bolo e de quitutes feitos no fogão a lenha que enfeita a cozinha e dá um cheiro que é o toque todo especial na experiência sensorial. O Curto Circuito de Cafés foi adaptado para proporcionar a experiência fora da sede em eventos turísticos da cidade e da região, sendo convidado para representar a gastronomia mariliense nos eventos Agrishow 2025, Mesa São Paulo desde 2021, e no SP Gastronomia desde 2023, dentre outros.
Este é o Curto Circuito de Cafés no Sítio Olho D’Água que levou a cidade de Marília a ser protagonista regional no projeto “Rotas do Café de São Paulo” e, também, da Região Turística do Alto Cafezal (https://www.rotasdocafe.sp.gov.br/rotas-cafe-sp/as_rotas/alta_paulista/sitio%20olho%20d%20agua). Outra curiosidade que reforça a identidade cultural, gastronômica e de ancestralidades é que o Sítio Olho D’Água está localizado no contexto da Estação de Estudos Ambientais e de Sustentabilidade da região de Padre Nóbrega (https://turismo.marilia.sp.gov.br/arquivos/cmt_-_eeaspen_20230809_09102615.pdf), constituindo-se, hoje, no principal representante da cafeicultura mariliense e símbolo de resistência de preservação do meio ambiente, tendo em vista que a região ao seu redor foi totalmente loteada e ocupada por condomínios e bairros residenciais.
O sítio é o oásis de respiro na teia urbana, é abrigo de espécies nativas, é morada de abelhas que fazem a polinização e produzem mel, tem água pura, e muito verde. Tudo isso a menos de 6 km do centro da cidade de Marília. Pela atividade comercial do sítio na venda de cafés especiais, consideramos que a formatação e a oferta da experiência do Curto Circuito de Cafés fortalecem o turismo e a economia criativa local e regional. Pesquisa e relato elaborados pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da COREH.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

A história do “Filé Mignon ao Molho de Café”

Pratos que representam a identidade da gastronomia local A história do “Filé Mignon ao Molho de Café” Um bom café é, desde sempre, um motivo para um bom papo, reunir família e amigos. É essa a essência que trazemos e apresentamos no nosso prato, “FILÉ AO MOLHO DE CAFÉ MARÍLIA”. Esta foi a inspiração do empresário Cesar Bettini, proprietário e chef do Pasttini – Restaurante e Pizzaria, para criar o prato que integra e representa Marília na Rota Turística do Alto Cafezal e na Rotas do Café de São Paulo.
O desafio da criação do prato veio da sua participação na 9ª edição do Festival Gastronômico de Marília no ano de 2023. Evento anual promovido pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes) e o Marília e Região Convention & Visitors Bureau, em parceria com a prefeitura da cidade, que visa promover a culinária local, estimular o turismo gastronômico e fortalecer o setor de bares e restaurantes. O festival apresenta pratos exclusivos criados pelos participantes inscritos, fomenta a economia criativa, gera empregos e apoia entidades sociais.
Os participantes podem homenagear personagens históricos ou icônicos da cidade, e podem criar pratos com ingredientes e receitas que remetem a cultura e a história da nossa gente. Pasttini contou ao Comtur que nesta 9ª edição ele decidiu homenagear o café e toda a sua representatividade na história de Marília. Em suas palavras: “O café exercia um papel fundamental na economia Brasileira, tornando São Paulo o novo centro cafeeiro, impulsionando o crescimento da cidade. Já em 1915, os primeiros cafezais surgiram nas terras da nossa região, depois denominadas de Alto cafezal. Em 1929, a cidade de Marília se tornou um município e o café sempre esteve presente. Esse prato de filé ao molho de café serve para celebrarmos a nossa origem mariliense, homenagear cada trabalhador e família que se dedicaram nesta atividade em Marília e que nos deixaram legados importantes. Na atualidade temos empresas representativas, como a Intercoffe, Café Passaport, Café D.Santina, Café Floriana, Café do Feirante; temos a “Rua do Café”, no bairro Higienópolis, e o edifício Ouro Verde, na av. Sampaio Vidal, construído no ano de 1952, símbolo de uma época. Desejamos que os nossos clientes saboreiem em cada garfada a hospitalidade, a simpatia e tradições que nós Marilienses carregamos, cheios de amor e orgulho por nossa cidade.” Homenageamos, relembramos e agradecemos a todos os envolvidos na cafeicultura de Marília.
Cesar estudou na escola Bento de Abreu Sampaio Vidal, localizada na rua Cincinatina, ao lado da Fazenda Cascata, que nos primórdios foi grande produtora de café. Quando decidiu instalar seu novo empreendimento escolheu estar bem próximo das suas origens e das memórias afetivas da sua infância e juventude. A nova casa foi construída na rua Liberdade, nº 349, imediações da Fazenda Cascata, onde ainda se pode ver o grande terreirão de secar café, os trilhos e vagões que levavam os grãos até a tulha. Parte da nossa história está preservada neste cenário bucólico e de grande representatividade cultural.
A fachada do Pasttine é toda em tijolos à vista, coberta com uma linda trepadeira verde de Falsa Vinha, o que nos remete aos antigos casarões das fazendas de café. A nova edificação guarda memórias afetivas de outros locais que já foram endereços na história da casa e da gastronomia mariliense. Os tijolos utilizados na construção são reciclados do antigo Barzinho Pé de Manga, as portas da entrada foram da clínica do Dr. Foloni, na rua 4 de abril, centro histórico de Marília, que posteriormente se tornou endereço do Flor Pastel, e do Espelho Mágico, e as vidraças são do antigo Pasttine - Tauste Sul, endereço que consolidou a casa como referência e preferência gastronômica da cidade. A receita do Filé ao Molho de Café Composto por filé mignon, servido ao molho de café especialmente desenvolvido pela cozinha da casa, acompanha risoto de parmesão com espinafre. Sabor único e imersivo. A casa é especializada em massas e tem carta de vinhos especiais que atendem aos mais exigentes paladares. Desde o concurso o filé permanece no cardápio como opção de experiência gastronômica, com identidade, valorização e resgate cultural.
*Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

A história do “Socialista”, o lanche dos companheiros

O tradicional Restaurante Chaplin sempre foi o ponto de encontro daqueles que apreciam um bom chope, ou aquela cerveja bem gelada também conhecida como “canela de pedreiro” que chega na mesa do cliente branquinha por fora.
Foi no Chaplim o ponto de encontro dos bancários de Marília, os companheiros, como eles mesmos gostavam de se tratar, turma que se dedicava as atividades sindicais, e que se reunia com regularidade para um bom bate papo e as reuniões decisórias. Os encontros eram tão assíduos que chegaram a ter uma “mesa da diretoria”, um carinho da casa que deixava reservada sempre a mesma mesa para a turma. Num destes encontros um dos companheiros do grupo chamou o garçom e pediu: “você pode fazer um lanche aqui pra nós, um lanche gostoso, pra gente ir beliscando enquanto a conversa vai rolando”. O garçom, prata da casa e velho conhecido dos amigos, sugeriu: pode ser um lanche de filé mignon, queijo e tomate. – Pode respondeu o solicitante. Porém a mesa tinha várias pessoas e o garçom perguntou quantos lanches deveria fazer. O interlocutor respondeu: “faz um pra gente experimentar, corta em fatias e depois corta em quadradinhos, assim, vai servir todo mundo”. O garçom, esperto, já estava habituado com a turma e o ritmo da mesa e sempre ligado no estilo do grupo respondeu: “...ah, então vocês querem um socialista, vou pedir lá na cozinha”. E não demorou o lanche chegou do jeitinho do pedido; bem recheado, suculento, cortado em pedacinhos, espetados com palitos de dente para facilitar a pegada. Se tornou o queridinho do grupo. Conversa vai, conversa vem, cerveja, vai, cerveja vem, e manda mais um socialista pra mesa da diretoria que o assunto vai longe.
É claro que logo entrou para o cardápio da casa e até hoje permanece como um grande diferencial do menu gastronômico local. É um dos pratos que tem a cara de Marília, cidade que sempre foi âncora do movimento sindical bancário regional.
Quando visitar Marília você pode saborear o socialista que tem berço de identidade no restaurante Chaplim, também no Bem-Me-Quer, pizzaria e lanchonete e no Grappa Caffé. *Pesquisa e relato elaborado pelo Comtur-Marília e pela Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal e da cidade de Marília - COREH, com a finalidade de valorizar e resguardar as tradições culturais e gastronômicas locais. Por Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Coreh.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A história do “Chinelão”, o lanche da madrugada

Pratos que representam a identidade da gastronomia local
A Padaria São Luiz, do Sr. Orídes Magon, funcionava no período noturno e atendia ao público até às 23 horas. No passado, era um dos poucos estabelecimentos que se podia contar com pão quente neste horário, daí ter uma boa freguesia que geralmente saía do trabalho noturno e passava pela padaria para levar pães, queijo muçarela, mortadela ou presunto para fazer o lanche em casa. A partir da meia noite as portas eram fechadas. Porém os clientes eram atendidos acessando um estreito corredor lateral que dava acesso aos fundos da padaria. Dos frequentadores mais habituais eram médicos, que atuavam no antigo Hospital Marília, policiais civis e policiais militares que faziam a ronda noturna. O rito era passar pela padaria, solicitar uma ou duas bengalas (tipo de pão muito comum no passado), algumas fatias de mortadela e queijo. Como não havia espaço para comer no local o jeito era sentar-se na sarjeta da calçada, ou no banco do carro, ou acomodar-se num canto qualquer, montar o lanche no improviso e saciar a fome. Num destes atendimentos o Sr. Orides, que ficou mais conhecido como Luiz, devido ao nome da padaria, resolveu fazer um agrado para alguns amigos médicos, e se ofereceu para fazer um sanduiche da casa, o Chinelão, que ele e os padeiros sempre comiam na madrugada. A receita original do sanduiche: pão tipo bengala cortado ao meio, generosas fatias de apresuntado, ou opcional de mortadela, ao gosto do freguês e queijo. Na primeira etapa da confecção as fatias são postas lado a lado na assadeira e se parecem muito com um par de chinelos, daí o nome chinelão. Podia ter tomate ou cebola fatiados, dependia do tempo e disposição do Sr. Luiz, que se revezava na produção dos pães e no atendimento do público Montado o sanduiche em uma das partes do pão, leva-se ao forno, e espera aquecer por alguns minutos. Em seguida, sobrepõe a outra fatia e retorna ao forno, o que dá crocância e o sabor todo especial. Era servido no papel de pão, fatiado em 6 ou 8 pedaços. A partir de então o chinelão se tornou o lanche da madrugada, nome e propaganda dos próprios clientes, acompanhado da tradicional bebida Tubaína. Para esta indicação o Comtur Marília entrevistou a Sra. Virginia Magon (Lola) filha mais velha do Sr. Orides Magon (nascido em 1930) e da Sra. Aparecida Macagnam Magom. Segundo seus relatos, o pai vendeu dois sítios de sua propriedade na cidade de Itapuí, e em sociedade com mais 3 irmãos, no ano de 1969, compraram do Sr. Luiz Barea, a Padaria São Luiz pelo valor de 20.000 Cruzeiros, localizada na rua São Luiz, nº 1001.
Orides já atuava no setor de panificação na cidade de Itapuí, e convidou os irmãos para investir em nova oportunidade de empreendimento em Marília. A sociedade com os irmãos seguiu até o ano de 1999. A partir daí ele passou a contar com a ajuda e participação das filhas Virginia e Josefina Magon.
Com o passar do tempo Virginia casou-se no ano de 1970, com Irineu Corradi, padeiro e funcionário da padaria e continuaram a trabalhar juntos no estabelecimento. No ano de 2006 a padaria foi vendida. Irineu, padeiro experiente, foi trabalhar como funcionário na Lanchonete do Zé, estabelecimento montado na esquina das ruas 15 de novembro e rua Bassan. Foi lá que passaram a oferecer aos clientes o Chinelão como diferencial do cardápio. A Lanchonete do Zé passou a ser conhecida como sucessora do “Chinelão da Madrugada”. Outros estabelecimentos da cidade servem o sanduiche que se imortalizou na lembrança das pessoas e na memória gastronômica da nossa terra e da nossa gente, assim como, dos visitantes e turistas. O lanche tem histórico de homenagens pela Câmara Municipal de Marília: • Requerimento nº 1984/2003 Ementa: VOTOS DE CONGRATULACOES A LANCHONETE E PIZZARIA "O CHINELAO"JUNTO A PADARIA SAO LUIZ, 1010. Autoria: CARLOS CAVALHEIRE BASSAN (20/10/2003); • Requerimento nº 357/2006 Ementa: VOTOS DE CONGRATULACOES A EMPRESÁRIA MARILIENSE, SRA. CLAUDIA HELENA GUIMARAES, NOVA PROPRIETARIA DA PADARIA SAO LUIZ, ONDE ESTA REATIVANDO O FORNECIMENTO DO FAMOSO LANCHE CHINELAO. Autoria: Mário Coraíni Júnior (13/03/2006) • Requerimento nº 481/2006 Ementa: VOTOS DE CONGRATULACOES AO SR. ORIDES MAGON, EX-PROPRIETARIO DA PADARIA SAO LUIZ TRADICIONAL ESTABELECIMENTO COMERCIAL DE NOSSA CIDADE, CRIADOR DO CONHECIDO LANCHE "CHINELAO", QUE ENCERROU SUAS ATIVIDADES APOS 40 ANOS. Autoria: LUIZ SERGIO CONEGLIAN (27/03/2006); • Requerimento nº 306/2009 Ementa: Votos de congratulações ao Sr. Murilo Casadei, responsável pela nova direção da tradicional Padaria São Luiz, que vem mantendo o fornecimento do famoso lanche “Chinelão” que já há muitos anos, vem sendo saboreado pela população de nossa cidade, graças a sua originalidade, esmero na execução e paladar dos melhores. Autoria: Mário Coraíni Júnior (09/03/2009); • Requerimento nº 747/2012 Ementa: Votos de congratulações ao querido e renomado Sr. Orides Magon, que ficou conhecido em nosso município por ter criado o famoso e tradicional lanche "chinelão", que ganhou projeção nacional. Autoria: Sydney Gobeƫ (23/04/2012); • Ementa: Votos de congratulações à 'Lanchonete Rota do Sabor', localizada na Avenida Brasil, na cidade de Lácio, onde é servido o tradicional lanche - o 'Chinelão'. Autoria: Marcos Rezende (05/11/2015);

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Marília vai certificar pratos típicos da gastronomia

Tradições, saberes e receitas que foram criadas ou incrementadas por empreendedores atuantes em vários segmentos passam a ter uma identidade ainda mais próxima com a cidade.
O Comtur - Conselho Municipal de Turismo de Marília, aprovou na reunião ordinária do mês de agosto a Certificação dos Pratos Típicos que representam a gastronomia mariliense. As receitas originais, fotos, entrevistas e depoimentos e até mesmo as homenagens recebidas ao longo dos tempos compõem uma grande vitrine cultural e de ancestralidades que poderão ser mais conhecidas do público em geral. Para a comunidade local e para os turistas os “registros de identidade” passam a ser uma boa dica de roteiro no meio urbano. Ao sentar-se à mesa e pedir aquele prato ou lanche o cliente poderá acessar sites de informações que contam a história do que vai consumir. Todo este trabalho visa fortalecer a presença e participação de Marília na “Rota dos Cafés de SP” e na “Região Turística do Alto Cafezal”, dois programas do governo estadual que promovem os empreendedores e empreendimentos do turismo receptivo no interior paulista. É sabido que a fundação da cidade de Marília e todo o desenvolvimento inicial se deu em torno do avanço da ferrovia para a esta região e das grandes propriedades produtoras de café. Neste contexto das certificações estão contemplados não somente pratos, assim como, histórias e saberes, ancestralidades e outros fatores que possam de alguma fortalecer as conexões dos atores com a Cadeia Produtiva Local do Turismo de Negócios que está em fase de análise e aprovação pelo governo estadual, tendo como gestora e entidade proponente inicial a ADIPA – Associação das Indústrias Produtoras de Alimentos .
Serão três tipos de certificações: Prato Típico da cidade de Marília; Empresa e/ou empreendedor que integra a Cadeia Produtiva do Turismo receptivo local; e a terceira Empresa/empreendedor que integra a Cadeia Produtiva da “Rotas do Café de São Paulo” e da “Região Turística do Alto Cafezal.” Nas próximas publicações você confere os pratos que já estão cadastrados e devidamente autenticados e em breve vão receber o certificado do Comtur Marília.

sábado, 5 de julho de 2025

Conheça Avencas, na Rota das Capelas

Um passeio de fé entre vales e muitas atrações A vicinal Marília até o distrito de Avencas é um percurso de pouco mais de 28 Km, rodeado de belas paisagens e muitas atrações e curiosidades. Nossa rota é pela rodovia Rachid Rayes, sentido Assis, Km 336-oeste, entrando à direita. O distrito foi criado em 2 de outubro de 1934 e desde então se tornou passagem obrigatória para sitiantes e agricultores que se estabeleceram na região. Avencas já ficou famosa pela produção de melancias em grande quantidade, hoje, a produção de amendoim substituiu esta cultura e, também, plantações de eucalipto tomam conta de boa parte do cenário rural. No comecinho da nossa jornada vamos encontrar o Bar da Curva, conhecido também por Bar do Delei ou Bar da Seringueira. Érica, filha do famoso Delei é quem toca o empreendimento após o seu falecimento. No começo não tinha energia e um buraco no chão de terra, debaixo da pia de lavar os copos era a caixa térmica. As garrafas cobertas com gelo e palha de arroz para manter a temperatura. Duas seringueiras de grande porte fazem sombra para algumas mesas improvisadas e uma churrasqueira onde os fregueses podem passar horas de lazer. O estilo é: você traz a carne e toda a bebida é adquirida no bar. Entrar no bar é voltar no tempo, prateleiras de madeira com litros de cachaça, alguns penduricalhos, e a decoração antiga foi mantida.
Seguindo viagem nosso próximo destino é o Autódromo de Marília, com Pista de Drift, o mais novo ponto de encontro dos apaixonados por automobilismo na região. Instalado no Km 6 o projeto está só começando e promete trazer grandes espetáculos no segmento e melhorias que vão compor uma das melhores opções de lazer para os apaixonados por velocidade e arrancadas.
A próxima parada é bem próxima do paraíso. O Mosteiro da Divina Misericórdia desponta no alto da serra, tendo como moldura de fundo a visão privilegiada dos vales. Local de meditação o Mosteiro tem sua beleza arquitetônica simples e totalmente integrada a paisagem. É a primeira impressão que toca os visitantes. No seu interior o clima e o jogo de luzes dos raios de sol que atravessam as janelas e vitrais, tornam a experiência mais acolhedora proporcionando momentos de calma e deslumbre. Nas paredes, quadros coloridos representam a via sacra e outros temas da fé e do cristianismo. As missas aos domingos são o ponto alto da presença de fieis e de visitantes que lotam o amplo salão. O Mosteiro tem uma loja com artigos religiosos e vende também biscoitinhos e petiscos com vistas a arrecadar fundos para as obras. O destaque é para os pães caseiros com sabor inigualável e muito apreciados. A lojinha é no modelo de auto serviço; não estando alguém disponível para lhe atender, você pega o que deseja, embala e faz o pagamento por meio digital. Na Rota das Capelas o Mosteiro é o ponto final de um percurso ecumênico de 112 km, passando por estradas vicinais e cidades que guardam todo o encanto da vida rural com várias opções de gastronomia típica e o contato com os moradores e a cultura local. Para conhecer mais sobre o Mosteiro e toda a programação religiosa visite: @mosteirodivinamisericordia
E vamos em frente por que atrás sempre vem gente, não é mesmo! A próxima parada vai te levar para as alturas. Isto mesmo, vai te levar para uma visão dos vales a partir do topo da Serra de Avencas. Que é também considerada Sítio de Pesquisas Paleontológicas onde já foram encontrados vários fósseis que estão no Museu de Paleontologia de Marília. Nas laterais é possível observar as várias camadas de terra e rochas que formaram a serra ao longo da história dos tempos. Tem portal instagramável e uma vista de quase 360º de toda a região. O canto dos pássaros e a diversidade de espécies é outro atrativo que certamente vai despertar seus sentidos. Não esqueça de levar sua câmera fotográfica para trazer na bagagem as melhores fotos da sua viagem. Todo o percurso da estrada de Avencas e da Rota das Capelas é demarcado com totens, com mapas e informações relevantes para os esportistas sobre os níveis de exigência física.
Deixamos a serra e nosso destino agora é o distrito de Avencas. No caminho as propriedades rurais com suas belezas naturais, o gado pastando e neste período de inverno, deitados na relva se aquecendo ao sol, entre a quase dormência e a ruminação. No alto dos galhos secos de uma árvore um gavião Carijó aprecia toda a vista e fica na espreita da sua próxima refeição. O vento bate em suas pensas e todos estes componentes naturais nos elevam a um estado de pura contemplação e desconexão da rotina. Na entrada do distrito somos recebidos com um cuidado especial da comunidade, um pequeno portal que resume bem o sentimento da comunidade: EU AMO AVENCAS
Ao passar pelas ruas é comum cruzar com tratores arrastando implementos agrícolas e carretinhas com produtos da roça. Na rua principal do distrito alguns bares e serviços públicos. É aqui que você vai encontrar o famoso PÃO COM OVO que representa a mais representativa gastronomia popular local. Contam as irmãs Andréia e Silvana, da família Gambini, que estão instaladas há mais de 10 anos. O intuito inicial foi suprir a comunidade da falta de uma padaria. O negócio era vender pães e bolos. Certo dia encostou um ciclista que fazia o trecho (ainda não havia a Rota das Capelas) e pediu um lanche. - Lanche a gente não faz. – Mas nem um pão com ovo pra matar a fome? – Ah, isso a gente pode fazer! E conta a história que ele comeu o melhor lanche de pão com ovo da sua vida, divulgou para os amigos que passaram a frequentar o local e pedir o famoso pão com ovo.
Nos finais de semana a galera da bike encosta em massa e a chapa literalmente esquenta. Pão com ovo e Tubaína, sabor de vida. Confira o Instagram da família Gambini, a família que reinventou o Pão com Ovo. @panificadora_gambini Pesquisa e produção: Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur Marília e membro da Comissão dos Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília

sexta-feira, 27 de junho de 2025

O BOI DE CAFÉ

Na Região Turística do Alto Cafezal, professores criam o Auto do Boi de Café Dentre as festividades do folclore brasileiro está o Bumba Meu Boi, expressão de alegria popular com maior predominância nas regiões Norte e Nordeste. Mas há várias manifestações populares desta mesma modalidade pelo sertão paulista. As festas de boi, também chamadas de bumba meu boi, são inspiradas no auto do boi, um conto popular já tradicional, ou que pode ser criado para ilustrar uma determinada característica local ou regional. Para ilustrar esta riqueza e variação cultural sobre um mesmo tema podemos mencionar: o Boi-Bumbá, no Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima; O Boi de São João, no Ceará; o Boi-calemba, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, o Boizinho, Rio de Janeiro e São Paulo; o Boi de Jacá, São Paulo, o Boi Mamão, Santa Catarina, dentre outros. Os roteiros ou histórias de cada boi seguem quase sempre a mesma linha onde encontramos: os brincantes, aqueles que acompanham os festejos, interagindo ou não com os personagens, o casal, a dupla responsável pelo desenvolvimento do enredo da história, o dono da fazenda, que é o proprietário do boi, os vaqueiros , índios e caboclos, personagens secundários, presentes na história durante a procura do boi, os músicos, responsáveis pelas batidas rítmicas que são a fomente de energia e alegria dos participantes.
E aqui em Marília os docentes da escola Waldorf Jequitibá Rosa, no bairro da Chácara dos Laranjais, criaram e cantam o Boi de Café. A metodologia Waldorf de educação tem três pilares instituídos por seu criador Rudolf Steiner: pensar, sentir e querer e trabalha o aprofundamento com o entorno, o contato com a natureza, e a prática do educar fazendo. Durante os festejos de São João e com o intuito de presentear as crianças e seus familiares com as histórias baseadas nas experiências deste território da história da cultura cafeeira local. A primeira apresentação do Boi de Café aconteceu no ano passado e contou com o importante apoio das famílias nesse trabalho de criação e celebração. O Jequitibá Rosa é uma escola associativa e sem fins lucrativos que prima pela liberdade do pensar, e procura dar condições para que cada indivíduo descubra seu potencial e se desenvolva, superando os seus desafios e trabalhando seus talentos. Fechando um pouco mais o foco, podemos dizer que busca intuir nos alunos reflexões sobre: “quem eu sou, conhecendo mais sobre o meio ao qual pertenço e como posso desenvolver meus talentos de forma criativa, construtiva e participativa nestes cenários”. Com esta visão de memórias e valores culturais os docentes partiram para uma grande imersão nas origens da cidade de Marília e região, onde o café como meio de subsistência e de desenvolvimento social e econômico foi o grande protagonista. Marília, antes, Terras do Alto Cafezal, tem ligação umbilical com a cultura e a bebida mais amada do Brasil. Estudaram a história, os caminhos e os personagens que contribuíram para que sejamos esta pujança econômica na atualidade. E para comemorar e marcar todo este aprendizado surgiu a ideia de criar o Boi de Café, com enredo bem caracterizado na realidade local e na identidade da nossa comunidade pioneira.
E olhem só que interessante. Marília faz parte da “Rota Turística do Alto Cafezal” instituída pelo governo do estado de São Paulo (https://www.turismo.sp.gov.br/conheca-a-regiao-turistica-alto-cafezal) e, também, do “Rotas do Café” que destaca a identidade paulista presente na história, reunido fazendas, cafeterias, torrefações, experiências e paisagens (https://www.rotasdocafe.sp.gov.br/rotas-cafe-sp).
No dia 28/06, o Boi de Café faz nova apresentação pública durante a festa junina da escola. Louvamos a iniciativa dos docentes pela criatividade e feliz ideia de valorizar nossas raízes e origens. O Boi de Café, mais do que uma comemoração ou brincadeira popular, poderá se tornar patrimônio cultural da cidade. Ivan Evangelista Jr, presidente do Comtur-Conselho Municipal de Turismo e membro da Comissão dos Registros Históricos

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Prefeitura de Marília e Comtur participam de Encontro de Negócios de Turismo

Ação envolveu 40 empreendedores do setor no Sebrae Na última terça-feira, 27 de maio, a Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e com apoio do Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares (Sinhores), promoveu o Encontro de Negócios de Turismo.
O evento ocorreu na sede do Sebrae, durante o período da tarde, e contou com 40 participantes de vários segmentos ligados à atividade turística, como hoteleiros, agências de viagem, proprietários de equipamentos de turismo rural, restaurantes e outros.
Na abertura, estiveram presentes a gerente do Sebrae regional Marília, Cristiane Aguiar, o presidente do Comtur, Ivan Evangelista Junior, a analista do Sebrae Mariana Ferreira, e a servidora municipal Fernanda Violante, diretora de turismo. Foram apresentadas informações importantes sobre o turismo no município e, na sequência, os participantes se dividiram em sete mesas redondas. Após apresentação de cada um, houve a troca de mesa até que todos pudessem se conhecer e se informarem sobre todas as ações. O objetivo do Encontro de Negócios foi promover a troca de experiências, fortalecer parcerias e estimular o desenvolvimento do setor turístico local, por meio do networking e negócios entre diferentes agentes do setor. Isso se traduz em diversas oportunidades, desde a criação de novas conexões e o acesso a novos mercados, até a identificação de fornecedores, compradores e parceiros estratégicos. Para o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Vitor Gazola, foi uma tarde muito produtiva em que empreendedores do turismo puderam se conectar, criar redes de contato e divulgar seus negócios. “A gestão municipal está focada em proporcionar ferramentas que contribuam para o desenvolvimento das atividades econômicas e fortaleçam as parcerias”, afirmou. O presidente do Comtur, Ivan Evangelista Junior, enfatizou que o encontro e rodada de negócios do turismo receptivo em Marília foi um marco muito importante para o setor porque reuniu 40 empreendedores do turismo e proporcionou maior integração dos atores envolvidos neste contexto.
“As rodadas de negócios, muito bem organizadas pelo Sebrae, foram marcadas por trocas de saberes, experiências e oferta de produtos e serviços que passam a integrar base de dados que serão trabalhados pelo Comtur e pela Secretaria Municipal de Turismo. Fazemos votos que outras edições aconteçam no segundo semestre e que possamos agregar mais empreendedores”, completou Ivan.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

É PRECISO CONTINUARMOS NA LUTA PARA ENTRARMOS NO RADAR DO TURISMO DE EVENTOS E NEGÓCIOS

E a porta principal é o aeroporto de Marília
A notícia consta da edição de hoje do Jornal Da Manhã: “Aviação regional de SP movimentou mais de 168 mil passageiros em janeiro. O destaque de maior movimento cabe a São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Por quê? Obvio – porque têm conexões diretas com São Paulo e brigam para não as perder. Mais voos, mais passageiros, mais negócios, mais facilidades de logística e maior atratividade para estes centros comerciais. Mas vamos continuar lendo a matéria: “Estamos falando de um interior conectado, bem estruturado logisticamente e pronto para receber feiras, eventos, convenções e grandes festivais. Além disso, os aeroportos regionais atuam como polos emissores de turistas para municípios vizinhos”, disse Roberto de Lucena, Secretário de Turismo e Viagens do estado de São Paulo. Pena que esta não seja a realidade para nossa Marília. Caímos, e muito, no ranqueamento dos embarques e desembarques. Motivo? Falta de opções de horários de voos, falta de conexão direta com São Paulo, falta de respeito com os passageiros com incontáveis atrasos e cancelamentos de voos, tanto de vinda como de retorno, e FALTA DE INVESTIMENTOS E MELHORIAS NO AEROPORTO LOCAL pela concessionária Rede Voa. As reformas e melhorias tão necessárias foram adiadas para junho deste ano, assim sendo, só podemos esperar resultados menos positivos na pontuação e classificação de município atrativo para o turismo de negócios e eventos. E fora o aeroporto, temos estrutura para isso? Sim, temos uma estrutura invejável para outras cidades. Vamos elencar algumas delas: Auditórios/espaços disponíveis para eventos ?: anote aí por gentileza – Teatro Municipal, Teatro Sagrado Coração, auditório Unimar, auditório Univem, auditório CIESP, auditório e salas de convenções Sun Valley, auditório APCD, Centro de Convenções e Festas Golden Palace, Espaço T Eventos, Espaço República eventos, Ginásio Municipal Neusa Galetti, ginásio de esportes da Unimar, salas e pequenos auditórios nos hotéis da cidade, JR, Estoril Hotel, Tenda, Alves Hotel, Nikkey Clube de Marília, os colégios e seus espaços para eventos, quadras esportivas, o Yara Clube e toda a sua estrutura, a Associação Atlética Banco do Brasil, e muito mais. Somados os assentos destes espaços mencionados podemos, sem medo de errar, afirmar que conseguimos recepcionar mais de 8.000 pessoas ao mesmo tempo, divididas em auditórios espalhados em vários pontos da cidade. Só o evento da Conect ACIM recebeu mais de 3.000 pessoas na edição de 2024 no Golden Palace. Hotéis e acomodações, temos(?). Sim. Temos leitos para acomodar os visitantes, leitos de boa classificação na hotelaria nacional, hotéis com excelentes estruturas e cafés da manhã. Alimentação para tanta gente, tem? Sim. Nossa rede de serviços gastronômicos tem capacidade e diversidade de fazer inveja (de novo) para outras cidades do interior. Da pizza aos pratos executivos, ou buffets com cardápios mais elaborados, temos empresas prestadoras de serviços que atuam em grandes eventos e dão conta do recado quando o desafio é atender grandes públicos. Marília oferece variedade gastronômica? Sim. Comida italiana, comida espanhola, cardápio mediterrâneo, comida japonesa, cardápio português, comida chinesa, vegana, vegetariana, churrascos e rodízios e outras opções. E rede de apoio, tem? Sim. Prestadores de serviços nas áreas de fotografia, som e vídeo, suporte de serviços para eventos, drones, transmissões em mídias digitais em real time, serviços de tecnologia, imagem e beleza, transporte e logística, estúdios de TV, imprensa, dentre outros. E MESMO ASSIM ESTAMOS PERDENDO ESPAÇO E CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA OUTRAS CIDADES? Sim. E a explicação é simples. Não temos conexões, não temos horários de voos compatíveis com as agendas dos executivos, dos palestrantes, dos professores convidados para atuar nos cursos de pós e mestrados, dos médicos, doutores e ouros profissionais que abrem mãos de convites em razão de falta de logística. A realidade é que nosso aeroporto estrangula a organização de qualquer evento e prejudica os serviços que dependem da vinda de profissionais de outras cidades. Vir para Marília utilizando transporte aéreo, ou depender de participar de eventos e negócios em outras cidades, significa que sua agenda pessoal estará comprometida por no mínimo 3 dias, mesmo que o evento seja somente um dia. Lamentável isso. Em nome do COMTUR creditamos importante trazer estas reflexões aqui para entendermos que não há tempo a perder. É preciso expor dados e informações para literalmente forçar a concessionária voa a promover as melhorias necessárias, há muito solicitadas e de pleno conhecimento desde a publicação do edital de concessão pelo governo do estado de São Paulo. Tempo é dinheiro, tempo e recursos que deixamos de capitalizar para impulsionar o turismo local. Ivan Evangelista Jr, presidente do COMTUR Marília